quarta-feira, 22 de junho de 2011

Novas cultivares de soja resistentes à Ferrugem Asiática

A Tropical Melhoramento Genético (TMG), com sede em Cambé, apresentou no ultimo dia 21, duas cultivares de soja resistentes à Ferrugem Asiática, destinadas exclusivamente para o plantio na região Sul do Brasil e Paraguai. A TMG 7161 RR e a TMG 7262 RR, são cultivares transgênicas com a tecnologia Inox, gene altamente resistente ao fungo causador da ferrugem. Ambas as cultivares, além de apresentarem essa característica, são precoces e possuem alta produtividade. De acordo com o pesquisador da TMG Cerrado, Sergio Suzuki, para se ter uma ideia do prejuízo que os agricultores têm com a doença na soja, em todo o território nacional a ferrugem causa uma perda média de  aproximadamente 40 quilos por hectare.
Ainda segundo ele, o produtor de soja além de perder parte da produção, ainda tem uma despesa maior devido às aplicações de fungicidas para controlar a doença. Para ele, as novas variedades desenvolvidas vão proporcionar ao agricultor uma redução nas despesas com a aplicação de fungicidas, o que hoje representa um custo de aproximadamente US$ 30 dólares por hectare cada aplicação. Para o engenheiro agrônomo e gestor de produção de sementes da TMG, Osmar Mendonça, a expectativa é que para a safra 2012/2013, 100 mil sacas da variedade 7161 RR e 40 mil sacas da 7262 RR estejam disponíveis para os produtores do Sul do Brasil. “Foram sete anos de pesquisas e testes no Cerrado brasileiro para que chegassemos e essas duas variedades”, explicou. “Elas certamente irão proporcionar mais segurança e tranquilidade para o produtor. O agricultor poderá ter um tempo mais flexível para fazer a aplicação de fungicidas sem que ele tenha uma perda significativa na sua lavoura”, completa.  
Origem
A doença é originária da Ásia e, por mais de cem anos esteve restrita apenas ao continente asiático. No Brasil, os primeiros focos da ferrugem surgiram em 2001. No Paraná os primeiros indícios do fungo foram diagnosticados em maio do mesmo ano na região oeste do estado. Segundo pesquisadores, o clima com temperaturas abaixo de 25° e o “molhamento” das folhagens acima de seis horas são suficientes para que o fungo se desenvolva na plantação e através do vento se propague rapidamente por toda a lavoura. Uma das maneiras de tentar amenizar a incidência da ferrugem e o vazio sanitário, que  é uma medida adotada pelo governo do Paraná em parceria com o Ministério da Agricultura. A medida não  permite o cultivo de soja no período entressafra. Esse método adotado, tem a função de impedir que o fungo causador da ferrugem ganhe força no inverno vindo a prejudicar a safra de verão em que a colheita ocorre entre os meses de fevereiro e março.
Autor: Fábio Bortoleto