quarta-feira, 18 de maio de 2011

Quem tiver apostando no desmatamento para abrir novos pastos, vai ter o boi apreendido e doado para o Programa Fome Zero, diz ministra do Meio Ambiente
O aumento de tendência de desmatamento na Amazônia acendeu a luz amarela no Governo Federal. Só no estado do Mato Grosso, entre abril e março deste ano, foram detectados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) o desmate de 477,4 Km². Entre agosto de 2010 e abril de 2011, nas áreas medidas pelo Inpe, houve um acréscimo de 43% no desmatamento naquele estado. Em toda a Amazônia, neste mesmo período, o aumento da área desmatada foi de 27%. Diante dos números divulgados, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, avisou: ''Quem tiver apostando no desmatamento para abrir novos pastos, vai ter o boi apreendido e doado para o Programa Fome Zero''. Segundo a ministra, o recado também vale para quem está desmatando para aumentar a produção agrícola.
Izabella Teixeira considerou a situação ''inaceitável'' e divulgou uma série de medidas que o Governo está adotando para coibir o desmatamento ilegal. De acordo com ela, o gabinete de crise, instalado no Ibama com participação da Polícia Federal, Força Nacional de Segurança e Polícia Rodoviária Federal, foi convocado e vem se reunindo semanalmente para avaliar a situação. ''Colocamos mais 500 homens no Mato Grosso e vamos sufocar o crime ambiental. E, até que o desmatamento seja reduzido, ninguém sai do campo'', disse. Além do trabalho integrado com o Inpe, o Ministério do Meio Ambiente fará o monitoramento online das áreas embargadas. Vai também analisar a situação de cada município e o Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia (PPCDAm) vai analisar o que falhou com relação ao Mato Grosso. O MMA também vem mantendo contato com os responsáveis pelos acordos relativo à moratória da Soja, da Madeira e da Pecuária.
Embora seja considerado atípico para este período do ano, pois ainda não é o período da seca, o comportamento do estado do Mato Grosso surpreendeu o Governo. ''Ainda não sabemos o que está acontecendo. Estamos avaliando a situação. Nos próximos 15 dias estaremos divulgando uma avaliação final, após o contato com as equipes do Ibama e dos estados'', garantiu a ministra. O ministro da Ciência e Tecnologia, Aloízio Mercadante, presente à avaliação, informou que o seu ministério e o Inpe estão empenhados em fortalecer a parceria com o Meio Ambiente para que o desmatamento na Amazônia seja sufocado. ''Vamos fazer isso oferecendo informações de qualidade e em tempo real, para que possamos atuar com mais eficiência''. Segundo o ministro, se enganam as pessoas que acham que podem esconder as práticas de crime ambientais. ''Estamos vendo tudo por meio dos satélites. Não tem como esconder''.

De acordo com informações do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama), o desmatamento ilegal na Amazônia será sufocado por meio do embargo de todas as áreas desmatadas. As áreas embargadas serão expostas, o que impedirá a comercialização de gado ou grãos produzidos sobre as áreas desmatadas sem autorização. Os compradores de produtos oriundos destas áreas também serão responsabilizados pelo crime ambiental. Uma das surpresas para o Governo é o tipo de ação que vem sendo adotada pelos desmatadores. Para derrubar a florestas, os infratores estão recorrendo ao correntão, com vários metros de extensão e de até 45 centímetros de diâmetros do elo, preso a dois tratores. Segundo relatos, quando a corrente passa por uma área, toda a vegetação vai ao chão de uma só vez.
Suelene Gusmão
Ministério do Meio Ambiente

Líderes decidem votar Código Florestal na próxima terça
Os líderes acabaram de fechar um acordo para votar na terça-feira (24) o projeto de reforma do Código Florestal (PL 1876/99). Ficou acertado ainda que na próxima semana serão votadas, sem obstrução, as medidas provisórias (MPs) 517/10 e a 521/10. Hoje não será votada nenhuma MP. Segundo o líder do PMDB, deputado Henrique Eduardo Alves (RN), até terça o governo vai negociar alguns ajustes no texto com o relator do projeto, Aldo Rebelo (PCdoB-SP).
 Agência Câmara
Uso excessivo de pesticidas e fertilizantes provoca explosão de melancias em plantações na China
Agricultores pretendiam aumentar a produção acelerando o crescimento da fruta
Melancias cultivadas com excesso de substâncias químicas no leste da China estão explodindo. A notícia, divulgada pela imprensa estatal, refere-se à região como um campo minado. Impulsionados pelos altos preços do último ano, os agricultores aumentaram o cultivo do produto e abusaram no uso de pesticidas e fertilizantes. Suspeita-se também do uso de um acelerador de crescimento chamado Forchlorfenuron. A cidade mais afetada foi Danyang, na região de Jiangsu, onde dezenas de agricultores perderam até 45 hectares da fruta. Sem ter como vendê-la, a melancia pode ser usada apenas como alimento para porcos e peixes. Segundo o professor de horticultura da Universidade Agrícola de Nanquim Wang Liangju, o regulador, que estimula um aumento na divisão celular, é inofensivo quando usado corretamente. Em excesso, porém, deixa a fruta deformada e com sementes esbranquiçadas.
– A substância foi aplicada em um estágio avançado do cultivo. Além do mais, a variedade plantada já possui naturalmente uma casca mais fina – explicou o professor. Os agricultores argumentam que o Forchlorfenuron pode estender o período de colheita em duas semanas e aumentar o tamanho e o preço da fruta em mais de 20%. Já os ambientalistas alegam que o Estado subsidia os fertilizantes para mantê-los baratos, estimulando seu uso. Muitos fazendeiros chegam a cultivar a própria comida em separado dos produtos que vendem no mercado. Embora não tão grave, o incidente soma-se a outros tantos escândalos alimentares que colocam em risco a população chinesa. Em 2008, seis bebês morreram e milhares ficaram doentes após consumirem leite em pó adulterado com melamina. A lista também conta com notícias de arroz contaminado com o metal pesado cádmio, a injeção de bário em pó para aumentar o peso do frango, aplicação de detergente na carne de porco para torná-la mais parecida com carne bovino, entre outros inúmeros casos que preocupam os chineses.
ZERO HORA

Software pode reduzir perdas na armazenagem de grãos
Programa de computador regula automaticamente o nível de umidade nos silos e armazéns
Um programa de computador que regula automaticamente o nível de umidade nos silos e armazéns de grãos pode garantir até 40% de economia com energia elétrica e ainda reduzir as perdas na armazenagem. O software foi desenvolvido dentro da Universidade Estadual de Londrina e já está pronto para ser comercializado. O controle da umidade interna armazéns e silos é um dos grandes problemas enfrentados no período de estocagem da safra. O excesso ou a falta de umidade comprometem a qualidade dos grãos e podem causar prejuízos para o produtor. Além das grandes indústrias, as universidades tem contribuído com soluções para o campo, através do apoio a profissionais que sabem como unir várias ciências e gerar um projeto original.
A Incubadora Tecnológica da Universidade Estadual de Londrina abriga empresas iniciantes no setor e oferece estrutura física e suporte legal para que elas se desenvolvam. E tem funcionado. Um programa de computador desenvolvido na Incubadora surge como uma promessa para controle e economia de energia nos sistemas térmicos e de aeração de unidades armazenadoras, o que pode levar também a menos perda de grãos.O software utiliza informações geradas tanto pelo sistema de termometria das unidades, como pela estrutura responsável pela aeração. Ou seja, ele converte dados já existentes em novos comandos. Foi planejado para atender aos cereais mais importantes no mercado. Depois de selecionar o produto se verifica o nível de umidade de uma amostra. Em seguida é registrada a porcentagem de umidade desejada. Com esses dados, o programa calcula a potência em que o motor do sistema de aeração vai trabalhar e aumenta ou reduz sua velocidade, conforme a variação das condições internas e externas do ambiente.
– Com todos esses dados e mais a condição do produto dentro do silo o software envia os sinais para os inversores de frequência para que eles operem na rotação adequada para essa condição do produto – explica o empresário Leandro Martini Chagas. O software foi apresentado em uma feira paranaense de novidades tecnológicas. Uma empresa de Londrina ligada a armazenagem e uma multinacional de motores gostaram porque o programa potencializa os equipamentos que elas instalam. O sistema está em implantação em silos no Rio Grande do Sul e logo entra em operação em unidades de Ponta Grossa, no sul do Paraná.
– Em um silo cheio com 100 mil sacas de soja ele tem aproximadamente, nos valores de hoje, R$ 4,3 milhões em produto ali. Se fazendo esse controle da rotação de motores ele deixar de perder 1% de umidade já são R$ 43 mil de economia nesse produto. Sem contar que nosso principal objetivo nem é esse, é o controle de energia, que hoje as empresas estão procurando essa questão de eficiência energética – relata o empresário Alex Rezende.
Katia Baggio | Londrina (PR)
CANAL RURAL
Conflito agrário ameaça ‘brasiguaios’
Terras no Paraguai em mãos de brasileiros, desde os anos de 1980, voltaram a ser objeto de disputa
Terras paraguaias localizadas no departamento de Santa Rita, nas proximidades da fronteira com o Brasil, voltaram a ser objeto de disputa entre ''brasiguaios'' (brasileiros que vivem e produzem há décadas no país vizinho) e paraguaios nas últimas semanas. O clima é de tensão na região e uma solução negociada no curto prazo parece distante de acontecer. Amanhã, haverá uma mobilização das cerca de 100 famílias de agricultores brasileiros ameaçados na Câmara Municipal de Foz do Iguaçu (Oeste do Estado). A área em questão somaria cerca de oito mil hectares. Durante a sessão, será votado um requerimento do vereador Hermógenes de Oliveira, solicitando providências ao Senado e ao Ministério de Relações Exteriores do Paraguai. Os brasiguaios temem perder suas propriedades e todas as benfeitorias e as lavouras nelas contidas. O problema coloca em xeque até mesmo o acordo assinado em 2009 pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente do Paraguai, Fernando Lugo, que previa a revisão dos valores pagos pelo Brasil ao governo paraguaio pela energia gerada pela Usina Hidrelétrica de Itaipu - passou de US$ 120 milhões para US$ 360 milhões - e que determinava a regularização fundiária em favor dos brasileiros proprietários de terras paraguaias.
No início do mês de maio, no entanto, agricultores brasileiros foram surpreendidos por dezenas de homens da Polícia Nacional e do Ministério Público do Paraguai, que tinham ordem judicial exigindo a retirada de famílias e a reintegração de posse em favor de paraguaios. A advogada dos brasiguaios na região, Marilene Sguarize, explicou que o problema se arrasta desde os anos 1980, quando o Governo do Paraguai ''convidou'' brasileiros para colonizar terras desocupadas na região e receberam títulos de posse. A rápida valorização das propriedades teria atraído interessados paraguaios e começaram a surgir títulos duplicados para uma mesma área. Os supostos proprietários paraguaios teriam então ingressado na Justiça para reaver a posse das terras. ''São dezenas de famílias de brasiguaios afetadas mas é preciso reforçar que o Paraguai é um país soberano, com leis próprias e que precisam ser respeitadas. A nós, brasiguaios, coube ingressar com processo para também provar na Justiça que somos donos destas terras'', comentou a advogada.
Ela afirmou que grupos de brasiguaios que se resguardaram judicialmente conseguiram medidas cautelares garantindo a permanência nas terras. No entanto, alguns proprietários não tomaram a mesma precaução e agora correm o risco de perderem tudo que conquistaram após décadas vivendo e trabalhando no país vizinho. ''Já tivemos muitas ameaças e conflitos e se continuar assim a tendência é a situação ficar ainda mais complicada'', advertiu Marilene. Segundo fontes extraoficiais, já teria ocorrido conflitos armados e mortes de colonos brasileiros na área em litígio. O clima de tensão na região já foi reportado oficialmente à presidente Dilma Rousseff pelo secretário municipal de Assuntos Internacionais de Foz do Iguaçu, Sérgio Lobato, que pediu ''intervenção imediata do Ministério das Relações Exteriores e do Conselho Nacional de Imigração em forma de posicionamento contrário à forma arbitrária
como as autoridades paraguaias estão agindo''. No mesmo documento, Lobato lembrou que as terras cultivadas pelos brasiguaios são responsáveis por cerca de 90% do PIB paraguaio.
Fonte: Folha de Londrina
Luciano Augusto

Etanol Hidratado volta a ter vantagem sobre gasolina C
As baixas consecutivas dos preços do etanol nas usinas da região Centro-Sul do Brasil fizeram com que o hidratado voltasse a ter competitividade econômica frente à gasolina C nos postos de São Paulo, Goiás e Mato Grosso. Na semana passada, segundo pesquisadores do Cepea, o mercado de etanol hidratado registrou dois comportamentos distintos. No balanço da semana, no entanto, os indicadores do Cepea fecharam em queda devido aos maiores valores negociados no início do período. O Indicador semanal CEPEA/ESALQ do hidratado (SP) foi de R$ 0,9680/litro (isento de PIS/Cofins e de ICMS) entre 9 e 13 de maio, recuo de 9,12% frente ao da semana anterior. Em relação ao etanol anidro, as quedas foram contínuas. O Indicador semanal CEPEA/ESALQ do anidro produzido no estado de São Paulo foi de R$ 1,4162/litro (sem PIS/Cofins), queda de 24,7% na mesma comparação.
(Fonte: Cepea – www.cepea.esalq.usp.br )
Paraná libera R$ 2,6 milhões para programa de seguro rural do trigo
O governo do Paraná liberou R$ 2,6 milhões para execução do Programa de Subvenção ao Prêmio de Seguro Rural para o trigo que está sendo plantado este ano. Com a subvenção – que cumpre a lei estadual 16.166 de 2009 –, o produtor arca com apenas 15% do custo efetivo do prêmio do seguro, já que o governo estadual garante 15% e o governo federal responde pelos outros 70%. Essa ação é pioneira na região Sul do País, onde se concentra a produção de trigo. O Paraná é o maior produtor nacional do grão. Este ano deverá colher 2,85 milhões de toneladas, o que corresponde a 56,6% da produção brasileira prevista para 2011.
A lei estadual de seguro rural – que estabeleceu a garantia de pagamento de 15% do valor do prêmio pelo governo estadual – foi instituída inicialmente para amparar os produtores de trigo que investem no plantio da lavoura e ficam vulneráveis aos riscos do clima. Frequentemente as lavouras de trigo no Sul do País sofrem com alguma ocorrência climática que prejudica a qualidade do grão, como geadas severas durante o desenvolvimento vegetativo ou excesso de chuvas na colheita.De acordo com o secretário da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, a expectativa é que sejam atendidos mais de 1.000 agricultores em todo o Estado com recursos que podem chegar a R$ 4.500,00 por produtor. Essa ação beneficia todos que aderirem ao seguro rural privado, independente da categoria do produtor.
O Programa de Subvenção ao Prêmio de Seguro Rural foi criado para reduzir custos de produção e aumentar a renda do produtor, de forma que ele tenha condições de aplicar mais tecnologia na lavoura e elevar a qualidade do trigo produzido no Paraná. Além disso, visa incorporar o seguro rural como instrumento de estabilidade agropecuária, explicou Ortigara. O programa opera com recursos do Fundo de Desenvolvimento Estadual (FDE) gerenciados pela Agência de Fomento do Paraná e é coordenado pela Secretaria da Agricultura e do Abastecimento.
Agência Estadual de Notícias
Comercialização do milho segue lenta no mercado brasileiro
 Produtores consultados pelo Cepea têm dado prioridade para as negociações de soja, visto que os preços da oleaginosa estão mais firmes, por conta de problemas com transporte até o Porto de Paranaguá. Além disso, vendedores têm realizado contratos envolvendo o cereal da segunda safra. Diante do ritmo mais lento do mercado, a atenção de agentes consultados pelo Cepea esteve voltada às divulgações dos dados da safra no Brasil e das estimativas agregadas da temporada mundial 2011/12. No Brasil, a Conab elevou ligeiramente a produção da safra de verão 2010/11, enquanto o USDA surpreendeu o mercado, com dados indicando produção recorde nos Estados Unidos. Entre 9 e 16 de maio, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (Campinas-SP; valores a prazo são convertidos para à vista pela taxa de desconto CDI) subiu 0,82%, fechando a R$ 28,42/sc de 60 kg na segunda-feira, 16. Se considerada a taxa de desconto NPR, na região de Campinas, o preço médio à vista nessa segunda foi de R$ 27,92/sc de 60 kg, aumento de 1,01% no comparativo com a segunda-feira anterior, 9.
(Fonte: Cepea – www.cepea.esalq.usp.br )