quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Iapar apresenta pesquisa inédita no combate a verme que ataca o café

Uma pesquisa inédita do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) conseguiu resultados expressivos em laboratório no combate ao nematoide, verme que produz doença do solo de difícil controle e de rápido crescimento e que afeta a cultura do café. Para isso foram utilizados fungos micorrízicos e nematófogos, que impediram o seu crescimento e reprodução.

No trabalho realizado pelo pesquisador Élcio Balota, do Iapar, e pela bolsista do Centro Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café, Alexandra Scherer, com a colaboração de outros servidores da instituição, conseguiu-se com o tratamento uma redução de até 88% no fator de reprodução do nematoide (Meloidogyne paranaensis). “Isso representa muito em laboratório. Falta agora testar a eficácia dessa técnica no campo”, explica Scherer.

Essa será a segunda etapa da pesquisa, que prevê ainda uma terceira fase de treinamento dos agricultores para produzir os fungos na propriedade com bom padrão de qualidade. “Todo esse trabalho vai exigir mais três a quatro anos”, reforça Balota.

O pesquisador destaca a importância de não “pular” nenhuma parte da pesquisa para que ela traga os benefícios esperados aos agricultores. “Se essa técnica não for usada corretamente nas propriedades rurais corre-se o risco de propagar ainda mais a praga, em vez de combatê-la”.

Segundo Balota, os fungos micorrízicos e os nematófogos impossibilitaram a entrada dos nematoides assim que se instalaram nas raízes. “A barreira é química e física. Além de fechar a porta, os fungos produzem substâncias que impedem o verme de entrar. Como a raiz é local onde a larva se reproduz, ela não se espalha”.

SEM AGROTÓXICOS – Conforme o pesquisador, o uso desses dois tipos de fungos para combater o nematoide é inédito no Brasil. “É uma tecnologia barata que estamos desenvolvendo. Esperamos contribuir para que áreas atualmente inutilizadas por causa da infestação do nematoide voltem a ser produtivas”, diz Balota.

Alexandra Scherer lembra o estrago que o nematoide provoca no campo e a dificuldade de combatê-lo para justificar a importância do trabalho de pesquisa. “A perda na produção pode chegar a 25% em casos mais graves, já que a larva atrapalha a absorção de água e a nutrição da planta. É bom lembrar que o controle desse verme em plantas perenes como a do café é bastante complexa, porque não é possível simplesmente erradicar o pé quando houver uma ocorrência do nematoide, como se faz com a soja, por exemplo”.

Balota ainda aponta as graves consequências do uso de agrotóxicos para impedir o crescimento da larva. “Como se trata de um organismo que vive em raízes, é preciso aplicar quantidade razoável de agroquímico, o que pode contaminar o solo e até o lençol freático”.

Este é um dos resultados de pesquisa que o Iapar está apresentando no VII Simpósio de Pesquisa dos Cafés do Brasil, que acontece até esta quinta-feira (25) em Araxá, Minas Gerais. Participam do evento 47 pessoas, entre pesquisadores, funcionários e bolsistas do Iapar, que levou 31 trabalhos sobre os mais variados temas envolvendo a cultura cafeeira

Iapar apresenta pesquisa inédita no combate a verme que ataca o café

Uma pesquisa inédita do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) conseguiu resultados expressivos em laboratório no combate ao nematoide, verme que produz doença do solo de difícil controle e de rápido crescimento e que afeta a cultura do café. Para isso foram utilizados fungos micorrízicos e nematófogos, que impediram o seu crescimento e reprodução.

No trabalho realizado pelo pesquisador Élcio Balota, do Iapar, e pela bolsista do Centro Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café, Alexandra Scherer, com a colaboração de outros servidores da instituição, conseguiu-se com o tratamento uma redução de até 88% no fator de reprodução do nematoide (Meloidogyne paranaensis). “Isso representa muito em laboratório. Falta agora testar a eficácia dessa técnica no campo”, explica Scherer.

Essa será a segunda etapa da pesquisa, que prevê ainda uma terceira fase de treinamento dos agricultores para produzir os fungos na propriedade com bom padrão de qualidade. “Todo esse trabalho vai exigir mais três a quatro anos”, reforça Balota.

O pesquisador destaca a importância de não “pular” nenhuma parte da pesquisa para que ela traga os benefícios esperados aos agricultores. “Se essa técnica não for usada corretamente nas propriedades rurais corre-se o risco de propagar ainda mais a praga, em vez de combatê-la”.

Segundo Balota, os fungos micorrízicos e os nematófogos impossibilitaram a entrada dos nematoides assim que se instalaram nas raízes. “A barreira é química e física. Além de fechar a porta, os fungos produzem substâncias que impedem o verme de entrar. Como a raiz é local onde a larva se reproduz, ela não se espalha”.

SEM AGROTÓXICOS – Conforme o pesquisador, o uso desses dois tipos de fungos para combater o nematoide é inédito no Brasil. “É uma tecnologia barata que estamos desenvolvendo. Esperamos contribuir para que áreas atualmente inutilizadas por causa da infestação do nematoide voltem a ser produtivas”, diz Balota.

Alexandra Scherer lembra o estrago que o nematoide provoca no campo e a dificuldade de combatê-lo para justificar a importância do trabalho de pesquisa. “A perda na produção pode chegar a 25% em casos mais graves, já que a larva atrapalha a absorção de água e a nutrição da planta. É bom lembrar que o controle desse verme em plantas perenes como a do café é bastante complexa, porque não é possível simplesmente erradicar o pé quando houver uma ocorrência do nematoide, como se faz com a soja, por exemplo”.

Balota ainda aponta as graves consequências do uso de agrotóxicos para impedir o crescimento da larva. “Como se trata de um organismo que vive em raízes, é preciso aplicar quantidade razoável de agroquímico, o que pode contaminar o solo e até o lençol freático”.

Este é um dos resultados de pesquisa que o Iapar está apresentando no VII Simpósio de Pesquisa dos Cafés do Brasil, que acontece até esta quinta-feira (25) em Araxá, Minas Gerais. Participam do evento 47 pessoas, entre pesquisadores, funcionários e bolsistas do Iapar, que levou 31 trabalhos sobre os mais variados temas envolvendo a cultura cafeeira.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

PIB da Agropecuária cresce 3,68% no ano e lidera crescimento do agronegócio
Alta dos preços do algodão, café, laranja, milho e soja influencia resultado positivo
O Produto Interno Bruto (PIB) da agropecuária cresceu 0,97% no mês de abril, resultado que elevou para 3,68% a alta acumulada do PIB do segmento no ano. O resultado do setor primário liderou o crescimento do PIB do agronegócio em 2011, cuja expansão foi de 0,68% em abril, acumulando expansão de 2,76% no ano. Os dados foram divulgados, na quinta-feira (28/7), pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). O estudo da CNA, feito em parceria com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da Universidade de São Paulo (USP), mostra que, na agricultura, a forte alta dos preços de importantes culturas, como algodão, café, laranja, milho e soja, elevou o faturamento do segmento. Em volume de produção, o desempenho foi bem mais modesto, com quedas em alguns casos, como café, cana-de-açúcar e trigo. O PIB do segmento primário da pecuária registrou alta de 1,89% no acumulado do ano.
O desempenho da pecuária foi um dos fatores que influenciou o resultado do segmento de insumos agropecuários. O desempenho do setor para a pecuária cresceu 0,63% em abril; no caso da agricultura, o crescimento foi de 0,91%. A expectativa é que a comercialização de insumos continue aquecida nos próximos meses, o que costuma caracterizar o período que antecede o plantio de uma nova safra. Em termos de preços, a expansão real foi de apenas 0,68% no ano, considerando a inflação no período.
VBP – A alta dos preços agropecuários e o crescimento da produção determinaram a revisão das estimativas de junho para o Valor Bruto da Produção (VBP) em 2011. De acordo com a CNA, o VBP deve crescer 9,9% no ano, para R$ 283,9 bilhões, valor que supera o resultado de 2010, quando o VBP foi de R$ 258,2 bilhões. O destaque é o faturamento da pecuária, que deve crescer 10,5% para R$ 108,2 bilhões em 2011. A CNA também divulgou, na quinta-feira (28), dados da balança comercial do agronegócio. Em junho, as exportações de produtos agropecuários renderam US$ 8,9 bilhões, com crescimento de 29,1% em relação a igual período de 2010. O acumulado no ano também mostrou sinais positivos, com incremento de 23,4%, resultando num faturamento de US$ 43,2 bilhões.
Agrolink

Sanepar amplia uso de lodo de esgoto como adubo agrícola
Técnicos da Sanepar estão preparando o segundo lote de biossólido (adubo agrícola do lodo do esgoto) para repasse a agricultores no município de Dois Vizinhos (Sudoeste).
Dez agricultores vão receber o adubo para aplicar em suas propriedades. Eles integram a Associação Unidos Venceremos, criada há cinco anos na comunidade de Flor da Serra e que reúne 21 produtores que tiram o sustento da agricultura familiar. O primeiro lote de adubo foi entregue em maio do ano passado, quando 450 toneladas foram destinadas ao Colégio Agrícola de Francisco Beltrão (Oeste) para o cultivo de grãos, como milho e soja. Antes de ser transformado em adubo, o lodo é submetido à caracterização química (metais pesados, poluentes orgânicos e potencial agronômico) e biológica (agentes patogênicos), atendendo a todas as exigências da Resolução 375, do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama).  O programa de uso do lodo de esgoto existe na Sanepar desde 2000. Os primeiros agricultores a utilizar o biossólido são da Região Metropolitana de Curitiba, onde somente no período de 2007 a 2010 foram distribuídas 91 mil toneladas de lodo de esgoto, para 78 agricultores. O lodo apresenta quantidade importante de nutrientes, principalmente nitrogênio e fósforo, que podem substituir em grande parte os adubos químicos. Os estudos confirmam que a produtividade, comparada ao cultivo sem lodo, aumenta significativamente, podendo alcançar até 50%, dependendo do solo.
Lodo
O biossólido, ou lodo de esgoto, é um resíduo sólido resultante do tratamento do esgoto doméstico. Do ponto de vista agronômico, o lodo apresenta potencial fertilizante, pois possui significativa quantidade de nitrogênio, fósforo e matéria orgânica. Além disso, o processo de estabilização alcalina prolongada faz dele um eficiente corretivo da acidez do solo. A sua utilização é apropriada para grandes culturas, como soja e milho, trigo, e também para reflorestamento. Contudo, não é indicado para hortaliças ou culturas cujas partes comestíveis têm contato direto com o solo, como batata e mandioca.
Folha de Londrina


quarta-feira, 27 de julho de 2011

Resolução simplifica lei estadual de agrotóxicos
O secretário da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, assinou nesta segunda-feira (25) resolução que simplifica o cadastro de agrotóxicos. Essa é a primeira etapa da revisão total da lei estadual de agrotóxicos, que está em vigor desde 1983 e encontra-se defasada, sem sintonia com a legislação federal. A resolução permite que as indústrias de agrotóxicos que têm produtos já liberados para o mercado pelo governo federal oscomercializem no mercado paranaense. A lei estadual exigia que, após serem submetidos a todos os testes de eficiência agroeconômica nos ministérios da Agricultura, Saúde e Meio Ambiente, os produtos deveriam passar por uma segunda bateria de exames no Estado.
A resolução vai uniformizar a legislação estadual com a federal. “Se já são exigidos testes de eficiência agroeconômica por parte de órgãos federais com credibilidade, como a Anvisa, o Ibama e o próprio Ministério da Agricultura, não há por que repetir todos esses exames novamente no Paraná”, justificou Ortigara.Na prática, a revisão vai legalizar procedimentos já adotados por produtores que trazemde outros estados produtos cuja venda não é permitida no Paraná, por não terem se submetido aos exames previstos na legislação estadual.
GRUPO DE ESTUDOS - A resolução foi assinada após um grupo de estudod -  instituído pelo secretário da Agricultura e integrado por representantes da Seab, Emater, Iapar, Embrapa, cooperativas e produtores - apresentar as justificativas recomendando essa iniciativa. De acordo com a coordenadora do grupo, engenheira agrônoma Carla Maria Pereira Paiva, a legislação estadual foi criada numa época em que havia falhas na legislação federal.“Quando foi promulgada, em 1983, a lei estadual de agrotóxicos veio preencher uma lacuna deixada pelo governo federal. Com a revisão da legislação federal, em 1989 e, posteriormente, em 2002, obrigando as indústrias a submeterem seus produtos aos testes de eficiência na Anvisa, Ibama e Ministério da Agricultura, entendemos que foram criados os mecanismos de controle para produção de agrotóxicos por parte do governo federal”, explicou Paiva.
Além disso, diz ela, o Paraná é o único estado que faz o monitoramento do comércio de agrotóxicos através do Sistema de Monitoramento do Comércio e Uso de Agrotóxicos do Paraná (Siagro). Com o controle das informações sobre o comércio de agrotóxicos, a Seab reúne elementos para incentivar a prática de uma agricultura com uso racional de produtos químicos, dando garantias ao consumidor de um produto saudável e de qualidade.

O Paraná é um grande consumidor de agrotóxicos, da ordem de 80 mil toneladas por ano, mas também é o maior produtor de alimentos do País, o que justifica a necessidade de aplicação do insumo, afirma a engenheira agrônoma. Muitos produtores, principalmente de mandioca, frutas e arroz ,sentiam-se prejudicados com a falta de produtos decorrente do desinteresse das indústrias em fazer um segundo processo para sua venda no Estado.
FISCALIZAÇÃO - O secretário Ortigara ressalta que a resolução liberando o registro de agrotóxicos por parte da indústria não significa liberação de agrotóxicos no Paraná. Com a simplificação do registro a Secretaria da Agricultura vai intensificar a fiscalização, por meio da coleta de resíduos de agrotóxicos nas propriedades. Trata-se do Programa Estadual de Monitoramento de Resíduos de Agrotóxicos, que vai acompanhar o nível de aplicação dos produtos por parte dos produtores. A partir de 2012 a secretaria vai intensificar a coleta de amostras da produção vegetal nas propriedades para acompanhar e verificar se os produtores estão produzindo com excesso de resíduos de agrotóxicos. Segundo Carla Paiva, o produtor não precisa temer os efeitos da fiscalização: “Para o produtor que usar corretamente os produtos, conforme a cultura e nas doses recomendadas, não há o que temer”.
Foi constituída uma comissão de assessoramento, com a participação de pesquisadores, que pode solicitar exames de produtos se julgar necessário. Mas esse procedimento passa a ser exceção e não mais a regra, como antes, explica a engenheira agrônoma. Essa resolução tem caráter transitório, até ser revista toda a lei estadual de agrotóxicos, que ainda será enviada para aprovação na Assembleia Legislativa e poderá ter alterações, diz Carla Paiva. “A atualização da lei é demorada e, para não prejudicar os produtores, antecipamos a resolução, atendendo os apelos do setor produtivo”.
Agência Estadual de Noticias PR

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Atraso na colheita pode elevar preço do milho em Mato Grosso
Demora no plantio da soja e preferência pelo algodão prejudicaram o milho. Queda na produção deve influenciar aumento de rentabilidade do produtor.
A colheita da safra 2010/2011 de milho em Mato Grosso está atrasada. Os produtores tiraram do campo aproximadamente 27,5% do grão cultivado no ciclo atual, estimado em 1,752 milhão de toneladas. Na temporada anterior, quando a produção era de 2 milhões de toneladas, a colheita no período chegava a 66% da área. Os dados foram divulgados pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) nesta segunda-feira (11). De acordo com o diretor da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), Carlos Henrique Fávaro, o atraso na colheita ocorre por dois fatores. O primeiro está relacionado ao atraso no plantio da soja, em setembro do ano passado, por falta de chuva. Outra justificativa é a preferência pelo algodão para a produção da segunda safra. “Os preços atrativos da pluma fizeram com que o produtor plantasse o milho após a colheita da pluma”.
Para Fávaro, essa última característica pode influenciar a quebra da safra. “Com esse atraso, o milho sofreu com a estiagem”. Ele acrescenta que a perda na produção ainda é incalculável, mas pode chegar a 50% da produtividade por área no que ainda falta ser colhido”. Por exemplo, se o produtor colheu até o momento 120 sacas por hectare, nos próximos meses a estimativa é que reduza para 60 sacas/ha.
Preço
O diretor da Aprosoja ressalta que a quebra da safra pode elevar a rentabilidade do produtor. Com a falta de produto no mercado, que se mantém aquecido, a expectativa é para a alta dos preços. O agricultor ainda está supervisionando a safrinha do Paraná e de Mato Grosso do Sul, que pode perder produtividade em função da geada. De acordo com o Imea, o preço do milho ofertado pelas tradings e corretoras ficou na casa dos R$ 15,50 por saca no município mato-grossense de Campos de Júlio. Em Rondonópolis o preço chegou a R$ 19,50 por saca.
G1 - Globo
Autor: Vivian Lessa