segunda-feira, 27 de junho de 2011

Bloqueio da Rússia à carne brasileira será debatido na Câmara
A crise enfrentada pelos produtores de carne suína e o embargo da Rússia à carne brasileira serão discutidos na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural nesta quarta-feira (29). O debate foi proposto pelos deputados gaúchos Bohn Gass (PT) e Onyx Lorenzoni (DEM). No começo de junho, alegando questões sanitárias, a Rússia bloqueou a entrada da carne suína produzida em frigoríficos do Rio Grande do Sul, do Paraná e de Mato Grosso. A Rússia é a principal compradora da carne suína brasileira, com mais de 39% de participação nas exportações do produto pelo Brasil. Os outros mercados, por ordem de importância, são Hong Kong, Argentina, Ucrânia e Angola.
Os parlamentares querem saber o real motivo do embargo da Rússia e o que o governo brasileiro está fazendo para ajudar os suinocultores prejudicados pela medida. "Nós temos que reconhecer que é um direito de quem compra continuar comprando ou parar de comprar. Na medida em que ele não tem atendido o seu interesse, ele para de comprar. Mas o que o governo brasileiro vai fazer para atender os produtores? O que o governo brasileiro vai fazer para minimizar os prejuízos? Porque a perda de receita para o Brasil será de R$ 120 milhões a R$ 130 milhões por mês”, disse Lorenzoni. O deputado Bohn Gass afirma que mais de 730 mil pessoas dependem diretamente da suinocultura, sendo que essa atividade é responsável pela renda de mais de 2,7 milhões de pessoas.
Entretanto, de acordo com Gass, em todo o País, a suinocultura tem passado por sérias dificuldades – que teriam levado muitos produtores a desistir dessa atividade. Na avaliação do deputado, isso ocorre por causa da falta de rentabilidade, do elevado custo de produção - como o alto preço do milho e da soja para alimentar os porcos - e dos baixos preços pagos aos produtores pelas empresas.
Agência Câmara
Renata Tôrres
Iapar emite alerta de geada na região cafeeira paranaense
A temperatura mínima hoje (27) em Londrina foi de 1.6 graus centígrados em abrigo
O Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) e o Simepar emitiram nesta segunda-feira (27), por meio do serviço de Alerta Geada, aviso para proteção de cafeeiros em razão da previsão de ocorrência de geadas na próxima madrugada (segunda para terça-feira). O aviso é para que produtores com plantas de até 6 meses de idades façam o enterrio de plantas de café com até 6 meses de idade. Para plantas acima de 6 meses, recomenda-se o chegamento de terra junto ao tronco do cafeeiro a fim de evitar a “geada de canela” e a proteção de viveiros de mudas. A previsão de segunda para terça-feira (28) é de intensificação do frio com formação de geadas em todo o estado, inclusive na região Norte. Apenas no litoral não deve gear mas ainda assim o frio deve ser intenso. A ocorrência de geadas deve ser de fraca a moderada intensidade nas regiões Norte e Centro da região cafeeira; e de moderada a forte na região centro-sul da região cafeeira do Estado.
Mais informações sobre proteção de cafeeiros no site do Iapar no link “Métodos de Proteção”.
www.iapar.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=160
As informações são da assessoria de imprensa do Instituto Agronômico do Paraná-IAPAR.

Subcomissão sobre endividamento agrícola definirá plano de trabalho
A subcomissão destinada a propor medidas de combate ao endividamento do setor agropecuário se reúne nesta terça-feira (28) para discutir o roteiro de trabalhos. A subcomissão foi criada pela Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural para analisar a efetivação, pelos agentes financeiros, das renegociações autorizadas por leis e resoluções do Conselho Monetário Nacional (CMN). Formada por oito integrantes titulares e oito suplentes, a subcomissão é presidida pelo deputado Marcon (PT-RS). O vice-presidente é o deputado Paulo César Quartiero (DEM-RR). O relator é o deputado Nelson Padovani (PSC-PR).
Agência Câmara
Milho já rende 40% mais que soja no RS
Para produtor que não plantava o cereal há oito anos, preços, clima, potencial de exportações e alta produtividade tornam milho a opção mais atrativa
A rentabilidade do milho já é 40% maior do que a da soja no Rio Grande do Sul, o que faz da cultura a mais atrativa na região, segundo Mauro Costa Beber. O produtor estava há oito safras sem plantar milho, mas apostou na maior lucratividade do cereal e comemora a recuperação do mercado. E, segundo a Abramilho, o estado já recuperou a área de milho que vinha perdendo espaço nos anos anteriores. “Os preços estão muito atrativos, mesmo comparando com a soja, que é a cultura que compete com o milho no Rio Grande do Sul. O milho tem liquidez, pode ser exportado”, conta o produtor de Condor. Segundo ele, o milho está com um potencial produtivo muito alto, quase o dobro de dez anos atrás. “Na nossa região, nos últimos anos, a média de produtividade aumentou muito. Há propriedades em que mesmo lavouras de sequeiro, sem irrigação, estão produzindo mais de 150 sacas por hectare nos últimos anos”. Ele lembra que o clima na região também tem se mostrado mais propício ao milho. “Aqui no norte do estado, as chuvas têm sido regulares na primavera e temos registrado muitos veranicos no final de fevereiro e em março, favorecendo o milho e prejudicando a soja”.
A possibilidade de fazer safrinha depois da colheita também motiva o plantio. Também a rotação de culturas permite uso de defensivos diferentes entre elas. “Estamos com problema de ervas daninhas resistentes aos herbicidas usados para a cultura da soja. Na milhocultura podemos usar herbicidas de princípio ativo diferente dos usados na soja, eliminando essas ervas daninhas invasoras”. Ele ainda destaca os avanços tecnológicos nas colheitadeiras e a prevalência do milho resistente a insetos.
No passado recente, milho era desestimulante
As oito safras sem plantar milho foram reflexos de preços baixos, custos elevados, poucos estímulos e dificuldade de escoamento. Mas, segundo Beber, esse cenário é passado. “Era difícil conseguir o seguro da lavoura, pois quem financiava com seguro pró-agro, como nós, tinha um limite por CPF a um valor anual. Este valor nós costumávamos usar na cultura de trigo, mas agora podemos financiar tanto o trigo quanto o milho com o pró-agro”, afirma o produtor. “A dificuldade de comercialização também era grande. O milho não tinha liquidez. Não tinha garantia de um preço remunerador. Não era exportado. Mas tudo isso é passado.”
Mas ainda há espaço para crescer mais
O entusiasmo com os resultados do milho também ajuda a pensar no futuro da cultura. O mais importante, para Beber, é ter a garantia de renda. “Para isso temos que estar organizados, com entidades que nos representem e defendam nossos interesses junto ao governo estadual, federal e até junto à OMC, pois também exportamos”. “No Rio Grande do Sul há um grande potencial de irrigação de lavouras, esse é o desafio para crescer a área e a produtividade no estado. Temos água em abundância e perdemos muito com estiagens, mas isso pode ser mudado. Precisamos avançar”, diz Beber. Em relação às exportações, o potencial produtivo gaúcho é ainda maior. “Temos que produzir mais, e então pensamos em exportar o excedente, em produzir etanol. O Rio Grande do Sul importa etanol de outros estados a custos altos, mas isso pode não ser necessário em alguns anos”.
As informações são da assessoria de imprensa da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho).