quinta-feira, 19 de maio de 2011

Plantio segue lento nos EUA devido à excessiva umidade do solo pode favorecer MT que entra no mercado para suprir a lacuna de uma entressafra maior
A quatro meses do início da nova temporada de plantio, os produtores mato-grossenses vivem momentos de expectativa ante a possibilidade de um ganho em decorrência do clima frio e úmido que poderá atrasar o período de semeadura nos Estados Unidos, maior produtor mundial de soja e milho e principal concorrente do Brasil. Estima-se que a safra de grãos norte-americana, que geralmente abastece o mercado internacional a partir de agosto, será colhida mais tarde neste ano, ampliando o período de entressafra no maior exportador mundial de grãos.O atraso deve obrigar os importadores a buscar fornecedores alternativos para suprir seu consumo até que a oferta norte-americana se regularize e, segundo analistas, Brasil e Argentina tendem a preencher esse espaço.
Para Celidônio, o produtor tem de estar “antenado” ao mercado, analisando a evolução do plantio nos Estados Unidos e a demanda por soja na China, principal parceiro comercial de Mato Grosso.“A leitura que se faz hoje é de que a intempérie nos EUA pode gerar oportunidades para os produtores brasileiros, já que a previsão é de que o plantio sofra atraso, pressionando principalmente a semeadura do milho, cultura de ciclo mais longo e plantada mais cedo em solo norte-americano”, explica o superintendente do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), Otávio Celidônio.Após chuvas excessivas em abril, o clima frio dificulta a secagem do solo, prejudica a germinação das sementes e ameaça a safra norte-americana de soja e milho. O plantio atrasado deve retardar a colheita no país e assim, favorecer as exportações brasileiras.
“Os produtores devem ficar atentos a esta nova situação, pois as intempéries climáticas poderão ter impacto direto no planejamento da safra norte-americana, com o milho cedendo espaço e favorecendo uma ampliação na área de soja”, analisa Celidônio. Se a expectativa se confirmar, haverá inversão em relação ao tamanho das lavouras de soja e de milho, sendo este último, a preferência daquele país. Nos Estados Unidos, 55% da área destinada à agricultura são geralmente ocupadas por milho e, 45%, pela soja.Segundo ele, outro fator que deve ser avaliado é que os norte-americanos têm elevada capacidade de plantio e colheita. “Em um período de uma semana eles podem plantar tudo ou colher tudo, por isso fica difícil fazer agora uma projeção do que poderá ocorrer em relação à próxima safra”.
Ele diz que a umidade e o frio dificultam a germinação das sementes. “Se o frio vier mais cedo, com neve, os produtores norte-americanos podem ter sérias dificuldades e poderá ocorrer inclusive uma quebra de safra, beneficiando diretamente os produtores brasileiros”.

NO CAMPO - Este ano, o excesso de umidade fez com que o plantio da safra 10/11 evoluísse com lentidão nos Estados Unidos. Na virada de abril para maio, apenas 13% da área prevista para o milho havia sido semeada no país e o plantio da soja sequer havia começado. Normalmente, as plantadeiras já deveriam ter passado por 40% das lavouras do cereal e cerca de 10% das plantações da oleaginosa. Uma pausa nas precipitações nas últimas duas semanas, entretanto, permitiu a retomada dos trabalhos de campo, mas não eliminou os riscos. As chuvas comprometeram também o trabalho dos poucos produtores que conseguiram avançar com as máquinas no mês passado. De acordo com informações, as chuvas de abril deixaram cerca de 1,2 milhão de hectares de soja e milho debaixo d´água, obrigando agricultores a replantar lavouras danificadas ou até abandoná-las.
De acordo com o último boletim do Imea, os estoques mundiais continuam apertados, apesar do resultado altista do quadro de oferta e demanda. Na sexta-feira, o mercado recuou por conta de incertezas quanto ao plantio de milho nos Estados Unidos. Mas, no geral, a semana foi boa para a soja, que variou positivamente 12,50 pontos.
Diário de Cuiabá
Autor: Marcondes Maciel
Uso de mais variedades eleva a produção de soja
Portal do Agronegócio
Caracterizada como a cultura mais importante do país quando se trata de grãos, a sojicultura foi o tema do evento Apresentação de Resultados de Pesquisa da Safra 2011/2012, realizado nos município de Naviraí, no dia 10, Dourados, no dia 12, Maracaju, dia 17, Brilhante, dia 19, e Sidrolândia, dia 25, todos no Estado do Mato Grosso do Sul. Com os resultados da avaliação das cultivares de soja na safra 2010/2011, chega-se à conclusão que é importante utilizar diferentes cultivares para aumentar a produtividade. Segundo Carlos Pitol, engenheiro agrônomo e pesquisador da Fundação MS, a safra 2010/2011 marcou um bom ano para a cultura da soja, principalmente em termos de clima, onde os índices dos resultados foram elevados e consistentes.
Como tínhamos mais de 60 variedades sendo avaliadas nas diferentes épocas e em diferentes locais, temos muita informação sobre o comportamento de cultivares de soja, o que nos permite abordar com segurança a respeito das variedades que têm tido um comportamento melhor — afirma o engenheiro. Além das variedades que a Fundação já vinha cultivando, algumas variedades como a BMX Turbo, a Syngenta 1059, a STS Júpiter apresentaram resultados muito bons. De acordo com ele, a Fundação realizou pesquisas em nove locais do estado do Mato Grosso do Sul.A gente avaliou, no decorrer do ciclo, alguma ocorrência de doença, com exceção da ferrugem, que ataca todas as variedades. A principal doença hoje é a mancha alvo, doença foliar difícil de controlar. Portanto, temos feito avaliações sobre a incidência dessa doença — explica.
Pitol diz ainda que foram feitas avaliações no quesito pré-colheita em relação ao ciclo, porte das plantas e acamamento. Já no período de colheita, foi avaliada também a produtividade e a qualidade de grãos. Também foi analisada a questão da estabilidade da produção. O produtor deve buscar adequar a variedade às características de solo, tanto em termos de acidez da área, quanto de fertilidade. Então, ele deve plantar a melhor variedade para cada produção. Isto em função também da época de semeadura da soja. Ele também deve estar atento ao número da população — orienta o engenheiro. Ele diz que, atualmente, existe um número expressivo de variedades de soja que podem aumentar a produtividade. Portanto, para ele, é necessário que o produtor abra espaço para a utilização dessas novas variedades. O produtor não pode correr riscos pensando em colher bem e, ao mesmo tempo, usar apenas uma variedade — conclui.
Correio do Estado
Dilma anuncia pacote a agricultores familiares
Brasília - A presidente Dilma Rousseff anunciou ontem (18) um pacote de benefícios aos agricultores familiares, reunidos em Brasília para o Grito da Terra. Entre as principais medidas do governo está a redução dos juros para acesso a investimentos por meio do Programa Nacional de Agricultura Familiar (Pronaf), que passarão a ser de, no máximo, 2% ao ano. Também foi anunciada a liberação de R$ 16 bilhões para o Plano Safra 2011/2012 dos agricultores familiares. O valor é o mesmo da safra passada, mas atende aos apelos da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), segundo o presidente da entidade, Alberto Broch. Outra novidade comemorada pelos agricultores familiares é a promessa de Dilma de que, em até 30 dias, será criado o Sistema Único de Atenção à Sanidade Agropecuária (Suasa), que fixará regras nacionais para o comércio de produtos da agricultura familiar. Hoje, cada município e Estado definem suas regras sanitárias, segundo a Contag, o que dificulta o comércio da produção fora dos municípios onde são produzidos.
A adesão ao Suasa, no entanto, será voluntária, segundo o ministro do Desenvolvimento Agrário, Afonso Florence, que também participou da audiência com Dilma Rousseff, no Palácio do Planalto. A presidente entregou à Contag um caderno com respostas aos 185 pontos de reivindicação do Grito da Terra. Broch afirmou que ainda analisará o documento, mas disse que, no geral, as medidas anunciadas pelo governo satisfazem os agricultores familiares. Outro avanço na área comercial foi o anúncio do Programa de Garantia de Preços Mínimos, a ser criado especificamente para a agricultura familiar. Os recursos para isso, no entanto, ainda não foram divulgados. Na área de habitação, a presidente determinou a criação de uma nova superintendência na Caixa Econômica Federal específica para tratar de moradia no campo, enquanto a área de habitação urbana passará a ser tratada separadamente.
Folhapress
Breno Costa
Fonte: Folha de Londrina
Ministério inicia programação sobre pecuária
Encontro internacional discute alternativas para conciliar produção e preservação ambiental na atividade
As atividades da primeira Reunião Global sobre Pecuária Sustentável, promovida pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, tiveram início nessa terça-feira, 17 de maio, com a solenidade de abertura oficial do evento, na sede da Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA), em Brasília. O ministro da Agricultura Wagner Rossi foi representado pelo secretário de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo do Ministério da Agricultura, Erikson Chandoha. O objetivo do encontro é debater um conjunto de ações que garanta a sustentabilidade da pecuária de corte nos próximos anos. Será elaborada uma agenda com orientações para melhorar a utilização dos recursos naturais por meio da adoção de boas práticas.
O Ministério Holandês de Assuntos Econômicos, Inovação e da Agricultura e a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) são os outros parceiros do seminário. O grupo de discussão é formado por representantes dos países integrantes do Comitê de Agricultura (COAG, sigla em inglês): Brasil, Etiópia, Índia, Nova Zelândia, Países Baixos, China e Estados Unidos. Segundo Chandoha, o Brasil desenvolve políticas públicas de incentivo à cadeia produtiva da carne desde a década de 60 e priorizou a pecuária sustentável nos últimos anos, com a criação de iniciativas como o Programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC), a Produção Integrada de Sistemas Agropecuários em Microbacias Hidrográficas (Pisa) e o Programa Nacional de Fomento às Boas Práticas Agropecuárias (PRO-BPA).
“Tivemos um crescimento de 251% no rebanho brasileiro, passando de 58 milhões, nos anos 60 para, mais de 204 milhões de cabeças. E isso tudo com um aumento de apenas 39% de área explorada. Economizamos cerca de 70 milhões de hectares e a nossa produção de carne saltou mais de 50% nos últimos dez anos, passando de 9 milhões de toneladas por ano”, ressalta. As novas políticas públicas, que pretendem estimular práticas ambientais com acréscimo de produtividade e de qualidade dos alimentos, sugerem ações com influência direta na criação de gado. A Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) e a recuperação de áreas degradadas deverão ampliar a quantidade de animais por hectare e a capacidade de rendimento de carcaça, com redução na emissão de gases de efeito estufa e preservação da biodiversidade. “O Brasil é o maior exportador de carne bovina do mundo e temos a responsabilidade de desenvolver uma pecuária sustentável. Para isso, o governo e seus parceiros se comprometem a recuperar 15 milhões de hectares de pastagens degradadas, aumentar a produção de carne e gerar empregos com sustentabilidade”, afirma.

A programação da reunião se estende até sexta-feira, 20 de maio, e prevê palestras técnicas com representantes da FAO, do Banco Mundial e da Embrapa. Entre os temas debatidos estão as mudanças climáticas, a pecuária e o uso da terra e as prioridades temáticas regionais. O coordenador  de  Manejo  Sustentável  dos  Sistemas Produtivos do Ministério da Agricultura, Elvison Nunes Ramos, apresentará as políticas públicas no Brasil para o desenvolvimento da pecuária sustentável e as medidas previstas pelo Programa ABC para o setor nesta quinta-feira, 19 de maio, às 11h45min.
Marcos Giesteira
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento