terça-feira, 24 de maio de 2011

Agricultores familiares criam confederação nacional
Brasília - Proclamando “independência”, a Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer) oficializa hoje (24) sua criação. Segundo Carlos Lopes, um dos articuladores da nova organização junto com outras lideranças sindicais, o setor nunca teve bandeira própria e as duas grandes confederações da área - Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) e Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) - “não possibilitavam a independência”. Lopes disse que a Conafer já nasce com 340 sindicatos e oito federações estaduais, representando 1,8 milhão de filiados. “Até o fim do ano teremos federações em todos os estados e no Distrito Federal”, afirmou.
O número de agricultores familiares, público-alvo buscado pela nova confederação, é aproximadamente 18 milhões de pessoas, podendo dobrar se considerados todos os trabalhadores do setor.“Hoje vivemos uma realidade na qual não nos sentimos assistidos. Não podemos ser representados sem ter representantes. Temos que ter voz própria”, disse Lopes, da Força Sindical, que deve ser o primeiro presidente da Conafer. Ele já foi presidente da Federação dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Fafer) no Centro-Sul. A Conafer será lançada na Câmara dos Deputados, durante o Encontro Nacional dos Sindicatos da Agricultura Familiar, no dia marcado para mais uma tentativa de votação do novo Código Florestal. Seus articuladores consideram importante a aprovação do texto, mas querem garantias de que as peculiaridades da agricultura familiar serão explicitadas em lei e terão tratamento diferenciado.
 “A agricultura familiar não aceita ser punida por produzir alimentos em um país onde há milhões de pessoas passando fome. Enquanto os grandes plantam pensando apenas em exportar, os agricultores familiares são responsáveis por 70% dos alimentos produzidos no Brasil”, disse Lopes.Para ele, a Conafer dará mais força aos agricultores familiares para cobrar políticas públicas específicas e eficazes dos governos federal, estaduais e municipais. “Os investimentos públicos devem contribuir efetivamente para a nossa capacitação. Temos que ter acesso a novas tecnologias agrícolas e a sistemas de melhoria da gestão das propriedades, o que resultará em maiores ganhos de produtividade, fortalecimento da produção sustentável e aumento da geração de renda.”
Danilo Macedo
Agência Brasil



Agricultor mira sementes com tecnologia
Na área de sementes os investimentos não são vistos na quantidade de produtos vendidos, mas no aumento na procura por qualidade e tecnologia. Segundo o presidente da Associação Brasileira de Sementes e Mudas (Abrasem), Narciso Barison, com a melhor rentabilidade do produtor, a busca por sementes certificadas ou transgênicas deve se intensificar. "Nós estamos vendo essa alta no setor de milho, soja, algodão, café e outros itens, pois as sementes desses produtos possuem muitos eventos de tecnologia, e é uma semente com custo maior, e estamos vendo um aumento muito significativo em relação a demanda por eles", afirmou ele. - Barison acredita que este ano, as vendas de sementes de soja certificadas, deve saltar de 75%, para 80%. Diferente do milho certificado que não deve crescer mais, por já estar em um patamar muito elevado, 95% de vendas. "As vendas de sementes transgênicas que possuem mais investimentos devem aumentar bastante esse ano. Hoje temos uma taxa de venda de 55% e passaremos para 70%, ou quem sabe um pouco mais", comentou.  Já as sementes certificadas de algodão, que foi a cultura de maior destaque em relação aos preços, têm uma taxa de venda hoje de 40% apenas, podendo chegar a 55% ao final deste ano, afirmou Barison.
DCI - Diário do Comércio & Indústria
Venda de calcário desponta no país

As indústrias de calcário estão satisfeitas com o resultado da safra 2010/11. Segundo o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Calcário Agrícola (Abracal), Oscar Raabe, nos primeiros quatro meses do ano, as vendas chegaram a 406.618 toneladas, índice que se aproxima do recorde do período, alcançado em 2004, de 518.230 t. "Isso demonstra que o produtor está investindo na lavoura para buscar produtividade." A estimativa é que o volume total do ano seja de 2,5 milhões toneladas, superando 1,85 milhão de toneladas de 2010 e próximo do recorde de 2004, de 2,75 milhões de toneladas. Mesmo com o crescimento, Raabe diz que seriam necessárias 6 milhões de toneladas/ano para corrigir os solos da agropecuária nacional. A Abracal comemora hoje o Dia Nacional do Calcário Agrícola.

Correio do Povo
Ex-ministros do Meio Ambiente querem que Dilma adie votação do Código Florestal
Brasília – Um grupo de ex-ministros do Meio Ambiente pretende apelar hoje (24) à presidenta Dilma Rousseff para adiar a votação do Código Florestal, prevista para esta terça-feira, na Câmara dos Deputados. Entre eles estão Marina Silva (PV-AC), Carlos Minc e Rubens Ricúpero. Os ex-ministros querem evitar a aprovação de alguns artigos do código que apontam como um retrocesso na legislação ambiental brasileira. Apelo semelhante foi feito ontem (23) pelos ex-ministros aos presidentes do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e da Câmara, Marco Maia (PT-RS). Mas o relator do Código Florestal, deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), afirmou que não há razão para adiar a votação do assunto nem fazer eventuais mudanças na proposta.
Segundo Aldo, quaisquer modificações só devem ser discutidas no Senado. A votação do código foi adiada três vezes. Porém, em carta aberta à Dilma e ao Congresso, os ex-ministros afirmam que a proposta representa um retrocesso na política ambiental brasileira que foi pioneira na criação de leis de conservação e proteção de recursos naturais. Para os ex-ministros do Meio Ambiente, é necessário aperfeiçoar o texto do Código Florestal. Segundo eles, o principal equívoco se refere à ausência de mecanismos de proteção aos pequenos proprietários e aos agricultores familiares. Também fazem críticas às medidas que levam à flexibilização, que pode causar mais desmatamento.
Independentemente das críticas dos ex-ministros, o relator do código admitiu que um dos temas que devem ser alvo de revisão, no Senado, é a questão sobre as pequenas propriedades (até quatro módulos fiscais) localizadas às margens de rios,obrigadas a manter área de preservação permanente (APP) equivalente a 20% da área total. O assunto também será tema de reuniões de três ministros hoje em Brasília. De manhã, o chanceler Antonio Patriota conversa com a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira. À tarde, Patriota e Izabella se reúnem com a ministra do Planejamento, Miriam Belchior.
Renata Giraldi
Agência Brasil