segunda-feira, 6 de junho de 2011

SOJA/CEPEA: Embarques brasileiros em ritmo acelerado
Enquanto as atenções de agentes se voltam para o avanço do cultivo da safra norte-americana, os embarques brasileiros, tanto do grão quanto de derivados, seguem em ritmo acelerado. Agentes mantêm a expectativa de que a demanda mundial para a safra 2011/12 cresça ainda mais, elevando a necessidade de importação de soja e derivados pela União Européia, que tem enfrentado problemas com seca nas últimas semanas. Em maio, os embarques brasileiros de soja e derivados subiram expressivamente, após registrarem quantidades abaixo da média nos primeiros meses do ano, devido ao atraso no plantio. Segundo a Secex (Secretaria de Comércio Exterior), as exportações de soja somaram 5,3 milhões de toneladas em maio, 4,2% a mais que as de abril, mas 6,9% inferiores às de maio/10. No acumulado do ano, os embarques somam 13,6 milhões de toneladas, contra o recorde de 14,5 milhões verificado nos primeiros cinco meses de 2010 – o acumulado neste ano é o segundo maior para o período. Quanto aos preços no Brasil, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa para o produto transferido no porto de Paranaguá subiu 2,24% entre 27 de maio e 3 de junho, finalizando a US$ 31,03/sc de 60 kg (em moeda nacional, o Indicador subiu 0,66% no mesmo período, finalizando em R$ 48,91/sc). Quanto à média ponderada das regiões paranaenses, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ, a alta foi de apenas 0,09% nos últimos sete dias, fechando a R$ 46,00/sc nessa sexta-feira.
Fonte: Cepea – www.cepea.esalq.usp.br  

Eraí Maggi cai para 2º no ranking
O megaempresário rural, Eraí Maggi Scheffer, perdeu o título de “Rei da Soja” para os argentinos, mas se mantém entre os maiores produtores nacionais, ocupando a segunda posição no ranking. Na safra 10/11, o Grupo Bom Futuro, comandado por Eraí e administrado pelos irmãos Elusmar e Fernando e pelo cunhado José Maria Bortoli, seus sócios, plantou mais de 178 mil hectares de soja. Com média de produtividade de 54 sacas por hectare, o grupo atingiu uma produção de aproximadamente 576 mil toneladas do grão, contra 680 mil toneladas do grupo argentino “El Tejar”.  Eraí iniciou o trabalho na lavoura em uma propriedade de 65 hectares em São Miguel do Iguaçu, oeste do Paraná. Nascido em Torres (RS), o gaúcho se mudou com a família para o Estado aos seis anos. Em 1969, a família começou a mecanizar a produção com o auxílio de um trator financiado. Em 1976, com a morte do pai, Eraí assumiu os negócios da família. Três anos depois, começou a arrendar propriedades, em Mato Grosso, onde a terra era barata. Em 1982, ele vendeu a propriedade no Paraná e comprou terras no norte do Mato Grosso. “Depois deu certo, a tecnologia foi chegando, os financiamentos para máquinas ficaram mais fáceis e a terra valorizou muito”, conta.
Com o auxílio de um avião próprio, Eraí acompanhava o que acontecia nos terrenos próximos e verificava possíveis novas terras para investimento. “Não é toda crise que acaba com o negócio. Você tem que fazer uma análise para saber o que vem pela frente. Às vezes, a crise é uma oportunidade para começar algo diferente”, aconselha. Em 1993, comprou a Fazenda Bom Futuro, no cerrado mato-grossense. “Mato Grosso aconteceu muito rápido e nós estávamos dentro dele”, comenta. A Fazenda Fartura, localizada em Campo Verde (139 quilômetros ao sul de Cuiabá), possui uma sementeira com capacidade de produzir 800 mil sacas de semente de soja por ano. Atualmente, o Grupo Bom Futuro possui 26 aglomerados de fazendas em Mato Grosso. Além da soja, a empresa plantou 109 mil hectares de algodão, 44 mil hectares de milho e aproximadamente 2 mil hectares de feijão, 2 mil hectares de arroz e 7 mil hectares de sorgo na safra 10/11. No total, o grupo possui 57 mil cabeças de gado. “Tem um grupo por traz do crescimento, família, técnicos e amigos”, enfatiza Eraí. O número de funcionários não pára de crescer e atualmente 5 mil trabalham para o grupo. Eraí alega que não teve tempo de avaliar qual o momento mais marcante da vida. “O mais marcante agora é ver que os filhos dos funcionários vêm trabalhar comigo, é conseguir dar emprego para eles”, diz emocionado. (Com Aprosoja)
Marcondes Maciel
Diário de Cuiabá

Chuva pode favorecer lavouras de trigo e milho no PR
As chuvas previstas para as próximas horas no Paraná – nas regiões produtoras de trigo e milho de segunda safra – podem ajudar a produção no estado. "Este ano, as temperaturas estão baixas, mas a umidade nessas regiões está normal, portanto, qualquer chuvisco já ajuda na fase de espigamento e floração das lavouras”, explicou à Agência Brasil, o diretor do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, Otmar Hubner. A previsão do serviço de meteorologia do Paraná (Simepar) é que ocorram pancadas isoladas de chuva nas regiões norte, oeste, sudoeste apenas na terça-feira (7). O meteorologista Tarcísio Vlentin disse que uma massa de ar frio chega ao estado na quarta-feira (8), o que deixa o tempo seco nessas regiões.
O Paraná é o maior produtor nacional de trigo, com a previsão de colher este ano 2,84 milhões de toneladas, o que corresponde a 56,6% da produção brasileira prevista para 2011. A plantada é feita entre 11 de março e 20 de julho. “Até agora temos 70% da cultura plantados”, informou Otmar. Se forem somadas as duas safras de milho, o Paraná também é o maior produtor dessa cultura. As duas safras devem totalizar a produção de 13,18 milhões de toneladas. A expectativa para a segunda safra de milho é 7,32 milhões de toneladas. Esta safra, de acordo com Otmar, foi plantada de janeiro a março. A colheita começou em maio e deverá terminar em julho. “Temos apenas 1% das lavouras colhido, e o restante em fase de desenvolvimento vegetativo a início de florescência.”
Lúcia Nórcio
Agência Brasil

Produtos orgânicos chegam a apenas 27% dos supermercados
Segundo Associação Brasileira de Orgânicos (Brasilbio), 80% dos produtores no país são agricultores familiares
Brasília - De cada R$ 100 vendidos pelos supermercados brasileiros, apenas R$ 0,54 são lucrados com a venda de produtos orgânicos, de acordo com dados da Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Mas a demanda está crescendo. Até alguns anos poucos varejistas investiam na comercialização dos itens. Atualmente os alimentos orgânicos estão presentes nas prateleiras de 27% dos supermercados do país. O aumento da demanda por produtos orgânicos beneficia principalmente os pequenos empresários. Segundo dados da Associação Brasileira de Orgânicos (Brasilbio), que reúne os produtores, processadores e certificadores, 80% dos produtores de orgânicos no país são agricultores familiares. Em todo o Brasil há 90.497 empreendedores que produzem os alimentos sem agrotóxicos, segundo o Censo Agropecuário 2006, último levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia de Estatística (IBGE).
Os pequenos são os que mais lucram com o aumento do faturamento do setor. Segundo a Brasilbio, em 2011 os produtores devem faturar 40% acima dos R$ 500 milhões registrados no ano passado. A expectativa é chegar a R$ 700 milhões neste ano. “O volume ainda é baixo, mas este é um movimento novo, com tendência a crescer muito. E quem mais lucra são os pequenos. A maioria dos produtores no Brasil são agricultores familiares que vendem para grandes varejistas e atacadistas”, afirma o presidente da Brasilbio, José Alexandre Ribeiro. Uma das primeiras redes brasileiras a investir na alimentação sem agrotóxicos, o Grupo Pão de Açúcar comercializa orgânicos há 15 anos e atualmente conta com cerca de 130 fornecedores em todo o país. Nas prateleiras há mais de 300 produtos disponíveis. No ano passado a rede vendeu R$ 75 milhões em produtos orgânicos e a expectativa é que as vendas cresçam entre 30% e 40% em 2011. “Há 10 anos somente verduras e legumes estavam disponíveis nas lojas. Hoje, além dos itens in natura, temos carne, massas, molhos e todos os componentes para uma refeição completa e saborosa”, afirma a gerente de orgânicos do Grupo Pão de Açúcar, Sandra Caires Sabóia.
Produtora há 25 anos de alimentos orgânicos, a Fazenda Malunga, localizada a 70 quilômetros de Brasília, viu todo o avanço do mercado. No início, ela e o marido, Joe Carlo Viana, vendiam a produção em uma feira semanal realizada na Universidade de Brasília (UnB). A mercadoria era transportada no porta-malas do carro. Atualmente fornecem para 60 supermercados de Brasília e de Goiânia, além de fazerem entregas diárias a 200 domicílios. Por dia, são mais de 1 mil caixas de legumes e verduras. O número de funcionários saltou de 12, em 2001, para 220. “A demanda cresceu mesmo foi nos últimos 10 anos. Os supermercados abriram mais espaços para os produtos agrícolas porque o consumidor está pedindo por estes produtos”, afirma a proprietária da marca, Clezane Ribeiro Pereira.
Com o objetivo de gerar visibilidade e disseminar os benefícios dos alimentos produzidos sem agrotóxicos, o Ministério da Agricultura, em parceria com o Sebrae e diversas outras instituições, está promovendo até o próximo dia 5 de junho a 7ª Semana dos Alimentos Orgânicos. O tema da edição deste ano é “Produtos Orgânicos – ficou mais fácil identificar”, com foco na divulgação do selo Produto Orgânico Brasil, que ajuda os consumidores a identificar esses produtos, e da Declaração de Cadastro do Agricultor Familiar, ambos instituídos pelo ministério.
Mariana Flores
Agência Sebrae de Notícias
Município de Cambé, no Paraná, é o campeão nacional de redução de perdas na colheita da soja
Média de perdas no município não chegou a meia saca
O município de Cambé, no norte do Paraná, com 98 mil habitantes, ostenta o título de campeão nacional de redução de perdas na colheita da soja. Este ano 143 agricultores entraram na disputa. Ser vencedor do Concurso de Redução de Perdas na Colheita de Soja não é pouco. A colheitadeira, até o seu destino final, perde muitos grãos pelo caminho. No momento da colheita, o produtor brasileiro perde, em média, duas sacas por safra. São 2,7 milhões de toneladas ou quase R$ 2 bilhões deixados no campo.  No concurso de Cambé a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) comanda a pesagem das amostras recolhidas na hora da colheita. Agricultores ajudam como voluntários e fiscais. No ano passado o produtor campeão perdeu pouco mais de uma saca e meia por hectare. Mas a média do município não chega a meia saca, menos do que o índice adotado como ideal pela Embrapa, que fica em 0,75 saca perdida por hectare.
O tempo trouxe mudança de hábitos, mas os últimos colocados revelam que ainda há muito a fazer.  Cambé tem 35 mil hectares de soja. Se for comparar com o Paraná, que perde uma saca por hectare, Cambé está perdendo a metade. São perdidas 17.500 sacas, a R$ 40, isso dá R$ 700 mil. É dinheiro que não se jogou fora nas propriedades com a regulagem das colheitadeiras pelos operadores – relata o extensionista da Emater de Cambe, Alcides Bodnar. O agricultor Tiago Batistella é também o operador da colheitadeira na sua propriedade. Ele dá a receita contra o desperdício na hora de colher.
– Ele tem que acordar cedo, regular, examinar toda a máquina, regulagem de peneira, de cilindro, ventilação, e ter uma velocidade constante na máquina. Tanto lá atrás regulado como a plataforma, que é onde se tem uma “boa” perda, quando não está regulada. E o clima, durante o dia existem três regulagens: de manhã é uma regulagem, na hora do almoço, que é a hora do sol quente muda e à tardezinha ou ao anoitecer também muda. Ele tem que acompanhar todos esses fatores porque senão a perda é grande – explica.  Para o Sindicato dos Trabalhadores Rurais da cidade o concurso estimula o aperfeiçoamento profissional.
– Hoje há um interesse muito grande entre os operadores. Ninguém quer ficar para trás. Não se torna só uma competição, mas o interesse por melhorar o trabalho – relata o presidente do sindicato, José Miguel Alonso. A Embrapa tem um programa contra o desperdício da alimentação que envolve a redução de perdas na colheita.
– Não é só o foco no grão, é o foco geral, frutas, hortaliças de maneira geral. A preocupação do governo é orientar os técnicos e os produtores para a conscientização do problema de perda, que é inerente a qualquer processo. Através de treinamentos e informações a ideia é que essa perda seja mínima, para que ele possa ter um maior rendimento. Mas a perda no Brasil é grande. São várias as condições, a perda no transporte, desde as fazendas até os silos, os armazéns, as condições de estradas e de caminhões contribuem. Quando a gente olha dentro da propriedade, no processo de colheita em si, é o treinamento do operador da máquina para que ele saiba o que pode acarretar uma elevada perda de grãos na colheita de soja – ressalta o pesquisador da Embrapa Soja, José Miguel Silveira.
Kátia Baggio
Canal Rural