quinta-feira, 28 de abril de 2011

Milho: apenas 50% da safrinha está “salvo” no MT até agora
São necessárias pelo menos mais três chuvas para certeza do desenvolvimento
A safrinha de milho está plantada, a colheita começa em junho, mas até agora apenas 50% da produção está “salva”, ou seja, não corre risco de apresentar problemas no desenvolvimento dos grãos até o enchimento completo das espigas, segundo projeção da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado (Aprosoja/MT). O volume representa 3,57 milhões de toneladas do total previsto pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para o ciclo 10/11. “O restante da safra depende do que vai acontecer daqui para frente”, diz o presidente da Aprosoja/MT, Glauber Silveira. Segundo ele, o produtor está preocupado porque em pleno desenvolvimento da planta, a chuva diminuiu na maioria das regiões e o clima está muito quente. “Precisaríamos de pelo menos mais três boas chuvas até à primeira quinzena de maio. Se isto vier a ocorrer, teremos uma bela safra de milho, que pode inclusive ultrapassar 8 milhões de toneladas”.
Pelas projeções da Conab, a safra mato-grossense de milho deverá apresentar redução de 12,06 em relação ao ciclo anterior, caindo de 8,11 milhões/t para 7,13 milhões/t. Já a área plantada encolheu de 1,99 milhão de hectares (safra 09/10) para 1,80 milhão/ha este ano, queda de 9,40%. O Estado mantém o título de maior produtor de milho segunda safra (safrinha) do Brasil. Silveira lembra que muitos produtores venderam até 70% de sua produção, sendo que até agora estão garantidos apenas 50%. A ameaça começou com o atraso no plantio, que era para ter sido feito até fevereiro. Contudo, o plantio acabou “invadindo” março, deixando o produtor na dúvida quanto ao volume a ser colhido na próxima safra.
MERCADO - Com o pouco milho disponível para compra no mercado, a oferta também despencou e poucos negócios vêm sendo realizados. Na avaliação do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), a tendência é de que o milho disponível volte com grande volume de negócios só depois do início da colheita da safrinha, quando o mercado disponível do grão estiver com oferta elevada e com preços “mais realistas” para o fechamento de negócios. Como referência, o milho disponível em Tangará da Serra (242 quilômetros ao norte de Cuiabá) esteve cotado a R$ 19,40/saca, e, em Primavera do Leste (239 quilômetros ao sudeste de Cuiabá), a R$ 22,00/saca.
Apesar da grande queda no início do mês na Bolsa de Chicago, a leve alta da última semana foi o suficiente para que o mercado disponível de milho seguisse um pouco menos nebuloso no número de negócios. Mas os preços continuam atrativos para o produtor. Em Sorriso (460 quilômetros ao norte de Cuiabá), na última semana, a saca de milho foi negociada em média a R$ 16 e, em Primavera do Leste, a R$ 19.
DEMANDA CHINESA – A China também tem um papel muito importante no mercado mundial de milho. Se por um lado a produção do resto do mundo tem um déficit de 23 milhões de toneladas, por outro, a China tem um balanço positivo de quatro milhões de toneladas.
O último boletim divulgado pelo Imea aponta que a produção do segundo maior player no grão, perdendo apenas para os Estados Unidos, de acordo com os últimos dados do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), está estimada em 168 milhões de toneladas, 20,6% do volume mundial. Enquanto isso, a participação chinesa no consumo total é de 164 milhões de toneladas, ou seja, 19,6% da produção global. “Assim, é possível avaliar que a China é um país independente do mercado externo, do qual importa apenas 1,5 milhão de toneladas, o que representa menos de 1% do consumo daquele país”, afirma o Imea.
Diário de Cuiabá
Marcondes Maciel
Ministro elogia contribuição da Embrapa para agricultura
Solenidade em comemoração aos 38 anos da instituição também foi marcada pela posse dos três novos diretores executivos da empresa
A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, celebrou o aniversário de 38 anos na noite de ontem, 26 de abril, em Brasília. O ministro da Agricultura, Wagner Rossi, lembrou que a empresa é a primeira referência à agricultura brasileira no exterior. Ele dedicou à Embrapa o mérito pelo Brasil ter atualmente uma agricultura invejada pelo mundo, com um dos índices mais altos de produtividade do planeta. “O prestígio que a Embrapa tem transcende os limites da instituição, do nosso Governo e do nosso país. Hoje, podemos dizer, que competimos em pé de igualdade com praticamente todos os grandes países produtores. Há alguns anos atrás, a nossa produtividade era escandalosamente baixa, mas esta instituição é capaz de fazer essa ligação extraordinária entre o que se produz, se pensa e se constrói intelectualmente por meio da pesquisa e da incorporação da ciência no processo produtivo”, afirmou.
Wagner Rossi destacou que a empresa adaptou a agricultura à realidade do campo brasileiro e ofereceu condições técnicas que geraram aprendizado e um extraordinário reflexo na sociedade brasileira. “O Brasil tem uma qualidade de pesquisa admirável. Para um país que há 20 anos recebia integralmente os pacotes tecnológicos prontos, que eram transferidos sem nenhuma adequação a nossa realidade. Hoje, alcançamos um nível de pesquisa empresarial que antes era absolutamente inusitado em nosso país”, declarou.
Novos diretores foram anunciados
Durante o evento, o ministro empossou a nova diretoria-executiva da Embrapa. Maurício Lopes assume a diretoria de  Pesquisa e Desenvolvimento, Vania Castiglioni  será a diretora de Administração e Finanças e Waldyr Stumpf Junior, diretor de Transferência de Tecnologia. O trio ocupará o cargo por um período de três anos. “Tenho absoluta certeza de que vocês três serão bem sucedidos e que contarão com o apoio de pesquisadores, técnicos e funcionários que compõem essa casa”, elogiou. Na mesma noite foi apresentado o Balanço Social da Pesquisa Agropecuária – que obteve um lucro social de R$ 18,16 bilhões em 2010 – e os resultados do PAC Embrapa.
Também foram anunciadas 22 novas tecnologias.  O Prêmio Frederico de Menezes Veiga, instituído pela Embrapa em 1974, foi entregue àqueles que se destacaram no campo da pesquisa agropecuária. Os vencedores de 2011 foram o engenheiro florestal da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Dario Grattapaglia, e o professor da Universidade Federal de Lavras, José Roberto Soares Scolforo. Uma homenagem especial foi feita ao pesquisador Mario Olinto Campos de Araújo pela sua expressiva participação na consolidação da Embrapa. Como parte da solenidade de aniversário, a Embrapa assinou um termo de cooperação técnica com a Vale S/A. O objetivo é estabelecer parcerias e viabilizar projetos de pesquisas científica, tecnológica, desenvolvimento e transferência de tecnologias de interesse comum.
Marcos Giesteira