quarta-feira, 6 de abril de 2011

Safra de grãos continua a crescer

A safra de grãos do Brasil, do período 2010/2011, deve ser de  157,4 milhões de toneladas. Os números são do sétimo levantamento realizado pela Conab e divulgado nesta quarta-feira (6), em Brasília. A produção é de novo recorde, com um aumento de 5,5% ou cerca de 8,2 milhões de toneladas a mais que a safra passada, que foi de 149,2 milhões de toneladas. Comparada ao último levantamento, realizado em março, a produção cresceu 2,1% ou o equivalente a 3,2 milhões de toneladas. Também a área cultivada cresceu, com um aumento de 3,9%, atingindo 49,2 milhões de hectares, ou seja, 1,8 milhão de ha a mais. O crescimento se deve à ampliação de áreas de cultivo do algodão, do feijão 1ª e 2ª safras, da soja e do arroz.

A boa influência do clima sobre o desenvolvimento das plantas  foi também responsável pela evolução . O algodão apresenta-se com o maior crescimento percentual em área, com cerca de 62,9% a mais que no ano passado (835,7 mil ha). Isto pode levar a uma produção de 2 milhões de toneladas de pluma, ou seja, 833,5 mil t a mais. O número anterior é de 1,2 milhão de toneladas de pluma. Outro destaque é o feijão. A área deverá crescer 10,3%, chegando a 4 milhões  de hectares. Comparada à safra passada, a produção eleva-se em 14,5%, podendo alcançar 3,8 milhões de t. A área do 1ª safra é de 1,4 milhão de hectares, enquanto que a do 2ª safra deverá atingir 1,7 milhão de hectares. No caso da soja, houve uma ampliação da área de 2,3%, alcançando 24,2 milhões de hectares, enquanto que a produção cresceu 5,2%, subindo para 72,2 milhões de toneladas.

A colheita do grão está em fase final nos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraná. Para o arroz, o aumento da área  foi de 2,8%, elevando-se para 2,8 milhões de hectares, assim também como a produção que deve apresentar um aumento de 15,4%, ampliando para 13,4 milhões de toneladas.  A safra anterior que foi de 11,7 milhões de toneladas.No milho total, a produção deverá ser de 55,6 milhões de toneladas, 0,7% menor que na safra passada, quando atingiu 56 milhões de toneladas. A queda teve origem no milho 1ª safra em menor grau (- 206mil t), graças à diminuição da área em  55,5 mil hectares, ficando em  7,8 milhões de hectares. Para o milho 2ª safra, a estimativa é de semear 5,5 milhões de ha, ou seja, um aumento de  4,5%, devendo, no entanto, produzir 21,7 milhões de toneladas, menos que a da safra passada. A razão é que a semeadura de boa parte da lavoura foi feita fora da época de recomendação técnica. A pesquisa foi realizada por 68 técnicos, no período de 21 a 25 de março, quando foram consultados representantes de cooperativas e sindicatos rurais, de órgãos públicos e privados nas regiões Sul, Sudeste,  Centro-Oeste e Nordeste, além de parte da região Norte.

Assessoria da Conab
(Raimundo Estevam/Conab)


Stephanes defende organização de produtores rurais em busca de aprovação de Código Florestal

O ex-ministro da Agricultura no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o deputado federal Reinhold Stephanes (PMDB-PR) afirmou hoje ontem, durante passeata de agricultores em Brasília, que os produtores rurais do país precisam estar cada vez mais organizados para reivindicar melhorias no setor. “O governo, o Congresso Nacional só agem na pressão”, afirmou. Stephanes ressaltou a importância da aprovação da reforma do Código Florestal Brasileiro como forma de legalizar a questão fundiária dos agricultores, mas observou que há vários outros entraves à produção agropecuária do país.
“Temos problemas de transporte de mercadoria, de estradas, armazenagem, seguro, com a política do preço mínimo. O setor só vai conseguir participar dessas decisões se mobilizando e se organizando”, pontuou Stephanes.Ele elogiou a participação de mais de 24 mil agricultores na mobilização, em frente ao Congresso Nacional. Os manifestantes, de todo o país, defendem a rápida aprovação da proposta de mudança do Código Florestal.“Nos últimos 20 anos não víamos uma mobilização como esta. A agricultura precisa mostrar que é importante e que também tem problemas e precisa ser ouvida.”No dia 11 de junho, termina o prazo estabelecido para que os proprietários rurais averbem suas reservas legais, por isso a necessidade de agilizar as discussões.

Da assessoria  
Fonte: Agência Brasil
Multas a agricultores podem chegar a R$ 25 bilhões
Integrante da Comissão de Meio Ambiente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Rodrigo Justus de Brito ressaltou, que as multas aplicadas aos produtores rurais pelos órgãos ambientais podem ultrapassar R$ 25 bilhões. De acordo com o especialista, boa parte das multas, por descumprimento da legislação ambiental, é aplicada incorretamente.Segundo explicou, a legislação determina que, quando alguém pratica dano ambiental e não corrige, pode ser punido com multa, mas “não é dada aos produtores a possibilidade de reparação, o que é abuso de autoridade”. Brito acrescentou que as irregularidades na aplicação das multas levam a valores tão elevados que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e outros órgãos arrecadam apenas 0,5% do valor total. O especialista participa de reunião da Comissão da Amazônia, Integração Nacional e de Desenvolvimento Regional para discutir o substitutivo  do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) ao Projeto de Lei 1876/99, que institui um novo Código Florestal.
Reportagem - Maria Neves
Edição – Regina Céli Assumpção

Fundação SOS Mata Atlântica é contra pressão por aprovação do Código Florestal
Brasília – A Fundação SOS Mata Atlântica disse ser contrária à manifestação promovida hoje (5), na Esplanada dos Ministérios e no Congresso Nacional, que pressiona pela aprovação da reforma do Código Florestal. Em bate-papo pela internet, ao vivo, o diretor de Políticas Públicas da organização não governamental (ONG), Mário Mantovani, comentou que a SOS Mata Atlântica é a favor de mudanças no código desde 1999. “A CNA [Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil] rompeu com a implantação do código. A criação da Comissão de Amazônia, Integração Nacional e de Desenvolvimento Regional foi o golpe para apoiar o interesse deles, usando de massa de manobra os pequenos."Os pequenos citados por Mantovani são as propriedades pequenas, de até quatro módulos fiscais, que não precisariam manter a reserva legal. De acordo com a ONG, “com menos florestas, o risco de erosão, desmoronamentos e enchentes aumentaria, tanto na área urbana, quanto na rural.”
O Código Florestal estabelece a reserva legal, que é uma área de mata nativa que deve ser preservada dentro de uma propriedade rural. Hoje, todas as propriedades têm que manter a reserva legal. Caso ela tenha sido desmatada ilegalmente, no passado, tem que ser recomposta ou recompensada. Além disso, a lei também protege áreas naturais que sustentam a vida e a economia do país. São entendidas como tal as florestas e os ecossistemas que garantem água, proteção do solo e a manutenção da biodiversidade. O código também protege áreas frágeis na beira de rios, topos de morros e encostas íngremes, que são conhecidas como áreas de preservação permanente (APPs).
Segundo a SOS Mata Atlântica, se todas as alterações previstas na reforma do código forem aprovadas, o país poderá gerar até 13 vezes mais gases de efeito estufa que emitiu em 2007, contribuindo ainda mais para o aquecimento global.
Da Agência Brasil
Edição: Lana Cristina
 

Cotação do milho está em alta na maioria das regiões
As cotações do milho no Brasil continuam sinalizando indefinições de tendências para médio e longo prazo, de acordo com informações do Cepea. Mesmo com o avanço da colheita da safra de verão, as cotações seguem em alta na maioria das regiões, especialmente naquelas em que a demanda para ração de aves e suínos é mais expressiva. O fato é que a demanda interna segue firme, enquanto vendedores priorizam o cumprimento de contratos e a comercialização de soja, deixando a venda do milho em segundo plano – somente em regiões deficitárias em armazenagem o grão tem sido comercializado conforme avança a colheita. O Indicador ESALQ/BM&FBovespa (Campinas-SP) cedeu 2,3% de 28 de março a 4 de abril, fechando a R$ 30,80/sc de 60 kg na segunda-feira. No acumulado de março, foi registrada ligeira queda de 0,5%.
(Fonte: Cepea – www.cepea.esalq.usp.br)