quinta-feira, 26 de maio de 2011

PR: Agricultores já falam em quebra de até 20%
A estiagem de 30 dias nas lavouras de Campo Mourão, na Região Centro-Oeste do estado, deixa os agricultores preocupados com uma possível perda de produtividade, principalmente no milho safrinha, que é uma cultura mais adaptada ao verão. Os cereais de inverno como o trigo são mais resistentes à falta de água. No plantio do milho, a expectativa dos produtores rurais era de colher 83 sacas (4,98 mil quilos) por hectare, mas a escassez fez essa estimativa cair. “Acredito que já perdi 20% da produtividade por falta de chuva”, diz o agricultor Marcelo Riva. Ele plantou 125 hectares de aveia e 125 hectares de milho. Como o trigo, a aveia é mais resistente à seca. “Além de o milho não se desenvolver, sem umidade não posso combater adequadamente as pragas que estão atacando a lavoura. Se chover nos próximos dias, recuperamos a aveia, o milho não”, lamenta o produtor.
Dependendo do volume e da temperatura, a chuva também prejudica as plantações de inverno. O agricultor Amarildo Walker afirma que não sabe se reza para chover ou para que a estiagem continue por mais alguns dias. “Estou em uma sinuca de bico. Se não chover, a espiga não grana e a produtividade cai. Se chover e esfriar muito, perco toda a lavoura”, explica. Walker plantou 36,3 hectares de aveia e 84,7 hectares de milho. Ele acrescenta que, por falta de chuva, o combate aos insetos com o uso de agrotóxicos fica comprometido. “A lagarta está devorando o milho e o espigão, atacando a aveia”, reclama. Walker esperava colher médias superiores às da safra passada. “Se continuar sem chuva, a expectativa do início do plantio vai despencar”, pondera.
Dirceu Portugal, correspondente da Gazeta do Povo em Campo Mourão
Vendas de fertilizantes disparam em abril
Impulsionada por uma das mais rentáveis colheitas de verão de todos os tempos no país, a demanda doméstica por fertilizantes confirmou as expectativas das empresas do segmento e disparou em abril. Conforme a Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda), as entregas das misturadoras às revendas somaram 1,4 milhão de toneladas, quase 24% mais que no mesmo mês do ano passado, e reforçaram as perspectivas de que um novo recorde histórico anual poderá ser batido em 2011. De janeiro a abril, aponta a entidade, as entregas das misturadoras - empresas que fabricam os produtos finais comprados pelos agricultores - alcançaram 6,4 milhões de toneladas, pouco mais de 14% acima do volume registrado em igual intervalo de 2010. "Como o mercado continua promissor para os grãos, as vendas de fertilizantes tendem a superar 25 milhões de toneladas este ano, o que seria um novo recorde", diz Rafael Ribeiro de Lima Filho, da Scot Consultoria.
Apesar do bom ritmo de comercialização, em grande medida alimentado pelas elevadas margens de lucro obtidas pelos agricultores com as recentes colheitas de grãos da safra 2010/11, que já estão na reta final, as compras antecipadas para a temporada de verão do ciclo 2011/12, que começará a ser plantada em setembro estão mais lentas do que o inicialmente previsto. Segundo Lima Filho, aquecida mesmo, no primeiro quadrimestre em geral e em abril em particular, estive a demanda para a semeadura das culturas de inverno da safra 2010/11, para o plantio de algodão e para cana. "É claro que houve alguma antecipação para o próximo verão [a expectativa é que a área plantada aumente], mas nesta frente as aquisições começaram a aumentar com mais força neste mês de maio".
Esse movimento, realça o analista, pode ser comprovado pelo comportamento dos preços dos principais insumos. Tanto os fertilizantes derivados do fosfato, do potássio e do nitrogênio vinham em alta progressiva até abril e pararam de subir no início de maio. A expectativa, agora, é que as curvas de valorizações sejam retomadas. Mesmo assim, as vendas em 2011 deverão confirmar o padrão histórico de serem mais concentradas no segundo semestre do ano. Com a preciosa "ajuda" do câmbio, como destaca Lima Filho, a demanda em alta vem estimulando uma disparada nas importações do insumo. Os números da Anda mostram que, enquanto a produção nacional de fertilizantes intermediários cresceu apenas 1,5% no primeiro quadrimestre, para 2,8 milhões de toneladas, as importações aumentaram 57,6% e atingiram 5,6 milhões de toneladas.
A dependência brasileira de adubos importados normalmente gira em torno de 65% a 70%. De janeiro a abril deste ano, as importações representaram mais de 87% das entregas. É claro que há estoques e que boa parte dos produtos que entraram no país nos últimos meses ainda serão comercializados nos
próximos meses, quando a produção nacional deverá aumentar de acordo com um "mix" feito pelas misturadoras para preservar suas próprias rentabilidades. Maior fabricante nacional da matérias-primas para a produção de fertilizantes, a Vale Fertilizantes espelha bem esse movimento de vendas. No primeiro trimestre, mostra o balanço da empresa, sua produção de fosfatados de alta concentração cresceu 5,4% em relação a igual intervalo de 2010, mas as vendas recuaram 12,9%. No caso dos produtos nitrogenados, o comportamento de produção e vendas foi semelhante, mas nem por isso a companhia está desanimada.
"O início de 2011 marcou a continuidade da forte demanda por fertilizantes tanto no mercado internacional quanto no doméstico. A manutenção da demanda em níveis altos continua sendo capitaneada pela alta dos preços das commodities agrícolas que, ao elevar a rentabilidade dos produtores, impulsiona a demanda e o preço dos insumos. Os níveis extremamente baixos de estoques para todos os três nutrientes evidenciam o aquecimento do mercado, que impulsiona a utilização de fertilizantes para aumento de produtividade das lavouras", informa a Vale Fertilizantes em seu balanço do primeiro trimestre de 2011. No intervalo, a empresa reportou que investiu, no total, R$ 156 milhões, o que representou incrementos de 9,9% em relação ao último trimestre de 2010 (R$ 142 milhões) e de 21,9% sobre o período de janeiro e março do ano passado. A Vale Fertilizantes registrou receita operacional líquida de R$ 946 milhões no primeiro trimestre de 2011, 70% mais que em igual intervalo de 2010. O lucro líquido da subsidiária da mineradora foi de R$ 114 milhões.
Correio do Estado
Aldo Rebelo rebate críticas ao Código Florestal e diz que Dilma está desinformada
Brasília - O deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), relator do projeto de lei de reforma do Código Florestal, rebateu hoje (25) as críticas de que o parecer a Emenda 164, aprovados ontem (24) pela Câmara, permitam novos desmatamentos e anistie produtores que ocuparam áreas de preservação permanente (APPs). Rebelo disse não acreditar em vetos da presidenta Dilma Rousseff ao texto, que agora está no Senado. Para ele, a Dilma está desinformada sobre o assunto. “Não acredito em veto. O que acredito é que a presidente Dilma está muito desinformada sobre este assunto”, disse Rebelo. “Acredito que a presidenta não tem as informações suficientes sobre a matéria. Ela pode ter informações só de um dos lados que circularam muito pelo Palácio [do Planalto] nos últimos dias, que foi o do lobby ambientalista.”
Para ele, a votação expressiva do relatório mostra que o projeto foi aceito por integrantes de todos os partidos da Casa. “Se reunimos em torno de um texto 410 votos, com um único destaque, é porque o Congresso conseguiu mediar, com alguma competência, um problema que o Executivo só resolveu por meio de um decreto que anistia e suspende multa de quem desmatou em área de preservação permanente e em reserva legal.” Mesmo reconhecendo que a Emenda 164, de autoria do deputado Paulo Piau (PMDB-MG), permite a consolidação de todas as APPs que foram desmatadas, até que o Executivo determine quais não poderão ser mantidas, Rebelo insistiu que o relatório não incentivará novos desmatamentos.
Em relação às críticas de que a emenda concederá aos estados e ao Distrito Federal, assim como à União, a possibilidade de legislar sobre questões ambientais, Rebelo afirmou que essa previsão já está expressa na Constituição. Ele ressaltou, no entanto, que eventuais leis criadas por estados e pelo DF não poderão se sobrepor à legislação federal.“A autonomia aos estados e a restrição a ela já estão estabelecidos na Constituição e seria inócuo a lei tratar desta questão porque não trataria de forma diferente do que a Constituição estabelece”, acentuou. Rebelo negou também que sua proposta anistie desmatadores. Afirmou, contudo, que seu relatório prevê a possibilidade de que as multas sejam convertidas para um fundo ou serviços ambientais desde que o proprietário cumpra as exigências do programa de regularização.
“O Decreto Mais Ambiente já estabelece o que não chamo de anistia, chamo de regularização. Não é anistia porque não há perdão. A minha proposta suspende a multa, inclusive o prazo de prescrição das multas. Elas só serão convertidas em fundo ou prestação de serviços ambientais se o agricultor cumprir todas as exigências do programa de regularização ambiental”, disse o parlamentar.
Iolando Lourenço
Agência Brasil


Organização Mundial da Saúde Animal anuncia extinção da peste bovina
Brasília – A Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) anunciou hoje (25) a erradicação da peste bovina no mundo. A doença era uma das que mais matavam bovinos e várias outras espécies animais. A declaração mundial pelos países-membros da Organização das Nações Unidas para  Alimentação e Agricultura (FAO) deve ser feita em junho. O comunicado, feito durante o 79ª Congresso Anual dos Delegados dos Países-Membros da OIE, em Paris, reconhece oficialmente que os 198 países e territórios do mundo com animais sensíveis estão livres da peste bovina. Segundo o diretor-geral da organização, Bernard Vallat, este é um momento histórico, pois é a primeira doença animal erradicada pela humanidade. “Trata-se de um importante avanço, não só da ciência, mas das políticas de cooperação entre as organizações internacionais.”
A diretora-geral adjunta da FAO para o Conhecimento, Ann Tutwiler, disse que a peste bovina foi uma das prioridades da entidade nos esforços para combater a fome e melhorar as condições de vida por meio da agropecuária. “Com a erradicação da doença nos animais vivos, a produção de gado no mundo se tornou mais segura, assim como a subsistência de milhões de pecuaristas. A OIE informou que, apesar de estar erradicado entre os animais vivos, o vírus da peste bovina continuará armazenado em laboratórios para a produção de vacinas no caso de reaparecimento da doença de forma acidental ou intencional. O anúncio coincide com a comemoração dos 250 anos de criação da profissão de veterinário, em Lyon, na França. O presidente do Comitê Misto OIE/FAO de Especialistas em Peste Bovina, William Taylor, disse que este é um momento de orgulho para a profissão. “Essa luta histórica contra uma das doenças mais temidas pelos criadores de todo o mundo, a ação conjunta da comunidade científica veterinária, das organizações internacionais e regionais, dos governos e dos criadores, foi absolutamente crucial”, completou.
Danilo Macedo
Agência Brasil