quinta-feira, 9 de junho de 2011

"Vazio sanitário" começa a vigorar no Paraná para evitar aparecimento de fungo na soja
Curitiba – Os agricultores do Paraná estão proibidos de plantar ou manter plantas vivas de soja no estado,  no período de  15 de junho a 15 de setembro. É o período do vazio sanitário – sem plantas de soja em propriedades rurais e  estradas.  Em nota, a Secretaria da Agricultura  explicou que o objetivo da medida é evitar ou retardar ao máximo o aparecimento do fungo causador da ferrugem asiática, doença que ataca a cultura e causa sérios prejuízos aos produtores. O Paraná é o segundo maior produtor de soja do país, com volume de produção de 15,26 milhões de toneladas de grãos e área plantada de 4,5 milhões de hectares.
Parceira na divulgação do vazio sanitário no Paraná, a Federação da Agricultura está distribuindo 300 mil folhetos de alerta, nas barreiras interestaduais, nas concessionárias de pedágio e transportadoras de soja, sobre o período da proibição. A engenheira agrônoma Maria Celeste Marcondes, responsável pela área de Grandes Culturas do Departamento de Fiscalização e Defesa Agropecuária (Defis) da Secretaria da Agricultura alerta  os transportadores para que verifiquem se as carrocerias dos caminhões estão bem vedadas e tomem os devidos cuidados para não derrubar grãos nas estradas. A ideia é evitar que nasçam plantas nas margens das rodovias , que podem servir de hospedeiras do fungo.
O vazio sanitário foi adotado no Brasil em 2006.  De acordo com a assessoria da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura,  a medida preventiva está implantada em 12 estados (Mato Grosso, Goiás, Mato Grosso do Sul, Tocantins, São Paulo, Minas Gerais, Distrito Federal, Maranhão, Paraná, Bahia, Rondônia e Pará). A maioria deles adotou o vazio sanitário por 90 dias. Na Bahia, no Pará e Maranhão, o vazio sanitário deve durar 60 dias , a partir de 15 de junho.
Lúcia Nórcio
Agência Brasil


Brasil cede à pressão russa
com agências
Apesar de considerar exageradas as exigências da Rússia que levaram à suspensão da compra de carne brasileira, o ministro da Agricultura, Wagner Rossi, disse ontem (8) que o Brasil vai se preparar para atender a esse tipo de demanda e, assim, evitar crises de exportação no setor. Isso envolve a realização das vistorias prometidas ao governo russo nas plantas produtivas, tarefa que deve ter início na próxima semana, e o reforço da estrutura de laboratórios.Por enquanto, para evitar que o bloqueio seja efetivamente aplicado, Rossi destaca que a estratégia será a de negociação. Segundo ele, o vice-presidente, Michel Temer, enviou uma carta ao primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, pedindo que não seja aplicado de imediato o embargo às compras de carnes brasileiras. O governo pretende ainda enviar uma missão ao país, caso o embargo não seja adiado de 15 para 30 de junho.
A crise que envolve a venda de carnes para a Rússia está sendo monitorada continuamente pela equipe dos ministérios da Agricultura, Fazenda e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. As discussões envolvem também os dirigentes das principais instituições que representam o setor produtivo de carnes, como a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), a Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs) e a União Brasileira de Avicultura (Ubabef). A primeira reunião com o setor produtivo, destacou o ministro, “não foi uma reunião de flores, mas de responsabilidades”. O setor de suínos deve ser o mais prejudicado, porque depende mais das exportações à Rússia do que a avicultura e a bovinocultura. Os suinocultores do Paraná temem redução nos preços. Na última semana, no entanto, não foram registradas quedas expressivas no estado. O preço do suíno caiu 3%. O setor quer ampliar as exportações à China, mas isso só deve ocorrer a partir do segundo semestre.
Gazeta do Povo
Cooperativas do Paraná promovem retorno da cultura do café
O café foi o motor da colonização do norte do Paraná e motivou a criação da maior parte das cooperativas agrícolas da região. Mas a partir dos anos 60, a pecuária, a soja, o milho e a cana-de-açúcar tomaram o lugar de destaque dos cafezais, abandonados após sequência de geadas e queda na produtividade.  A atividade pioneira estava nos nomes da Cooperativa de Cafeicultores de Maringá (Cocamar) e da Cooperativa de Cafeicultores de Mandaguari (Cocari). Mais de quatro décadas depois de criadas, o desafio desses grupos é promover o renascimento do café. Rebatizadas de Cocamar Cooperativa Agroindustrial de Maringá e Cocari Cooperativa Agroindustrial e Industrial, ambas investem em projetos de fomento à cafeicultura.
O preço favorece: entre 2010 e 2011, o preço da saca com 60 kg praticamente dobrou, passando de R$ 260 para R$ 500.  Na Cocari, são 2 mil produtores dedicados à cultura. O grande desafio é fazer com que troquem o manejo manual pelo mecanizado, já que a escassez de mão de obra provou ser umobstáculo permanente para o avanço dos cafezais. A Cocari foi precursora da mecanização, trazendo uma máquina colheitadeira há 3 anos e estimulando seu uso entre os cooperados. Na cultura que é bienal, o próximo ano, de safra alta, deverá se de crescimento na mecanização.
"Todos os especialistas estão aconselhando a adequação às máquinas e não precisa ser equipamento grande", diz o engenheiro agrônomo Roberval Simões Rodrigues, do departamento de café da cooperativa Cocari. Colheitadeiras manuais, chamadas de derriçadeiras, custam menos de R$ 1 mil. Já grandes colheitadeiras de café têm valor entre R$ 300 mil e R$ 400 mil. A soja, o milho e o trigo representam uma fatia maior que a do café na estrutura de receita da Cocari, mas os recentes ganhos de produtividade obtidos pela mecanização podem virar esse jogo.
De 5 a 10 anos, Rodrigues projeta que 50% dos cooperados que atuam na cafeicultura vai aderir à mecanização, abandonando o processo totalmente manual. Além das colheitadeiras e derriçadeiras, a mecanização envolve o plantio mecânico, pulverização, irrigação e secagem com o uso de equipamentos próprios. Para que isso seja possível, a cooperativa orienta os produtores a adaptar suas lavouras, aumentando o espaçamento entre as plantas, para que o equipamento possa entrar e trabalhar. "O problema é que na nossa região o café foi plantado em terras caídas. Com a cultura do adensamento, as plantas foram plantadas próximas uma das outras", explica Rodrigues.

Origem
A Cocamar possui atualmente 5 mil hectares com cafezais no noroeste. A cooperativa foi fundada por 46 produtores de café, em 1963, mas a cultura perdeu espaço nas décadas seguintes. De acordo com o jornalista e pesquisador Rogério Recco, os produtores estavam endividados devido as grandes safras que deprimiam os preços e também a ação dos intermediários que aviltavam ainda mais as cotações.
"O surgimento da cooperativa, portanto, por meio do Banco do Brasil, foi uma maneira de organizar a produção e, ao mesmo tempo, abrir perspectiva de os produtores conseguirem beneficiar e padronizar o café, além de fazer a venda ao mercado sem passar pelos atravessadores", explica Recco. O avanço das culturas mecanizadas e outros fatores levaram ao declínio do café, que teve seu golpe de misericórdia com a geada de 1975. Nos anos 80, o que restou da cafeicultura foi sumindo rapidamente da região de Maringá.
A Cocamar começou a resgatar a cultura do café em 1992, quando introduziu na região o sistema adensado e superadensado, pouco praticada no Brasil na época. A técnica envolve a redução do espaçamento entre os pés de café, ampliando a quantidade de plantas por hectare, com o objetivo de aumentar a produtividade em até três vezes. A década de 90 não teve preços favoráveis e a produtividade foi baixa. Os preços altos em 2011 mudaram a tendência. Neste mês, a cooperativa trouxe uma máquina de colher café, fruto de um acordo com empresa prestadora de serviços de Araguari (MG). A máquina reduz o custo da mão de obra em 40% e em uma semana faz o trabalho que demoraria 3 meses.
Vinícius Carvalho
O Diário de Maringá
Dilma vai prorrogar decreto que perdoa multas ambientais
BRASÍLIA (Reuters) - A presidente Dilma Rousseff deve prorrogar ainda nesta semana o decreto 7.029 que prevê a suspensão da cobrança de multas aplicadas a proprietários que descumprem a lei ambiental atual, disse à Reuters uma fonte do governo.  A fonte, que falou sob condição de anonimato, não soube precisar por quanto tempo o decreto de anistia de multas e sanções administrativas será prorrogado. Ele perde a validade no próximo dia 11.  Logo após a votação do Código Florestal, na madrugada de 25 de maio, o líder do governo no Senado, onde a matéria tramita agora, Romero Jucá (PMDB-RR), disse que pediria à presidente que o decreto fosse prorrogado por 120 dias pelo menos.  A prorrogação servirá para dar tempo ao governo para negociar as mudanças que julga necessárias no texto do novo Código Florestal aprovado na Câmara dos Deputados. Dilma tem dito aos senadores nos últimos dias que pretende negociar com calma esse tema na Casa.
Jeferson Ribeiro)
Reuters
Governo/PR inicia credenciamento de seguradoras para programa do trigo
O governo do Estado iniciou o credenciamento de seguradoras aptas a atuar no Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural para o Trigo no Paraná. Nesta quarta-feira (8), o secretário da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, assinou o credenciamento da Aliança do Brasil e da UBF Seguros S/A. Elas são as primeiras – de um total de oito que retiraram o edital do programa – a cumprir os pré-requisitos estabelecidos pelo governo, e já podem ser procuradas pelos produtores paranaenses que estão plantando trigo na safra 2011. Assim que apresentarem a documentação necessária, outras seguradoras serão credenciadas. Com o programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural para o Trigo no Paraná, o governo do Estado dá garantia de pagamento de 15% do valor do prêmio, em complementação à subvenção de 70% concedida pelo governo federal. Assim, o produtor paranaense que plantar trigo no Estado recebe uma subvenção total de 85% no pagamento do prêmio do seguro.
“O objetivo é estimular o plantio da cultura no Paraná com a contribuição na redução dos custos de produção”, explica Ortigara. Neste ano, o governo do Paraná está ofertando R$ 2,6 milhões para a execução do Programa de Subvenção ao Prêmio de Seguro Rural para o Trigo. A expectativa é que sejam atendidos mais de 1.000 produtores de trigo em todo o Estado com recursos que podem chegar a R$ 4.500,00 por triticultor. O benefício atende a todos os produtores que aderirem ao seguro rural privado, independente da categoria do produtor. O programa de Subvenção ao Prêmio de Seguro Rural visa reduzir custos de produção e aumentar a renda do produtor para que ele tenha condições de aplicar mais tecnologia na lavoura e elevar a qualidade do trigo produzido no Paraná. Além disso, visa incorporar o seguro rural como instrumento de estabilidade agropecuária.
A lei estadual de seguro rural foi instituída inicialmente para amparar os produtores de trigo que investem na cultura e ficam vulneráveis aos riscos do clima. Frequentemente as lavouras de trigo no Sul do País sofrem com alguma ocorrência climática, como geadas severas, durante o desenvolvimento vegetativo ou excesso de chuvas na colheita.  Essa ação é pioneira no Sul do País, região onde que concentra a maior parcela da produção nacional de trigo. O Paraná é o maior produtor. Este ano, deverá colher 2,85 milhões de toneladas, correspondentes a 56,6% da produção nacional prevista para 2011. O programa opera com recursos do Fundo de Desenvolvimento Estadual – FDE gerenciados pela Agência de Fomento do Paraná e é coordenado pela Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná (Seab).
MODELO – Segundo o diretor da Aliança do Brasil, Benedito Dias, o Paraná é grande parceiro no seguro agrícola e a experiência adquirida no Estado será utilizada como referência para outras regiões do País. “Sabemos que a totalidade do seguro rural no País não contempla 20% do que deve ser feito”, apontou.  Benedito Dias falou da intenção da empresa em avançar com o seguro rural no País e disse que a credibilidade adquirida com o programa paranaense é importante na negociação com as empresas resseguradoras. “Elas sempre têm muitas reservas porque se trata de seguros contra catástrofes”, explicou.  O secretário Norberto Ortigara discutiu a possibilidade de estender o seguro para outras culturas importantes no Paraná, como o milho da segunda safra, em que os produtores normalmente arcam com mais riscos durante o desenvolvimento da cultura. Também foi discutida a possibilidade de redução nos custos do seguro.  Também participaram da assinatura do credenciamento o superintendente de Operações da Mapfre Seguros, Luiz Antonio Digiovani; o representante da Federação da Agricultura do Paraná (Faep), Nilson Hanke Camargo; da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), Silvio Krinski; o diretor do Departamento de Economia Rural (Deral) da Seab, Otmar Hubner; e os diretores da Superintendência do Banco do Brasil no Paraná, Cesar de Col, José Antonio Kaspreski e Marco Antonio Sanches.
Agência Estadual de Notícias - Paraná