sexta-feira, 17 de junho de 2011

Abiove eleva estimativa para produção de soja no Brasil
Associação prevê que produção chegue a 72,5 milhões de toneladas
A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) elevou nesta quinta, dia 16, sua estimativa para a produção brasileira de soja deste ano. Devem ser colhidas 72,5 milhões de toneladas. A previsão anterior era de 71,1 milhões. Apesar do aumento, os números ainda estão abaixo dos levantamentos de outras consultorias e da Conab. Segundo a Abiove, a revisão da estimativa foi realizada porque as chuvas causaram um impacto menor do que o esperado em Goiás e Mato Grosso do Sul.  Analistas da entidade afirmam que esse aumento vai ter reflexo positivo no processamento do grão, com aumento tanto na produção de farelo quanto na de óleo. Devem ser produzidos 27,35 milhões de toneladas de farelo (27,5 milhões na estimativa anterior) e sete milhões de óleo (6,95 milhões de toneladas no último levantamento).
Canal Rural
Ministério da Agricultura diz que é preciso melhorar fiscalização de agrotóxicos
Nos últimos quatro anos foram realizadas 800 operações, quando o ideal seria três mil
O coordenador-geral de Agrotóxicos e Afins do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Luís Eduardo Pacifici Rangel, afirmou que a fiscalização de agrotóxicos, muitas vezes vendidos para uso indevido, é tarefa que cabe ao Ministério da Agricultura. Em audiência pública nesta quinta, dia 16, na subcomissão especial da Comissão de Seguridade Social e Família que discute o uso de agrotóxicos e suas consequências à saúde, ele relatou que nos últimos quatro anos houve 800 operações de fiscalização, sendo que o ideal seriam três mil. Ainda de acordo com Rangel, menos de 1% das 8 milhões de propriedades rurais é fiscalizado, sendo que o aceitável seria a fiscalização de 5% delas. O Brasil tem 20 milhões de trabalhadores rurais, dos quais de quatro a cinco milhões trabalham expostos a agrotóxicos.
No Brasil, três ministérios são responsáveis pela avaliação dos agrotóxicos, o da Agricultura, o do Meio Ambiente e o da Saúde. O Brasil é o único país que divide essas atribuições. O coordenador-geral de Avaliação e Controle de Substâncias Químicas da Diretoria de Qualidade Ambiental do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Márcio Rosa Rodrigues de Freitas, admite que esse debate tripartite é criticado porque muitos veem como empecilho, como um problema.
– Na verdade, acho que é um ganho, desde que se consiga efetivamente articular os três órgãos. Isso é um exercício que vínhamos fazendo desde o advento da lei, em 98, e acredito que avançamos bastante e temos uma boa perspectiva de avançar nesses procedimentos. Márcio de Freitas afirma que, no Brasil, o processo de registro de agrotóxicos funciona bem. São avaliados 14 aspectos em relação ao impacto no meio ambiente e sabe-se o nível de toxidade. Além disso, é publicado anualmente o relatório sobre a comercialização dos agrotóxicos. Um dado que chama a atenção, segundo o Ministério da Saúde, são os casos de intoxicação por agrotóxicos no Brasil. Entre 2006 e 2011, 27,3% estão entre 20 e 29 anos; 63% das intoxicações ocorrem em casa. Mais da metade dos casos, 53,4%, foram situações de suicídio, e em 28,5% deles a exposição ocorreu por acidente doméstico.
Luís Eduardo Rangel ressalta que os agrotóxicos são importantes para eliminar pragas e viabilizam a produção agrícola brasileira. O problema ocorre no mau uso pelo agricultor, que, desinformado, não segue a dosagem especificada. "A sociedade precisa entender que ela convive com os agrotóxicos todo dia. Em casa com o produto para matar baratas e formigas. A gente tem que entender que na agricultura esses produtos são vitais para o processo produtivo. A gente não pode permitir é que produtos muito perigosos sejam usados de forma indiscriminada, porque você corre riscos de meio ambiente e saúde." A subcomissão sobre o uso de agrotóxicos foi criada em 12 de maio e o relator, deputado Padre João (PT-MG), tem até 90 dias para apresentar seu parecer. O presidente da subcomissão é o deputado Osmar Terra (PMDB-RS).
Agência Câmara de Notícias
Exportações de cooperativas brasileiras no acumulado do ano superam em 30% resultado do ano passado
Brasília – As exportações das cooperativas brasileiras atingiram US$ 2,16 bilhões nos primeiros cinco meses do ano. O valor é 30% superior ao do mesmo período do ano passado. Segundo informações da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério e Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, o resultado é o maior alcançado desde 2005. Entre os principais produtos vendidos ao exterior, pelas cooperativas, estão café, soja, trigo e carnes de frango.
Os produtos foram destinados a 113 países, o que reforça a consolidação comercial com mercados tradicionais e também mostra a abertura de comércio para novos destinos. Entre os destinos, destacam-se a Alemanha (vendas de US$ 242,3 milhões, representando 11,2% do total); a China (US$ 239,1 milhões ou 11,1%); os Estados Unidos (US$ 175,4 milhões ou 8,1%); os Emirados Árabes (US$ 147,3 milhões ou 6,8%); os Países Baixos (US$ 125,1 milhões ou 5,8%); a Rússia (US$ 109,1 milhões ou 5,1%); a Argélia (US$ 107,7 milhões ou 5%) e o Japão (US$ 104,6 milhões ou 4,8%).
Nas importações, houve expansão de 11,4%. As vendas internas passaram de US$ 96,8 milhões para US$ 107,9 milhões, de janeiro a maio deste ano frente o mesmo período de 2010. Segundo o presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Márcio Lopes de Freitas, os indicadores refletem o empenho crescente da gestão dos negócios. “Nossa intenção é continuar oferecendo produtos e serviços de qualidade, claro, e com maior agregação de valor. A ideia é torná-los referência e, para isso, atuamos a partir de um trabalho de inteligência comercial que nos aponta, inclusive, novos mercados a serem explorados”, disse.
Freitas também credita o resultado positivo às políticas do governo federal direcionadas ao setor cooperativista. “Com certeza, os recursos provenientes dos programas de Capitalização das Cooperativas Agropecuárias [Procap-Agro] e de Capitalização de Cooperativas de Crédito [Procapcred] influíram nesse resultado. O Procap-Agro, por exemplo, pode ser contratado via integralização de cotas-partes, giro e saneamento financeiro”.
Luciene Cruz
Repórter da Agência Brasil