segunda-feira, 23 de maio de 2011

Queda nos preços da soja e do milho interfere na venda da safra de verão
Produtores mantêm parte da safra para vender por um preço melhor.
 G1-A safrinha plantada na fazenda do agricultor Modesto Daga servirá apenas para silagem, mas ele ainda tem estocado milho da safra de verão. O agricultor parcelou as vendas, como de costume. Negociou 35% antes de colher e 45% na colheita, a um preço médio de R$ 24. O valor da saca está bem acima do obtido no ano passado, mas de um mês para cá caiu cerca de R$ 1. Por isso, o restante da safra, 20% da produção, Modesto só vai entregar quando receber uma boa proposta. “Não vendi tudo ainda, tenho alguma coisa para comercializar, por causa desta queda de preço, e a gente está esperando que ele volte à normalidade de R$ 24, R$ 25 para liquidarmos o resto do milho”.
Já não se vê mais soja na região, é época de trigo ou milho safrinha. Os grãos colhidos até o mês passado já não estão mais no campo, mas têm muito produtor que ainda mantém parte da safra nos estoques e continua de olho no mercado. “Nós entramos agora no período da entressafra, terminou a colheita, o produtor já vendeu o que ele precisava para as suas despesas, prestações de banco e manutenção da propriedade, então agora ele está tendo fôlego para aguardar a recuperação dos preços”, declara Dilvo Grolli, presidente da Coopavel. Mesmo com a queda nas últimas semanas, o preço da soja está hoje 40% maior do que o de maio do ano passado, no mercado internacional. E o milho subiu quase 90% em um ano.
Gazetaweb
Temperatura favorece lavouras de trigo
A previsão de temperaturas baixas para a semana se confirmou. Para os produtores rurais que plantaram trigo na região, essa foi uma boa notícia. Nos últimos anos o produto veio perdendo área, principalmente para o milho safrinha. Nesta safra, por exemplo, o plantio caiu 10% em comparação a anterior. Porém, em algumas regiões o plantio de trigo ainda é o mais indicado para o inverno, e isso ajuda para que o cultivo resista as questões de mercado. A maioria das lavouras na região de Campo Mourão já foi plantada. O que resta são áreas que os agricultores ainda estão aguardando a chuva para semear. De acordo com o engenheiro agrônomo da Coamo Agroindustrial Cooperativa, Marcílio Yoshio Saiki, o trigo já semeado está se desenvolvendo bem, e a falta de chuva ainda não tem influenciado. “O trigo é uma lavoura que não necessita de muita água para um bom desenvolvimento, e nesta época o clima já é mais úmido”, destaca. “Por enquanto o clima tem influenciado para uma boa safra”, acrescenta. Saiki diz ainda que as temperaturas mais baixas é menos favorável ao aparecimento de doenças.
Em recente entrevista para a TRIBUNA, o presidente da Coamo, José Aroldo Gallassini, disse que a queda na área de plantio de trigo é porque os moinhos brasileiros não estão comprando trigo interno. Segundo ele os produtores associados a cooperativa devem finalizar o plantio em uma área aproximada de 1,46 milhão. “O não é pouco. Se tivermos uma safra de produtividade alta igual a do ano passado teremos uma boa quantidade de trigo.” Gallassini ressalta que o acontece com o trigo é inexplicável. “O Brasil consome 10,5 milhões de toneladas e produz 5,8 milhões, segundo o último ano, e mesmo assim não tem comprador interno. O governo precisou entrar no mercado. É inexplicável que os moinhos prefiram importar trigo do que comprar produto interno. Isso tem desestimulado os produtores que ficam em uma situação ruim”, pondera “Temos boas produtividades, boas variedades, boa qualidade, mas infelizmente os moinhos dão preferência aos produtos de fora. A Coamo está há 35 anos moendo trigo, e sempre vendeu toda a farinha produzida. E o trigo usado é todo produzido por nossos cooperados”, finaliza.
Paraná
No Paraná, a produção de trigo deverá ser menor este ano em função do desestímulo do produtor com a falta de liquidez na hora da comercialização. Segundo levantamento do IBGE, a área plantada caiu 12%, passando de 1,17 milhão de hectares plantados no ano passado para 1,03 plantados este ano. Com a redução de área, a produção esperada também é menor, devendo cair de 3,44 milhões de toneladas colhidas no ano passado para 2,85 milhões de toneladas, uma queda de 17% na produção. Até o momento, mais de 30% da área prevista já se encontra plantada e espera-se que as condições climáticas transcorram dentro da normalidade. De acordo com o IBGE o Paraná deve ser responsável por 56,7% da produção nacional de trigo.
Antonio Marcio
Tribuna do Interior

Cada centavo investido em agricultura familiar se multiplica, afirma Dilma
Brasília – Ao comentar o anúncio de um pacote de benefícios voltados para agricultores familiares, a presidenta Dilma Rousseff afirmou hoje (23) que cada centavo investido no setor se multiplica. Em seu programa semanal de rádio Café com a Presidenta, ela avaliou que a liberação de R$ 16 bilhões para financiar a próxima safra é resultado do diálogo permanente com os trabalhadores rurais.Dilma explicou que para ter acesso ao financiamento pela primeira vez, é preciso procurar o sindicato rural ou a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) local. Caso o produtor já tenha feito algum empréstimo em safras anteriores, basta ir ao banco ou à cooperativa de crédito e solicitar novo financiamento.
O pacote de benefícios anunciado pelo governo inclui juros que variam de 0,5% a 2% e prevê ainda a criação de uma superintendência para habitação rural na Caixa Econômica Federal (CEF). “Não se pode exigir do trabalhador rural os mesmos documentos que se pede ao trabalhador urbano”, disse a presidenta.Outra determinação trata da possibilidade de venda de alimentos para outros estados. De acordo com Dilma, a dificuldade existe em razão de uma fiscalização feita separadamente por estados, municípios e pelo próprio governo federal. A saída, segundo ela, é o aperfeiçoamento do Sistema Único de Atenção à Sanidade Animal (Suasa). “Esse sistema não está funcionando ainda muito bem porque falta criar as normas que sejam comuns e respeitadas por todos esses governos. Nós demos prazo de 30 dias para que um grupo de trabalho elabore essas normas. Quando elas forem aprovadas, o Suasa passa a valer”, afirmou.
Paula Laboissière
Agência Brasil