quinta-feira, 2 de junho de 2011

Para o governo, embargo russo à carne brasileira pode ter "outras motivações" além da questão técnica
Brasília - O secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura (Mapa), Francisco Jardim, declarou no início da noite de hoje (2) que a forma como a Rússia comunicou o embargo à importação de carne de 89 frigoríficos brasileiros “reforça a sensação de que existem outras motivações para a decisão russa, além das questões técnicas alegadas”. “Pela segunda vez, a notificação chega sem nem mesmo ter sido enviado ao governo brasileiro o relatório técnico das inspeções russas feitas no Brasil”, afirmou o secretário por meio de nota, se referindo ao episódio ocorrido no final de abril, quando a Rússia embargou temporariamente as importações de oito plantas frigoríficas brasileiras. Segundo Jardim, a Secretaria de Defesa Agropecuária do Mapa enviou correspondência às autoridades russas cobrando o relatório técnico. Ele disse que na reunião ocorrida há duas semanas, em Moscou, para tratar do assunto, foram repassadas todas as informações técnicas solicitadas pelas autoridades sanitárias russas e, na ocasião, ficou acertado um novo encontro, na mesma cidade, na segunda quinzena de junho, para continuar as discussões.
O Mapa informou que ainda não foi feita a avaliação do impacto do embargo russo. O setor deve fazer essa estimativa na próxima segunda-feira (6), em reunião dos presidentes de todas as empresas exportadoras de carne do Brasil e das associações de exportadores e produtores de carne. Em relação à declaração do porta-voz do serviço de Inspeção Sanitária Agrícola da Rússia (Isar), Alexéi Alexéyenko, de que foi constatada a presença de bactérias e parasitas em vários lotes de carne brasileira, Jardim a classificou como “completamente destituída de fundamentos científicos”. Segundo ele, isso jamais foi apresentado oficialmente ao governo brasileiro pelas autoridades daquele país.
Danilo Macedo
Agência Brasil

Agricultores em extrema pobreza receberão R$ 2,4 mil
Uma das metas do Plano Brasil sem Miséria para a zona rural é o pagamento de R$ 2,4 mil, por família, ao longo de dois anos, para agricultores em situação de extrema pobreza atendidos pelo Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). A finalidade é apoiar a produção e a comercialização excedente de alimentos. O pagamento será efetuado por meio do cartão do Bolsa Família. O programa prevê aumentar de 66 mil para 255 mil, até 2014, o número de agricultores familiares em situação de extrema pobreza atendidos pelo Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), do Ministério do Desenvolvimento Agrário.
Esses agricultores também terão o acesso à assistência técnica ampliado com a disponibilidade de uma equipe de 11 técnicos para cada mil famílias. Um total de 253 mil famílias receberão sementes, adubos e fertilizantes. “O meio rural concentra o maior índice de pobreza. Um em cada quatro dos que vivem no meio rural são extremamente pobres. Serão acompanhadas 250 mil famílias e esses R$ 2,4 mil por família permitirá investimentos em organização da propriedade. Eles também receberão sementes da Embrapa [Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária]”, disse a ministra do Desenvolvimento Social, Tereza Campello. Segundo a ministra, outra meta é aumentar a compra de produtos desses agricultores por parte de estabelecimentos privados, como supermercados.
Yara Aquino e Daniella Jinkings
Agência Brasil

IBGE lança livro com estudos sobre a biodiversidade do Cerrado
Brasília – O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) lançou nesta quinta-feira (2), em Brasília, o primeiro volume de três da coleção Reserva Ecológica do IBGE. A obra é comemorativa dos 35 anos da reserva ecológica, cuja sigla é Recor e que é também conhecida como Roncador. A reserva foi criada em 1975 para fornecer dados científicos para o planejamento territorial sustentável do Centro-Oeste brasileiro, integrando ecologia e desenvolvimento. O objetivo é auxiliar as formações de políticas públicas que visam à conservação e o uso sustentável do Cerrado. O título é dividido em duas obras que retratam os estudos realizados na reserva, de aproximadamente 1,4 mil hectares, sobre o segundo maior bioma brasileiro. O Cerrado ocupa uma área de quase 2 milhões de quilômetros quadrados, é rico em recursos hídricos e possui características únicas no mundo.
Para Adriana Panhol, gerente de Conservação da Biodiversidade do Ministério do Meio Ambiente, é importante ter acesso a essas informações. “O Cerrado é um bioma carente de dados georreferenciados. Essas publicações, com certeza, nos ajudam nas formações de políticas públicas, como, por exemplo, na redução do desmatamento. Hoje, nossa meta é reduzir em 40%”, afirmou. O organizador do livro, Mauro Lambert Ribeiro, disse que esses estudos ajudam a desvendar curiosidades sobre o bioma. Um exemplo é a característica de tendência da mata do Cerrado em se expandir com os anos. Porém, com a ação do homem, o efeito está sendo contrário. O Cerrado já perdeu cerca de 49% de sua área total, correndo o risco de desaparecer até 2030. A Recor fica a 26 quilômetros da área central de Brasília. A reserva abriga 15 espécies da fauna ameaçadas de extinção e apresenta uma diversidade de espécies vegetais e animais comparável à de algumas das maiores florestas do planeta, como a Amazônia.
Agência Brasil