quarta-feira, 1 de junho de 2011

Incertezas de safras e demanda mantêm preços firmes
Os preços do milho seguem firmes no mercado interno, conforme levantamentos do Cepea. A sustentação vem da demanda (doméstica e externa) e também das incertezas quanto às safras brasileira e americana. Compradores procuram reabastecer seus estoques, apesar de os setores de aves e suínos brasileiros, principais consumidores, sinalizarem dificuldade para custear a produção com os preços dos grãos nos atuais patamares. Para exportação, o ritmo é considerado bom, o que leva inclusive à expectativa de problemas logísticos decorrentes desse movimento. A baixa umidade do solo, que até poucos dias atrás era mais preocupante na região Centro-Oeste, agora é motivo de atenção também em partes das regiões Sul e Sudeste. Em relação aos preços, entre os dias 23 e 30 de maio, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (Campinas-SP; valores a prazo são convertidos para à vista pela taxa de desconto CDI) subiu 2,18%, fechando a R$ 29,51/saca de 60 kg na segunda-feira, 30. Se considerada a taxa de desconto NPR, na região de Campinas o preço médio à vista foi de R$ 29,06/sc de 60 kg nessa segunda-feira, alta de 2,29% no comparativo com a segunda-feira anterior, 23.
Fonte: Cepea

Terceiro mês consecutivo de quedas em Mato Grosso
Pelo terceiro mês consecutivo neste ano, o abate de bovinos, em Mato Grosso, apresentou queda, fechando o quadrimestre com recuo de 2,6% em relação a igual período do ano passado. No acumulado de 2011, foram abatidas 1,49 milhão de cabeças, contra 1,53 milhão no ano anterior. O abate de machos respondeu por 48,6% desse total (724,14 mil cabeças). O recuo do abate de machos, que era em média de 62% entre janeiro e abril de 2010, revela maior restrição de oferta desses animais neste início de ano. Os números, na avaliação dos especialistas, refletem a redução de 6% no estoque de machos que foram disponibilizados neste ano. Ainda neste sentido, a expectativa para os próximos meses é de uma evolução na oferta de machos, caso os números de confinamento no Estado e no país permaneçam no mesmo nível.
No mês de abril, de acordo com o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), o abate de bovinos no Estado foi de 353,4 mil cabeças, redução de 6,2% em relação ao mês de março, quando o número de animais era de 376,9 mil cabeças. Nesse período, o destaque ficou para o maior descarte de fêmeas pelos produtores, “grande parte em razão da menor disponibilidade de alimentação devido ao impacto causado pela morte de pastagens no Estado”. O Imea analisa que, diante desse aumento da oferta de vacas para o abate, os frigoríficos passaram a aumentar o preenchimento das escalas com fêmeas, fazendo com que a participação - que era de 36,4% e 35,5% nos meses de março e abril de 2010 - passasse para 51,9% e 51,4% nos respectivos meses de 2011.
Desse modo, ao mesmo tempo em que se gerou essa maior oferta de fêmeas no mercado, observou-se uma ampliação no diferencial do preço pago entre a arroba da vaca e do boi gordo. “Apesar de se tratar de uma estratégia focada no curto prazo pelos pecuaristas, acuados pela menor disponibilidade de pasto e aumento dos custos de arrendamento, esse descarte no longo prazo pode vir a regular a oferta futura de bezerros suavizando os impactos conhecidos pelo ciclo da pecuária de corte”, apontam os analistas.
Marcondes Maciel
Diário de Cuiabá
Usina vai usar palha de cana-de-açúcar para gerar energia
Além da biomassa do bagaço, a palha que sobra nos canaviais após a colheita da cana-de-açúcar é apontada como de grande potencial de geração de energia.  O material já vem sendo usado por algumas usinas do país na queima atrelada ao bagaço. A iniciativa, porém, deve ganhar força neste ano com um projeto estimado em US$ 68,5 milhões.  O projeto para uso da palha na geração de energia envolve recursos aplicados por três usinas, GEF (Fundo Mundial para o Meio Ambiente), Ministério da Ciência e Tecnologia e o CTC (Centro de Tecnologia Canavieira).  Segundo o coordenador de pesquisas do CTC, Suleiman José Hassuani, o uso da palha na geração de energia pelas usinas de cana pode garantir eletricidade para até 13 milhões de residências. A cada safra, ainda de acordo com ele, são 84 milhões de toneladas de palha deixadas nos canaviais brasileiros.  O projeto prevê que parte da palha seja levada junto com a cana para as usinas. O processo de separação ocorreria na chegada do produto às unidades, com o uso de ventiladores nas esteiras de cana que vai para a moagem.  A primeira usina a adotar o sistema será a Alta Mogiana, em São Joaquim da Barra (SP), ainda neste ano, diz Hassuani. Ele não informou os nomes das outras duas usinas que devem aderir ao projeto de uso da palha.
Leandro Martins
De Ribeirão Preto
Folha de São Paulo