quinta-feira, 30 de junho de 2011

Dívidas agrícolas são prorrogadas por mais 60 dias
O governo federal prorrogou o pagamento das dívidas de crédito agrícola dos produtores familiares que têm vencimento nos próximos 60 dias. A medida foi anunciada ontem (29), em Brasília, durante uma reunião no Ministério da Fazenda entre entidades representantes dos agricultores e membros do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), da Casa Civil, e do secretário-geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho.
As medidas anunciadas atenderam parte das reivindicações dos pequenos produtores, que ontem realizaram uma mobilização em Porto Alegre a fim pressionar o governo por uma solução para o problema. Cerca de 500 produtores ocuparam, pela manhã, o pátio da Receita Federal e da sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). "Tivemos avanços significativos, porque até então a União sequer admitia falar em renegociação", afirmou Carlos Joel da Silva, vice-presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag-RS), que esteve à frente da manifestação. O protesto também envolveu a Via Campesina e a Federação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar (Fetraf).
No encontro em Brasília, foi acertado que todas as dívidas de investimentos das safras anteriores ao período 2009-2010, com vencimento nos próximos dois meses, serão prorrogadas por 60 dias. Os agricultores terão direito de postergar o pagamento apresentando pedido aos bancos, sem necessitar de laudo técnico. Além disso, os pequenos produtores que estão nesta situação poderão acessar o Plano Safra 2011/2012, que será lançado pelo governo federal amanhã.
Também foi determinada a criação de um grupo de trabalho sobre endividamento, que deve fazer um levantamento para encontrar soluções para o problema até o dia 20 de julho. Apenas no Rio Grande do Sul, segundo a Fetag-RS, os produtores rurais possuem R$ 650 milhões em dívidas de investimentos a pagar até o final de 2011. Desse total, até R$ 400 milhões possuem vencimento para julho e agosto. Outra reivindicação atendida pelo governo foi a prorrogação concedida aos agricultores familiares dos municípios que decretaram estado de emergência por causa da estiagem em 2009, cujos contratos tinham vencimento em junho de 2011. Agora, a primeira parcela de R$ 500,00 ficou para o dia 30 de novembro, e as seguintes, no vencimento do contrato em 2012, 2013 e 2014. A resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN) será publicada no Diário Oficial da União de hoje.
Jornal do Comércio
Embrapa desenvolve soja com cara de feijão
Nova variedade, que começa a ser produzida neste ano em Minas Gerais, é uma saída para vencer a resistência que muitos brasileiros têm em relação ao consumo da soja. A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) vai colocar no mercado uma nova variedade de soja. Diferentemente da soja tradicional, de cor amarela, essa nova variedade é marrom, de uma coloração muito parecida com a do feijão carioquinha. A soja marrom chegará aos supermercados com o nome comercial Nutrisoy, e selo de identificação Soja de Minas. A grande novidade é a forma de consumo: os pesquisadores sugerem que o produto seja consumido misturado ao feijão. Essa seria uma saída para vencer a resistência que muitos brasileiros ainda têm em relação à soja, e estimular o consumo in natura da soja no Brasil.
O benefício para o consumidor é que a soja tem maior valor nutricional. O pesquisador da Embrapa Soja Vanoli Fronza diz que a soja tem quase o dobro de proteínas do que o feijão. "O feijão tem 25% de proteínas, enquanto a soja tem mais de 40%. Se você cozinhar o feijão e a soja juntos, terá um teor final de 32% de proteína, ou seja, a mistura enriquece a alimentação." Além disso, a soja tem mais cálcio do que o feijão e metade dos carboidratos. Por isso, pode ser um alimento interessante para pessoas que precisam perder peso. Vanoli também ressalta que a soja marrom tem um gosto neutro, e portanto não deve comprometer o sabor do feijão. Os pesquisadores realizaram testes de degustação em Minas Gerais com 800 pessoas. 80% dos entrevistados aprovaram a nova soja, e disseram que estariam dispostos a comprar o produto.
Biotecnologia
A nova variedade de soja foi obtida pelo trabalho de seleção e melhoramento de sementes. "Muita gente confunde seleção com transgênicos, mas não é a mesma coisa", diz Fronza. O pesquisador diz que a pesquisa é um trabalho tradicional de biotecnologia. "O que nós fizemos foi o melhoramento convencional da soja. Entre as muitas variedades existentes, nós encontramos os grãos marrons e começamos a cruzar e selecionar, até conseguir as sementes com essas propriedades", diz. Se fosse transgênica, os pesquisadores teriam modificado os genes da soja. A pesquisa contou com o apoio da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), da Fundação Triângulo, e de 16 empresas produtoras de semente de Minas Gerais e do norte de São Paulo. Essas empresas terão, inicialmente, exclusividade no uso comercial do produto. "Alguns produtores já plantaram a soja marrom na safra 2010/2011, mas a produção ainda está no início. O acesso amplo deve ocorrer em um futuro próximo", diz Fronza.
Revista Época
Plano Safra da Agricultura Familiar será lançado no Paraná
O Plano Safra da Agricultura Familiar 2011/2012 será lançado nesta sexta-feira (1), em Francisco Beltrão, na região Sudoeste do Estado, pela presidente Dilma Rousseff. É a primeira vez que o anúncio será realizado fora de Brasília, e também a primeira visita oficial da presidente ao Paraná, desde que assumiu o cargo. O governo federal vai disponibilizar até R$ 16 bilhões pelo Pronaf – Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar. O governador Beto Richa acompanha a solenidade, que vai acontecer no Paraná porque, segundo dados do Ipardes, 81,6% dos 371.051 estabelecimentos agropecuários existentes no Estado se enquadram na categoria de agricultura familiar. Na região Sudoeste estão 89% dessas propriedades, de acordo com a superintendência estadual do Ministério do Desenvolvimento Agrário.
O plano nacional trará mudanças significativas, como a simplificação das operações de crédito rural para a safra que começa em julho, com redução dos juros de 4,5% para 2% nos financiamentos para investimentos. Nas operações até o valor de R$ 10 mil a taxa de juros cai mais ainda, para 1%. O plano também contempla a ampliação do limite de financiamento para até R$ 130 mil; elevação do limite de financiamento do Pronaf B de R$ 2 mil para R$ 2,5 mil; ampliação da cobertura de renda do Seguro da Agricultura Familiar (Seaf) de R$ 3,5 mil para R$ 4 mil; aporte de R$ 127 milhões para Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater). Outras novidades são a criação de uma ação específica do Programa de Garantia de Preços Mínimos (PGPM) para a agricultura familiar e a unificação das normas do Sistema Único de Atenção à Sanidade Agropecuária (Suasa), que permite a ampliação da área de comercialização para os agricultores familiares.
O aporte de recursos para Ater prevê um reforço para a juventude rural, para fortalecer o cooperativismo para a agricultura familiar. O aumento no limite de investimentos também vai incrementar o atendimento à agroecologia e agroindústrias. Além disso, o novo plano prevê a criação de uma superintendência da Caixa Econômica Federal para avaliar e acompanhar projetos de habitação rural. Também vai intensificar o combate à pobreza no campo por meio do PAA – Programa de Aquisição de Alimentos – e PNAE – Programa Nacional de Alimentação Escolar, de compra da merenda escolar. Esses programas vão comprar produtos da agricultura familiar, principalmente dos produtores mais pobres, para fortalecer a geração de renda para esses agricultores.
A solenidade de lançamento está marcada para as 14 horas, com as presenças do secretário estadual de Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, do ministro do Desenvolvimento Agrário, Afonso Florence e a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann. GOVERNADOR – Antes do lançamento do Plano Safra, às 11 horas, o governador Beto Richa visita a Via Tecnológica do Leite, evento que visa promover a criação de gado leiteiro e a produção de leite no Sudoeste do Paraná. A região já abriga uma das maiores bacias leiteiras do Estado, produzindo cerca de 533 milhões de leite por ano. Durante a visita, o governador anuncia a criação do Centro Estadual de Educação Profissionalizante (CEEP) do Sudoeste, que receberá investimentos de R$ 9,5 milhões e é uma das cinco instituições do gênero a serem implantadas pelo governo no Estado.
Agência Estadual de Notícias - Paraná

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Mais fortes, geadas voltam a atingir safras do PR; preços sobem
SÃO PAULO (Reuters) - As previsões se confirmaram e as geadas voltaram a atingir as lavouras de milho e trigo do Paraná na madrugada da terça-feira (28), enquanto produtores já falam em perdas na safra de inverno, o que elevou as cotações no Estado. Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral), do governo do Paraná, houve geadas fortes nas regiões de Toledo, Cascavel e Campo Mourão, que respondem por mais de 50 por cento da colheita de milho safrinha do Estado, tradicionalmente líder na produção do cereal.
O Deral, entretanto, diz que é cedo para quantificar as perdas, embora afirme que elas ocorreram. "Acho que o milho que tinha, cozinhou. Vai dar muito grão ardido, foi bem forte e geada", afirmou o agrônomo Juliano Alves Galvão, da Coopavel, importante cooperativa de Cascavel, no oeste do Paraná. De acordo com Galvão, deve ocorrer uma quebra de cerca de 40 por cento do milho do município.
"Igual a esta geada só a de 2000", afirmou ele, lembrando-se da quebra registrada no início da década passada. O agrônomo acrescentou ainda que, para piorar a situação, há previsão de chuva para os próximos dias. "Se chove, brota o grão dentro da espiga." A região de Cascavel responde por 15 por cento da produção de milho do Estado. Na segunda-feira, geadas já tinham atingido o Estado, onde 75 por cento da safra de milho está suscetível a perdas por geadas, segundo o Deral. "Não tem como quantificar, vamos monitorar esta semana, a geada de hoje foi mais forte e pegou trigo também", disse a agrônoma Margorete Demarchi, do Deral.
"Dependendo do estágio dentro da espiga, mesmo em fase de maturação, e dependendo da intensidade da geada, afeta a qualidade", disse ela. A agrônoma afirmou que as lavouras nos municípios de Maringá e Londrina, no norte, que juntos respondem por 20 por cento do milho do Estado, também foram atingidas pelo frio intenso.
PREÇOS
Segundo relatório da consultoria Informa Economics FNP, as comercializações no mercado físico de milho travaram neste início de semana, em função da forte geada que atingiu as áreas produtoras de milho safrinha no Paraná e na região sul do Mato Grosso do Sul, "prejudicando as lavouras que se encontravam nas fases de floração e enchimento de grãos". No Paraná, as ofertas de venda diminuíram e já existem indicações de compra entre 28 reais a saca e 28,50 reais a saca no oeste do estado, com alta de quase 4 por cento na comparação com o preço da sexta-feira.
"A atenção dos produtores locais segue voltada ao clima e preferiram se ausentar das operações. No interior paulista, não houve indicações de preço dado à ausência da ponta vendedora, mas alguns agentes do mercado já prospectam preços mais firmes no decorrer da semana", destacou a consultoria. O Paraná esperava uma produção recorde na segunda safra, de 7,4 milhões de toneladas, o que pode não mais ocorrer, contra 6,8 milhões na temporada passada --a colheita da segunda safra está em fase inicial no Estado. As geadas também atingiram algumas áreas de café no Estado.
Roberto Samora
Reuters
Preço da carne bovina pode subir mais de 30% com entressafra
A entressafra deste ano promete 'salgar' o preço da carne bovina para o consumidor sul-mato-grossense. O produto que já aponta majoração de 43,6% em um ano em Campo Grande deverá subir mais de 30% nos próximos meses. A estimativa é do analista pecuário Júlio Brissac. Ele destaca que com a chegada da entressafra a oferta de animais recua, elevando o custo para o varejo. “Devemos ter a arroba do boi ultrapassando os valores históricos do ano passado, que chegaram a casa de R$ 120”, prevê. Isso significa um acréscimo de cerca de 33,3% ao atual valor da arroba, que está em R$ 90, em Mato Grosso do Sul – acréscimo que certamente será repassado ao consumidor.
A saída diante da disparada nas cotações é variar o cardápio, incluindo mais frango e suíno na mesa. Estes dois tipos de proteína animal tiveram reajustes bem menores nos preços neste período e até queda em alguns cortes. De acordo com dados da Rural Business, o frango inteiro congelado (quilo) caiu 6,12%, a coxa e sobrecoxa subiram 1,92% e o peito 4,76%. Já entre os cortes suínos, os mais consumidos, costela e pernil, caíram 5,26% e 10,57% o quilo, respectivamente. O lombo subiu apenas 0,67%.
Levantamento
Levantamento feito pelo Nepes/Anhanguera, mostrou que cortes como o cupim, por exemplo, passaram em um ano de de R$ 9,70 para R$ 13,93 o quilo no período, na Capital. Aumento de 43,6%. A alta atingiu 13 dos 14 cortes pesquisados pela entidade e ocorreu por conta da baixa oferta de gado para o abate, que tem deixado o produto cada vez mais valorizado no mercado. A costela ripa foi outra que ficou bem salgada no último ano na cidade – subiu 29,3%. O corte, que é um dos mais consumidos entre as carnes de segunda, saltou da média de R$ 5,63 para R$ 7,28 o quilo. O lagarto inflacionou 18,08% no período, com o quilo saindo de R$ 10,67 para R$ 12,60. Outro que também apresentou alta acima dos 15% foi o patinho, cujo preço ficou 17,6% maior, passou de R$ 11,70 para R$ 13,76 o quilo. Coxão mole, peito e paleta subiram 16,48%, 16,01% e 15,57% respectivamente.
Já os cortes mais nobres não ficaram tão mais caros e, inclusive um deles registrou queda nos preços – a única verificada em toda a pesquisa. A picanha subiu apenas 5,1% (de R$ 19,77 para R$ 20,78), a segunda menor alta entre os demais e, o filé mignon ficou 0,9% mais barato, com o quilo caindo de R$ 21,06 para R$ 20,87, em média.
Correio do Estado
Inadimplentes temem não poder acessar plano safra
Este ano plano terá um total de incentivos de R$ 107,2 bilhões
Dinheiro nos bancos, mas longe do bolso dos agricultores. O plano safra deste ano vai ter um total de incentivos de R$ 107,2 bilhões. Além disso, terá novas condições de financiamento e abertura de crédito. O problema é que os produtores inadimplentes podem ter dificuldades para acessar os benefícios. Nos 500 hectares que possui em Butiá, no Rio Grande do Sul, o produtor José Almeida Vieira trabalha com pecuária e floresta. Pela dificuldade em conseguir o preço mínimo para o arroz, decidiu diminuir a produção do grão. Os juros oferecidos no plano safra deste ano, não animaram o produtor.
– Parece muito bom a primeira vista, mas detalhes desse plano, R$ 64 bilhões, de juros controlados a 6,75 e aí vem juros livres que chegam a dois por mês. Então quem trabalha a céu aberto com clima do jeito que é, anos bons, anos ruins, que é a ciclicidade do Rio Grande do Sul, eu não acredito que possa satisfazer por completo.  Os R$ 64 bilhões citados por Vieira fazem parte de um montante de R$ 80 bilhões destinados a custeio e comercialização da safra. O valor previsto para este ano, é 6% mais alto do que o oferecido em 2010. O dinheiro pode ser financiado com taxas fixas de 6,75 ao ano. Para o pecuarista, os incentivos são bem vindos, mas outros recursos seriam mais interessantes.
– A gente precisa, mas de juros compatíveis com a nossa realidade, garantia de renda, respeitar preço mínimo e também ver problemas passados, prorrogações que está se tentando fazer com o arroz, no preço que está. Como trabalhar isso, para o produtor não perder – ressalta o pecuarista. O desafio é descobrir como aproveitar os incentivos, uma vez que a oferta de crédito está aumentando, mas o acesso a ele é pequeno. De acordo com a Federasul, no ano passado boa parte dos recursos oferecidos ficaram nos bancos. Este ano o volume de sobra pode ser ainda maior.
– No ano passado sobraram R$ 40 bilhões do anunciado, então R$ 107,2 bilhões é um número que atende, não tem problema. Temos a certeza que se o setor precisar de mais, uma vez utilizado o montante, encontraremos, os bancos estão cheios e estão procurando para quem dar. Essa é a verdade só que as dificuldades para acessar o crédito são de tal ordem que nos últimos anos tenhamos sobras que a pouco comentamos os montantes – comenta o presidente da Farsul RS, Carlos Sperotto. O produtor Wilmar Conrado Klafke trabalha com lavoura de arroz há trinta anos. Em 2006 contraiu dividas em financiamentos. Hoje, tenta renegociá-las com o banco, mas já não consegue crédito. Sem dinheiro para pagar o que deve e enfrentando a baixa no preço do grão, o produtor tem receio de precisar parar de produzir.
– Eles até me prorrogam por cinco anos, só que eu tenho um determinado valor de entrada, se eu negociasse com eles, se eles me financiavam. Dentro do Banco do Brasil não. Posso tentar crédito em outras agências, o que eu acho muito difícil, porque eu estou negociando com eles e eles estão me negando de eu continuar meu trabalho, meu serviço, eu sou agricultor, eu não sei fazer outra coisa – relata.
Cristiane Viegas | Butiá (RS)
CANAL RURAL
Embargo russo agrava crise da suinocultura em Mato Grosso
Acrismat relata que setor vem operando no vermelho há seis meses
A alta dos preços dos grãos e a suspensão das compras de carnes pela Rússia e Ucrânia estão assustando os produtores de suínos mato-grossenses. Segundo a Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso, (Acrismat), há seis meses o setor vem operando no vermelho, em função do descompasso entre o custo de produção e os preços recebidos na venda dos animais. O custo está estimado em R$ 2,15/quilo, enquanto o preço pago pelos frigoríficos é de R$ 1,40/quilo. O prejuízo é de 53%. A crise enfrentada pela suinocultura mato-grossense é decorrente da alta do preço do milho, que subiu 125% em relação ao ano passado. Atualmente, os criadores estão pagando R$ 18 pela saca de 60 quilos de milho, situação bem diferente do primeiro semestre do ano passado, quando o preço estava em R$ 8 a saca, valor bem abaixo do preço mínimo de garantia estipulado pelo governo federal, que na época era de R$ 13,98 a saca.
O diretor executivo da Acrismat, Custódio Rodrigues, não vê solução no médio prazo, pois a carne suína vem se desvalorizando no mercado interno desde o início do ano e a tendência é de aumento da oferta e maior pressão sobre os preços, em função do embargo imposto pela Rússia, que é o principal destino das exportações. De janeiro a maio deste ano as exportações mato-grossenses de carne suína recuaram 25% em volume e 20% em faturamento, em relação a igual período do ano passado. Para contornar a situação e evitar que os prejuízos aumentem, os suinocultores vão pedir ajuda aos governos estadual e federal, como a redução do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para as vendas interestaduais e mecanismos de apoio, como acesso ao milho dos estoques públicos e subvenção para o escoamento do produto. Segundo a Acrismat, atualmente existem 350 produtores no Estado, donos de um plantel que reúne mais de 120 mil matrizes, (leitoas reprodutivas), distribuídas em 34 municípios e que geram mais de 30 mil empregos diretos e indiretos.
Agência Estado

Geadas afetam plantação de milho e preocupam produtores em MS
Castigada pela estiagem, a safrinha de milho poderá sofrer perdas de até 10% por conta das geadas registradas esta madrugada em vários municípios na região sul do Estado. O fenômeno já era previsto pela meteorologia e afetou com mais intensidade as cidades de Dourados, Ponta Porã, Amambai, Paranhos e Tacuru, onde houve registro de temperaturas negativas. Em Dourados foram plantados 94 mil hectares de milho safrinha. Deste montante cerca de 45 mil foram fora da época recomendada para o plantio, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Estas são as lavouras que mais preocupam na avaliação da assistência técnica, já que ficaram mais tempo expostas à estiagem que ocorreu por todo o mês de maio e início de junho deste ano. Por conta da seca, a estimativa é de que haja, pelo menos, 10% de perdas nas lavouras.
Em Dourados, a intensidade da geada teve variações conforme a região do município, mas oscilou entre moderada e forte. A mínima registrada foi de 0,7ºC, considerada a temperatura mais baixa do ano. Às 7h, fazia 1,7ºC, conforme a estação meteorológica da Embrapa Agropecuária Oeste. Segundo especialistas, ainda não é possível medir o impacto da geada, mas o clima gera preocupação, especialmente pela previsão de nova geada na madrugada desta terça-feira. De acordo com o pesquisador da Embrapa, Ricardo Sietz, ainda não é possível verificar com muita clareza qual a intensidade da geada em Dourados. Segundo ele, o fenômeno teve formações diferentes, conforme a região do município. “Tivemos condições muito favoráveis para geada de média intensidade, como céu limpo, ausência de ventos e temperatura baixa”, explicou. Segundo ele, além de clima propício, a intensidade da geada depende de vários fatores, como topografia – já que regiões mais baixas estão mais propensas ao fenômeno.
Além de Dourados, a geada atingiu também outros municípios como Ponta Porã, Amambai, Aral Moreira, Paranhos e Tacuru. Em alguns municípios, a temperatura chegou a 1ºC negativo. Em Rio Brilhante, os termômetros marcaram 0,6ºC negativos. O engenheiro agrônomo e consultor Ângelo Ximenes explica que o impacto da geada desta segunda-feira só poderá ser avaliado no final de semana, já que há previsão de chuva intensa amanhã e quinta-feira. Para hoje, a meteorologia indica o risco de nova geada – que, se confirmada, terá impacto mais severo na produção. “Se gear novamente, o impacto será mais intenso porque a planta já estará debilitada”, disse ele. Segundo o especialistas, a geada provavelmente já provocou perdas na produção, mas o impacto ainda não foi significativo. Também há preocupação com as pastagens, que sofrem com o impacto das geadas. Com a ausência de pasto, há prejuízos na produção de carne e leite. A produção também fica mais cara, já que o pecuarista é obrigado a investir em nutrição animal.

(com informações do Dourados Agora e Diário MS)
Correio do Estado.

terça-feira, 28 de junho de 2011

China importou 63% da soja de Mato Grosso
As exportações mato-grossenses do grão estão cada vez mais dependentes do apetite chinês enquanto demanda da UE recua
As exportações mato-grossenses de soja têm apenas um único grande destino: a China. Conforme análise do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), do total embarcado até maio deste ano, 63,6% do volume foi comprado pelos chineses, o maior parceiro comercial do Estado. Mas os números, mesmo superlativos, apontam para um nível de dependência preocupante, como destaca o Instituto, já que a China é responsável por mais de 50% do consumo da soja estadual. No acumulado de janeiro a maio deste, foram exportados 4,56 milhões de toneladas. Deste total, os chineses compraram 2,90 milhões de toneladas. Em valores financeiros, isso representa US$ 1,41 bilhão vindo do país asiático, enquanto o total recebido pelas exportações de soja de Mato Grosso somaram US$ 2,23 bilhões.
Nestes cinco primeiros meses do ano, Mato Grosso atingiu receita de US$ 4,11 bilhões em vendas totais. O maior consumidor foi o continente asiático que importou US$ 2 bilhões, ou 48,65% do faturado pelo Estado. Neste bloco, a China foi responsável por 35,20%, com US$ 1,44 bilhão. Comprando o total de compras efetivado pelos chineses com o volume gasto com a aquisição de soja, observa-se que mais de 97% dos recursos foram para compra da soja. O segundo maior consumidor da soja estadual é a União Europeia que importou no período 20,4% do total das exportações do Estado, 932 mil toneladas, uma diferença de 43,2 pontos percentuais a menos em relação à China. “Vale considerar que os europeus dão preferência à soja convencional, que representou 35% da produção total de Mato Grosso da safra 10/11”.
Ainda como destaca o Imea, no relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) pode-se observar que tanto a China como a União Europeia são altamente importadores da oleaginosa. Segundo os dados projetados, a China passará a importar 7% a mais que na safra passada. Já a União Europeia irá diminuir em 5% suas importações, destacando que grande parte da soja despachada para a Europa é convencional. “O maior consumidor é a China, com 26% do consumo mundial na safra atual (10/11), e o USDA projeta que esta participação no consumo mundial será de 28% na próxima safra (2011/12). Com esses fatores, a tendência dos estoques finais da China e da União Europeia será menor cerca de 3% e 6%, respectivamente, o que traz boas perspectivas para os preços no decorrer dos próximos meses”.
POUPANÇA - A disputa por grãos é uma tendência já anunciada pelo mercado – e aguardada pelos produtores – em razão da diminuição do produto disponível para comercialização em nível mundial. Levantamento do Imea revela que o estoque atual de soja, em Mato Grosso, representa apenas 10,5% do total produzido nesta safra 10/11, ou seja, 2,2 milhões de toneladas. “Restando ainda sete meses para a colheita da próxima safra, este produto passa a ser uma poupança do produtor, podendo trazer maior lucratividade, pois a maior parte das dívidas de plantio e colheita está quitada, fazendo assim com que este produto restante seja contabilizado como lucro líquido. Como neste período de entressafra nacional os preços adotados estão menores que
em outras épocas, este produto entrará no mercado quando as cotações tomarem rumos ascendentes, que historicamente costuma ocorrer a partir de setembro”.
Diário de Cuiabá
Marianna Peres
Máquinas chegam para revitalizar a cafeicultura
Diante da mão de obra escassa, da baixa produtividade e dos altos cultos para manter a produção, agricultores depositam esperanças em colheitadeiras
O café já foi sinônimo de riqueza e poder, marco da colonização e do desenvolvimento das regiões Norte e Noroeste do Paraná. No entanto, a geada negra de 1975, a queda do valor econômico do produto e o avanço de outras culturas fizeram com que os cafezais perdessem espaço, entrando em declínio no estado. Buscando revitalizar a cafeicultura, as cooperativas estão incentivando a mecanização das lavouras, processo que vem ganhando força nos últimos três anos. Uma das primeiras cooperativas a fazer esse trabalho foi a Cocari, de Mandaguari, que em 2008 trouxe uma máquina colheitadeira para ser utilizada pelos produtores. Segundo o engenheiro agrônomo do Departamento de Café, Roberval Simões Rodrigues, a mecanização é uma questão de sobrevivência no setor cafeeiro.
“Os colhedores de café estão ficando velhos e seus filhos estão deixando o campo para trabalhar nas cidades. Encontrar mão de obra está cada vez mais difícil e caro”, explica. Segundo Rodrigues, o aluguel de uma colheitadeira chega a custar R$ 250 por hora trabalhada, período em que chega a colher 50 sacas de 60 litros (ou cerca de 40 quilos). Pelo sistema manual, o trabalhador consegue colher no máximo dez sacas por dia, cobrando entre R$ 8 e R$ 15 por volume. Entre os 2 mil cafeicultores cooperados da Cocari, pelo menos metade utiliza as derriçadeiras portáteis, pequenas máquinas também conhecidas como “mãozinhas”, que podem até triplicar o rendimento da colheita por pessoa. A previsão é de grande transformação nos próximos cinco anos. Pratica­mente todos os cafeicultores estariam abandonando o processo manual.
Quebra de tendência
Outro fator que tem estimulado a mecanização é a valorização do café. Entre 2010 e este ano, o preço da saca de 60 quilos praticamente duplicou, passando de R$ 260 para R$ 500 na região. O momento é de tanto otimismo que a Cocamar, de Maringá, também está incentivando a utilização do café como alternativa de diversificação para as propriedades rurais de sua área de atuação. O engenheiro agrônomo Renato Franco da Silva explica que os agricultores com mais de uma atividade em suas propriedades têm menores possibilidades de ter problemas diante de uma intempérie climática, por exemplo. “Produtores de soja e de laranja que possuem maquinários podem investir em outras culturas, principalmente o café, que tem sido uma boa alternativa. É uma das opções mais rentáveis hoje em dia”, afirmou. A cafeicultura foi uma das origens da maior parte das cooperativas da metade norte do estado, o que amplia a expectativa em torno da revitalização do setor. A meta exige investimentos individuais que vão de R$ 1 mil (derriçadeira) a R$ 500 mil (colhedeira nova).
Gazeta do Povo
Marcus Ayres, da Gazeta Maringá
Produção de grãos em SP será de 6,7 mi de toneladas
A colheita paulista de grãos na safra agrícola 2010/11 deve atingir 6,7 milhões de toneladas, um acréscimo de 1,9% em relação ao ano anterior, de acordo com o 4º levantamento de previsão e estimativa de safra realizado em abril pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA/Apta) em parceria com a Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), ambos da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento.  A produção de soja deve aumentar 10,9%, para 1,53 milhão de toneladas, frente à safra anterior, devido ao aumento de 7,7% na área (para 524,19 mil hectares). Já a produção de milho safrinha deve atingir 1,13 milhão de toneladas (acréscimo de 8,7%), também beneficiada pela ampliação de 9,2% na área (276,87 mil ha).
Já a produção de milho de verão deve atingir 3,26 milhões de toneladas (menos 3,1%) devido à redução de 5,2% na área (para 558,67 mil ha). O milho vem sofrendo nos últimos anos forte competição com atividades de menor risco e mais rentáveis, como a cana-de-açúcar e da soja, dizem os pesquisadores do IEA responsáveis pela previsão de safra.  O conjunto das culturas anuais apresenta acréscimo de 6,06% na produção e de 5,42% na produtividade da terra, com estabilidade na área plantada (0,60%), segundo os técnicos do IEA. No caso específico dos grãos, espera-se aumento na produção (3,18%) e na produtividade (3,6%) e leve decréscimo na área (0,4%).
Destaques ainda para amendoim das águas, com previsão de produção de 205,52 mil toneladas (aumento de 17,8%); batata de inverno, 332,45 mil toneladas (mais 3,9%); batata da seca, 149,97 mil toneladas (14,9%); feijão das águas, 138,96 mil toneladas (mais 2,4%) e arroz, 100,22 mil toneladas (mais 5,5%).
DCI - Diário do Comércio & Indústria

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Bloqueio da Rússia à carne brasileira será debatido na Câmara
A crise enfrentada pelos produtores de carne suína e o embargo da Rússia à carne brasileira serão discutidos na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural nesta quarta-feira (29). O debate foi proposto pelos deputados gaúchos Bohn Gass (PT) e Onyx Lorenzoni (DEM). No começo de junho, alegando questões sanitárias, a Rússia bloqueou a entrada da carne suína produzida em frigoríficos do Rio Grande do Sul, do Paraná e de Mato Grosso. A Rússia é a principal compradora da carne suína brasileira, com mais de 39% de participação nas exportações do produto pelo Brasil. Os outros mercados, por ordem de importância, são Hong Kong, Argentina, Ucrânia e Angola.
Os parlamentares querem saber o real motivo do embargo da Rússia e o que o governo brasileiro está fazendo para ajudar os suinocultores prejudicados pela medida. "Nós temos que reconhecer que é um direito de quem compra continuar comprando ou parar de comprar. Na medida em que ele não tem atendido o seu interesse, ele para de comprar. Mas o que o governo brasileiro vai fazer para atender os produtores? O que o governo brasileiro vai fazer para minimizar os prejuízos? Porque a perda de receita para o Brasil será de R$ 120 milhões a R$ 130 milhões por mês”, disse Lorenzoni. O deputado Bohn Gass afirma que mais de 730 mil pessoas dependem diretamente da suinocultura, sendo que essa atividade é responsável pela renda de mais de 2,7 milhões de pessoas.
Entretanto, de acordo com Gass, em todo o País, a suinocultura tem passado por sérias dificuldades – que teriam levado muitos produtores a desistir dessa atividade. Na avaliação do deputado, isso ocorre por causa da falta de rentabilidade, do elevado custo de produção - como o alto preço do milho e da soja para alimentar os porcos - e dos baixos preços pagos aos produtores pelas empresas.
Agência Câmara
Renata Tôrres
Iapar emite alerta de geada na região cafeeira paranaense
A temperatura mínima hoje (27) em Londrina foi de 1.6 graus centígrados em abrigo
O Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) e o Simepar emitiram nesta segunda-feira (27), por meio do serviço de Alerta Geada, aviso para proteção de cafeeiros em razão da previsão de ocorrência de geadas na próxima madrugada (segunda para terça-feira). O aviso é para que produtores com plantas de até 6 meses de idades façam o enterrio de plantas de café com até 6 meses de idade. Para plantas acima de 6 meses, recomenda-se o chegamento de terra junto ao tronco do cafeeiro a fim de evitar a “geada de canela” e a proteção de viveiros de mudas. A previsão de segunda para terça-feira (28) é de intensificação do frio com formação de geadas em todo o estado, inclusive na região Norte. Apenas no litoral não deve gear mas ainda assim o frio deve ser intenso. A ocorrência de geadas deve ser de fraca a moderada intensidade nas regiões Norte e Centro da região cafeeira; e de moderada a forte na região centro-sul da região cafeeira do Estado.
Mais informações sobre proteção de cafeeiros no site do Iapar no link “Métodos de Proteção”.
www.iapar.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=160
As informações são da assessoria de imprensa do Instituto Agronômico do Paraná-IAPAR.

Subcomissão sobre endividamento agrícola definirá plano de trabalho
A subcomissão destinada a propor medidas de combate ao endividamento do setor agropecuário se reúne nesta terça-feira (28) para discutir o roteiro de trabalhos. A subcomissão foi criada pela Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural para analisar a efetivação, pelos agentes financeiros, das renegociações autorizadas por leis e resoluções do Conselho Monetário Nacional (CMN). Formada por oito integrantes titulares e oito suplentes, a subcomissão é presidida pelo deputado Marcon (PT-RS). O vice-presidente é o deputado Paulo César Quartiero (DEM-RR). O relator é o deputado Nelson Padovani (PSC-PR).
Agência Câmara
Milho já rende 40% mais que soja no RS
Para produtor que não plantava o cereal há oito anos, preços, clima, potencial de exportações e alta produtividade tornam milho a opção mais atrativa
A rentabilidade do milho já é 40% maior do que a da soja no Rio Grande do Sul, o que faz da cultura a mais atrativa na região, segundo Mauro Costa Beber. O produtor estava há oito safras sem plantar milho, mas apostou na maior lucratividade do cereal e comemora a recuperação do mercado. E, segundo a Abramilho, o estado já recuperou a área de milho que vinha perdendo espaço nos anos anteriores. “Os preços estão muito atrativos, mesmo comparando com a soja, que é a cultura que compete com o milho no Rio Grande do Sul. O milho tem liquidez, pode ser exportado”, conta o produtor de Condor. Segundo ele, o milho está com um potencial produtivo muito alto, quase o dobro de dez anos atrás. “Na nossa região, nos últimos anos, a média de produtividade aumentou muito. Há propriedades em que mesmo lavouras de sequeiro, sem irrigação, estão produzindo mais de 150 sacas por hectare nos últimos anos”. Ele lembra que o clima na região também tem se mostrado mais propício ao milho. “Aqui no norte do estado, as chuvas têm sido regulares na primavera e temos registrado muitos veranicos no final de fevereiro e em março, favorecendo o milho e prejudicando a soja”.
A possibilidade de fazer safrinha depois da colheita também motiva o plantio. Também a rotação de culturas permite uso de defensivos diferentes entre elas. “Estamos com problema de ervas daninhas resistentes aos herbicidas usados para a cultura da soja. Na milhocultura podemos usar herbicidas de princípio ativo diferente dos usados na soja, eliminando essas ervas daninhas invasoras”. Ele ainda destaca os avanços tecnológicos nas colheitadeiras e a prevalência do milho resistente a insetos.
No passado recente, milho era desestimulante
As oito safras sem plantar milho foram reflexos de preços baixos, custos elevados, poucos estímulos e dificuldade de escoamento. Mas, segundo Beber, esse cenário é passado. “Era difícil conseguir o seguro da lavoura, pois quem financiava com seguro pró-agro, como nós, tinha um limite por CPF a um valor anual. Este valor nós costumávamos usar na cultura de trigo, mas agora podemos financiar tanto o trigo quanto o milho com o pró-agro”, afirma o produtor. “A dificuldade de comercialização também era grande. O milho não tinha liquidez. Não tinha garantia de um preço remunerador. Não era exportado. Mas tudo isso é passado.”
Mas ainda há espaço para crescer mais
O entusiasmo com os resultados do milho também ajuda a pensar no futuro da cultura. O mais importante, para Beber, é ter a garantia de renda. “Para isso temos que estar organizados, com entidades que nos representem e defendam nossos interesses junto ao governo estadual, federal e até junto à OMC, pois também exportamos”. “No Rio Grande do Sul há um grande potencial de irrigação de lavouras, esse é o desafio para crescer a área e a produtividade no estado. Temos água em abundância e perdemos muito com estiagens, mas isso pode ser mudado. Precisamos avançar”, diz Beber. Em relação às exportações, o potencial produtivo gaúcho é ainda maior. “Temos que produzir mais, e então pensamos em exportar o excedente, em produzir etanol. O Rio Grande do Sul importa etanol de outros estados a custos altos, mas isso pode não ser necessário em alguns anos”.
As informações são da assessoria de imprensa da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho).

domingo, 26 de junho de 2011

Sorgo é apontado como fonte para fabricar etanol
O sorgo é apontado como alternativa de matéria-prima para produzir etanol. A estratégia é empregá-lo na fabricação do combustível no começo do ano, quando há escassez de oferta de cana-de-açúcar e os preços geralmente sobem. Foi o que ocorreu em março, quando o litro do etanol hidratado (para carros flex) chegou a ser vendido por R$ 2,23 em posto de Ribeirão Preto localizado na rodovia Anhanguera. Ribeirão Preto e região participam de projetos relacionados ao emprego do sorgo. Ele já é transformado em etanol por usinas como complementação da oferta de matéria-prima. E é semelhante à cultura da cana, com boa produtividade no período chuvoso, na entressafra da cana.
Em parceria com a Embrapa Milho e Sorgo, técnicos da APTA Centro Leste e do Centro de Cana IAC, de Ribeirão Preto, da Secretaria estadual da Agricultura, realizam pesquisas sobre melhorias da matéria-prima. "Precisamos de cultivares adaptadas às regiões, com alta produtividade e livres de pragas e doenças", diz o pesquisador científico da APTA, José Roberto Scarpelini, um dos responsáveis por estudos nas áreas de fitopalogia (doenças) e entomologia (insetos).
Delcy Mac Cruz
Jornal A Cidade - Ribeirão Preto

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Brasil debate no G20 volatilidade de preços

Wagner Rossi participa em Paris do encontro que reúne as nações responsáveis por 85% da produção agrícola mundial

Paris, França – O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Wagner Rossi, defendeu nesta quarta-feira, 22 de junho, que os 20 mais países mais ricos do mundo discutam a criação de mecanismos para conter a volatilidade dos preços das commodities agrícolas. “Isso não significa que venhamos a controlar os preços”, disse. “O único mecanismo que existe para reduzir os preços é ampliar a oferta de alimentos”. "Por 30, 40 anos, os preços dos alimentos permaneceram baixos e ninguém procurou o Brasil para discutir sobre tal fenômeno”, apontou. A posição do Brasil é compartilhada pela Argentina e outras nações. Os 20 países que participam do encontro em Paris estão reunidos desde esta quarta-feira (22) e representam 85% da produção agrícola mundial. O ministro brasileiro desembarcou em Paris na terça-feira, 21, para participar de reuniões bilaterais prévias. A reunião do G20 Agrícola termina nesta quinta-feira. Em entrevista coletiva, Rossi declarou que o Brasil está disposto a discutir a agenda apresentada pelo governo francês sem restrições. Ele destacou que o país é favorável à criação de instrumentos de coordenação internacional de políticas que garantam a segurança alimentar. “Estamos dispostos a ampliar a nossa participação na oferta de alimentos, em condições justas, mas sem imposição de barreiras”, comentou.
Rossi comentou que o Brasil precisa discutir a regulação da relação entre a produção e o mercado financeiro. “Não se deve deixar pontas soltas porque uma financeirização das commodities pode gerar especulação”, admitiu. Ele declarou que é preciso algum grau de regulamentação dos mercados futuros para evitar a manipulação dos agentes financeiros. O ministro lembrou que o Brasil é um dos poucos países do mundo com condições de ampliar a oferta de produtos agrícolas para abastecer o mercado interno e garantir suprimentos a outros mercados. Atualmente, o país destina parte do seu excedente agrícola a 180 países. Wagner Rossi disse que a posição do Brasil no mercado de alimentos vem crescendo e que o produtor brasileiro consegue oferecer alimentos de boa qualidade a preços competitivos. “Quando há competição justa, o país ganha nove em cada dez disputas”, comentou. Ele afirmou que o desempenho brasileiro já é percebido em muitos países. O jornal francês "Le Monde" destacou, em sua edição de terça-feira, o Brasil como “a nova fazenda do mundo".

Proposta

O plano proposto pela França aos ministros da Agricultura – que será apresentado aos presidentes na reunião do G20 em novembro – inclui linhas de ação para aumentar a produção e a produtividade, além de criar mecanismos de informação para dar transparência aos mercados. A França quer a coordenação de políticas internacionais e a criação de mecanismos para reduzir os efeitos da volatilidade dos preços para os países mais vulneráveis, além de algum grau de regulação dos mercados financeiros. Wagner Rossi anunciou que o Brasil é favorável às linhas gerais do plano apresentado pelo governo Sarkozy, mas insiste que não se pode restringir os preços. Ele defende a formação de estoques humanitários de alimentos, um dos temas a serem discutidos pelos ministros dos 20 países. Ele também considera positiva a proposta de criação de um sistema de informação dos mercados agrícolas, a ser conduzido pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO). O sistema teria como objetivo reunir informações sobre os níveis mundiais de produção de alimentos, bem com o consumo e até estoques de commodities como milho, soja, arroz e trigo. “O Brasil não é apenas favorável a esse mecanismo como já o adota há muitos anos. Todas as informações sobre a agricultura brasileira estão disponíveis nos portais de órgãos governamentais na internet, como o do próprio Ministério da Agricultura, da Embrapa e da Conab, além do Ministério do Desenvolvimento Agrário”, destacou.

O encontro do G20 Agrícola começa na noite desta quarta-feira, 22 de junho, com uma reunião reservada dos 20 ministros e o presidente da França, Nicolas Sarkozy, seguido de um jantar de trabalho com os chefes das delegações. As discussões continuarão ao longo desta quinta-feira, 23 de junho. Ainda na tarde de terça-feira, Rossi esteve reunido com o vice-ministro da Agricultura do Japão, Takashi Shinohara, e com a ministra de Meio Ambiente, Alimentação e Assuntos Rurais do Reino Unido, Caroline Spelman. Os encontros foram acompanhados pelo embaixador do Brasil na França, José Maurício Bustani.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Novas cultivares de soja resistentes à Ferrugem Asiática

A Tropical Melhoramento Genético (TMG), com sede em Cambé, apresentou no ultimo dia 21, duas cultivares de soja resistentes à Ferrugem Asiática, destinadas exclusivamente para o plantio na região Sul do Brasil e Paraguai. A TMG 7161 RR e a TMG 7262 RR, são cultivares transgênicas com a tecnologia Inox, gene altamente resistente ao fungo causador da ferrugem. Ambas as cultivares, além de apresentarem essa característica, são precoces e possuem alta produtividade. De acordo com o pesquisador da TMG Cerrado, Sergio Suzuki, para se ter uma ideia do prejuízo que os agricultores têm com a doença na soja, em todo o território nacional a ferrugem causa uma perda média de  aproximadamente 40 quilos por hectare.
Ainda segundo ele, o produtor de soja além de perder parte da produção, ainda tem uma despesa maior devido às aplicações de fungicidas para controlar a doença. Para ele, as novas variedades desenvolvidas vão proporcionar ao agricultor uma redução nas despesas com a aplicação de fungicidas, o que hoje representa um custo de aproximadamente US$ 30 dólares por hectare cada aplicação. Para o engenheiro agrônomo e gestor de produção de sementes da TMG, Osmar Mendonça, a expectativa é que para a safra 2012/2013, 100 mil sacas da variedade 7161 RR e 40 mil sacas da 7262 RR estejam disponíveis para os produtores do Sul do Brasil. “Foram sete anos de pesquisas e testes no Cerrado brasileiro para que chegassemos e essas duas variedades”, explicou. “Elas certamente irão proporcionar mais segurança e tranquilidade para o produtor. O agricultor poderá ter um tempo mais flexível para fazer a aplicação de fungicidas sem que ele tenha uma perda significativa na sua lavoura”, completa.  
Origem
A doença é originária da Ásia e, por mais de cem anos esteve restrita apenas ao continente asiático. No Brasil, os primeiros focos da ferrugem surgiram em 2001. No Paraná os primeiros indícios do fungo foram diagnosticados em maio do mesmo ano na região oeste do estado. Segundo pesquisadores, o clima com temperaturas abaixo de 25° e o “molhamento” das folhagens acima de seis horas são suficientes para que o fungo se desenvolva na plantação e através do vento se propague rapidamente por toda a lavoura. Uma das maneiras de tentar amenizar a incidência da ferrugem e o vazio sanitário, que  é uma medida adotada pelo governo do Paraná em parceria com o Ministério da Agricultura. A medida não  permite o cultivo de soja no período entressafra. Esse método adotado, tem a função de impedir que o fungo causador da ferrugem ganhe força no inverno vindo a prejudicar a safra de verão em que a colheita ocorre entre os meses de fevereiro e março.
Autor: Fábio Bortoleto

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Ritmo de negócios para produtores brasileiros de soja segue lento, diz Cepea
Segundo pesquisadores, comercialização do grão envolve apenas pequenos lotes
Produtores brasileiros de soja não têm mostrado interesse em novas negociações, segundo informações do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), visto que estão aguardando valorizações do produto para voltar a negociar. Com isso, nos portos, a comercialização segue lenta, deixando o mercado praticamente nominal. Os poucos fechamentos envolvem apenas pequenos lotes. Entre 10 e 17 de junho, o Indicador Esalq/BM&FBovespa para o produto transferido no porto de Paranaguá, no Paraná, recuou 1,46%, fechando a US$ 29,74 por saca de 60 quilos na sexta, em moeda nacional, o Indicador teve baixa de 1,45%, a R$ 47,5 por saca. Quanto à média ponderada das regiões do PR, refletida no Indicador Cepea/Esalq, observou-se queda de 1,42% entre 10 e 17 de junho, fechando a R$ 45,04 por saca.
Fonte: Cepea/Esalq
  
Estudo da Embrapa alerta para impacto do aquecimento global na agricultura brasileira
Pesquisa mostra que é preciso agir de forma incisiva para reduzir prejuízos ambientais e econômicos nas próximas décadas
Um alerta para o futuro. Assim os autores de um estudo feito pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em parceria com a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), encaram os resultados da projeção que aponta estimativas do impacto causado pelo aquecimento global na agricultura brasileira até o final deste século.Trabalhando com dois cenários, um pessimista, em que temperatura aumenta de 2°C a 5,4°C até 2100, e outro otimista, com alta variando entre 1,4°C e 3,8°C no mesmo período, a pesquisa mostra que é preciso agir de forma incisiva para reduzir prejuízos ambientais e econômicos nas próximas décadas. Considerando apenas as safras de grãos, as perdas podem ficar em torno de R$ 7,4 bilhões já em 2020.
– A proposta é que o mundo todo se mobilize e comece a reduzir as emissões de gás carbônico. Estimativas mostram que as emissões chegaram a 30,6 gigatoneladas de CO2 no ano passado. Se chegarmos a 32 gigatoneladas, estaremos muito próximos do teto de aumento de 2°C que estamos querendo evitar. Em termos científicos, não sabemos o que pode acontecer quando chegarmos nesse limiar – afirma o secretário de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental e um dos coordenadores do estudo Aquecimento Global e Cenários Futuros da Agricultura Brasileira, Eduardo Delgado Assad. Baseando-se no aumento de temperatura previsto pelo Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), os pesquisadores chegaram à estimativa de que existe o risco de ocorrer uma grande redução na área apta ao plantio em todo o país caso os níveis de emissão se mantenham ou não sejam suficientemente diminuídos. A outra consequência seria a migração de culturas de uma região para outra.
– Nunca falamos em previsão. O modelo não prevê, ele projeta o futuro em um cenário. São cenários irreais, baseados no desenvolvimento da sociedade, no que pode ocorrer ou não. Se a sociedade se comportar de determinado jeito, o modelo pode ser melhor. Ou pior – explica o engenheiro florestal agrometeorologista e pesquisador da Embrapa Informática Agropecuária, Giampaolo Queiroz Pellegrino. Pellegrino ressalta que as estimativas da pesquisa consideram apenas as variedades existentes atualmente, sem levar em conta novas variações genéticas. Conforme o pesquisador, a região Sul do Brasil poderá ter 39% do total de sua área apto para o plantio da cana-de-açúcar já em 2020. Em 2070, o percentual pode atingir 93%.

O chefe de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Clima Temperado, Clenio Pillon, acredita que canaviais acabarão se espalhando por diferentes recantos do Rio Grande do Sul. Ele aposta que a cana será a cultura com maior crescimento na região nos próximos anos.
– O Rio Grande do Sul precisa de 400 mil hectares de cana para ser autossuficiente na demanda pelo etanol. Hoje, temos apenas 37 mil hectares plantados – avalia Pillon. À cana, pode se somar um aumento no cultivo de frutas cítricas, como a laranja e a tangerina, e tropicais, como o mamão e a manga. Maçãs, peras e pêssegos poderão ser afetados pelo aumento das mínimas, já que precisam de um número determinado de horas de frio. Para o superintendente do Ares Instituto para o Agronegócio Responsável, Ocimar Villela, o impacto de uma possível elevação da temperatura na cultura da soja será minimizado pelos avanços nas pesquisas de novas variedades mais resistentes ao calor. Villela defende que o tema do aquecimento seja debatido de uma maneira mais abrangente e acessível a diferentes segmentos da sociedade.– É bem claro que diminuiu drasticamente o desmatamento na Amazônia. E isso tem grande influência nos fenômenos climáticos que atingem a região Sul. O setor produtivo não concorda, por exemplo, com os recentes desmatamentos ilegais que ocorreram no Mato Grosso. Estivemos na Inglaterra recentemente para ver o que está sendo feito lá em relação às mudanças climáticas, e ficamos bem impressionados com o comprometimento de produtores, pesquisadores e governo – afirma.
Produção agrícola na região Sul do país
Se as previsões dos cientistas climáticos partidários do aquecimento global se confirmarem, e a temperatura da terra subir 3ºC ao longo das próximas décadas, a produção agrícola da região sul do Brasil ficará bem diferente. Ao lado das extensas plantações de soja, milho e arroz que atualmente rasgam o sul do Brasil de um extremo ao outro, pés de café e canaviais, aos poucos, poderão ganhar espaço. Baseado em estimativas de elevação da temperatura ao longo deste século, motivadas pelo aquecimento global, um novo mapa da agricultura brasileira está sendo desenhado. E o rascunho do futuro mostra alterações consideráveis na geografia da produção de alimentos no país se não forem tomadas medidas imediatas. No que toca à região Sul, pesquisas apontam que poderá haver diminuição da área produtiva e uma migração do que se tem atualmente como culturas características de Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Ao mesmo tempo, os três Estados possivelmente passarão a produzir alimentos, atualmente, mais restritos a São Paulo e Minas Gerais.
Considerando cenários em que haja um incremento entre 1,4ºC e 5,4ºC nas mínimas e máximas até 2100, pode-se dizer, por exemplo, que o extremo norte do RS e o oeste de SC se transformariam em terra fértil para cafezais. O
aumento na mínima corresponde à redução da possibilidade de geada, fenômeno fatal para as plantações de café. Entre as culturas que sofrerão as piores consequências das mudanças, a mais atingida será a de soja. Levando em conta todo o país, o prejuízo causado pela elevação da temperatura à produção do grão pode chegar a R$ 7,6 bilhões por ano em 2070, na avaliação mais pessimista. Além de buscar variedades que se adaptem às mudanças, o agronegócio brasileiro terá de se preocupar em aplicar novas formas de cultivo que causem menos impacto ambiental.
 Zero Hora
Agricultura discute o Plano Agrícola e Pecuário 2011/2012
A Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural realiza nesta terça-feira (21) audiência pública para discutir o Plano Agrícola e Pecuário 2011/2012. O debate foi proposto pelo deputado Zé Silva (PDT-MG). Lançado na última sexta-feira (17) em Ribeirão Preto (SP) pelo ministro da Agricultura, Wagner Rossi, o plano alcança o valor recorde de R$ 107,2 bilhões direcionados à agricultura comercial, com novas linhas de crédito específicas para compra de matrizes e reprodutores bovinos e renovação e expansão de canaviais.
Agência Câmara de Notícias
Empregados da Embrapa iniciam paralisação de três dias
Brasília - Trabalhadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) decidiram paralisar as atividades por três dias a partir de hoje (20). As principais reivindicações são reajuste salarial com ganho real de 6,55%, revisão do Plano de Cargos da Embrapa (PCE) e isonomia de benefícios. A ação é orientada pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Pesquisa e Desenvolvimento Agropecuário (Sinpaf). “Queremos que a diretoria tome uma postura e passe a negociar de forma efetiva”, disse o presidente do Sinpaf, Cassio Curi. Os empregados da Embrapa entregam ainda hoje ao secretário executivo do Ministério da Agricultura, Milton Ortolan, as principais propostas do Acordo Coletivo de Trabalho 2011-2012. A diretoria de Administração e Finanças, Vânia Castiglioni, participa de uma reunião para tratar da paralisação e deve se pronunciar durante a tarde.
Da Agência Brasil



sexta-feira, 17 de junho de 2011

Abiove eleva estimativa para produção de soja no Brasil
Associação prevê que produção chegue a 72,5 milhões de toneladas
A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) elevou nesta quinta, dia 16, sua estimativa para a produção brasileira de soja deste ano. Devem ser colhidas 72,5 milhões de toneladas. A previsão anterior era de 71,1 milhões. Apesar do aumento, os números ainda estão abaixo dos levantamentos de outras consultorias e da Conab. Segundo a Abiove, a revisão da estimativa foi realizada porque as chuvas causaram um impacto menor do que o esperado em Goiás e Mato Grosso do Sul.  Analistas da entidade afirmam que esse aumento vai ter reflexo positivo no processamento do grão, com aumento tanto na produção de farelo quanto na de óleo. Devem ser produzidos 27,35 milhões de toneladas de farelo (27,5 milhões na estimativa anterior) e sete milhões de óleo (6,95 milhões de toneladas no último levantamento).
Canal Rural
Ministério da Agricultura diz que é preciso melhorar fiscalização de agrotóxicos
Nos últimos quatro anos foram realizadas 800 operações, quando o ideal seria três mil
O coordenador-geral de Agrotóxicos e Afins do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Luís Eduardo Pacifici Rangel, afirmou que a fiscalização de agrotóxicos, muitas vezes vendidos para uso indevido, é tarefa que cabe ao Ministério da Agricultura. Em audiência pública nesta quinta, dia 16, na subcomissão especial da Comissão de Seguridade Social e Família que discute o uso de agrotóxicos e suas consequências à saúde, ele relatou que nos últimos quatro anos houve 800 operações de fiscalização, sendo que o ideal seriam três mil. Ainda de acordo com Rangel, menos de 1% das 8 milhões de propriedades rurais é fiscalizado, sendo que o aceitável seria a fiscalização de 5% delas. O Brasil tem 20 milhões de trabalhadores rurais, dos quais de quatro a cinco milhões trabalham expostos a agrotóxicos.
No Brasil, três ministérios são responsáveis pela avaliação dos agrotóxicos, o da Agricultura, o do Meio Ambiente e o da Saúde. O Brasil é o único país que divide essas atribuições. O coordenador-geral de Avaliação e Controle de Substâncias Químicas da Diretoria de Qualidade Ambiental do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Márcio Rosa Rodrigues de Freitas, admite que esse debate tripartite é criticado porque muitos veem como empecilho, como um problema.
– Na verdade, acho que é um ganho, desde que se consiga efetivamente articular os três órgãos. Isso é um exercício que vínhamos fazendo desde o advento da lei, em 98, e acredito que avançamos bastante e temos uma boa perspectiva de avançar nesses procedimentos. Márcio de Freitas afirma que, no Brasil, o processo de registro de agrotóxicos funciona bem. São avaliados 14 aspectos em relação ao impacto no meio ambiente e sabe-se o nível de toxidade. Além disso, é publicado anualmente o relatório sobre a comercialização dos agrotóxicos. Um dado que chama a atenção, segundo o Ministério da Saúde, são os casos de intoxicação por agrotóxicos no Brasil. Entre 2006 e 2011, 27,3% estão entre 20 e 29 anos; 63% das intoxicações ocorrem em casa. Mais da metade dos casos, 53,4%, foram situações de suicídio, e em 28,5% deles a exposição ocorreu por acidente doméstico.
Luís Eduardo Rangel ressalta que os agrotóxicos são importantes para eliminar pragas e viabilizam a produção agrícola brasileira. O problema ocorre no mau uso pelo agricultor, que, desinformado, não segue a dosagem especificada. "A sociedade precisa entender que ela convive com os agrotóxicos todo dia. Em casa com o produto para matar baratas e formigas. A gente tem que entender que na agricultura esses produtos são vitais para o processo produtivo. A gente não pode permitir é que produtos muito perigosos sejam usados de forma indiscriminada, porque você corre riscos de meio ambiente e saúde." A subcomissão sobre o uso de agrotóxicos foi criada em 12 de maio e o relator, deputado Padre João (PT-MG), tem até 90 dias para apresentar seu parecer. O presidente da subcomissão é o deputado Osmar Terra (PMDB-RS).
Agência Câmara de Notícias
Exportações de cooperativas brasileiras no acumulado do ano superam em 30% resultado do ano passado
Brasília – As exportações das cooperativas brasileiras atingiram US$ 2,16 bilhões nos primeiros cinco meses do ano. O valor é 30% superior ao do mesmo período do ano passado. Segundo informações da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério e Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, o resultado é o maior alcançado desde 2005. Entre os principais produtos vendidos ao exterior, pelas cooperativas, estão café, soja, trigo e carnes de frango.
Os produtos foram destinados a 113 países, o que reforça a consolidação comercial com mercados tradicionais e também mostra a abertura de comércio para novos destinos. Entre os destinos, destacam-se a Alemanha (vendas de US$ 242,3 milhões, representando 11,2% do total); a China (US$ 239,1 milhões ou 11,1%); os Estados Unidos (US$ 175,4 milhões ou 8,1%); os Emirados Árabes (US$ 147,3 milhões ou 6,8%); os Países Baixos (US$ 125,1 milhões ou 5,8%); a Rússia (US$ 109,1 milhões ou 5,1%); a Argélia (US$ 107,7 milhões ou 5%) e o Japão (US$ 104,6 milhões ou 4,8%).
Nas importações, houve expansão de 11,4%. As vendas internas passaram de US$ 96,8 milhões para US$ 107,9 milhões, de janeiro a maio deste ano frente o mesmo período de 2010. Segundo o presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Márcio Lopes de Freitas, os indicadores refletem o empenho crescente da gestão dos negócios. “Nossa intenção é continuar oferecendo produtos e serviços de qualidade, claro, e com maior agregação de valor. A ideia é torná-los referência e, para isso, atuamos a partir de um trabalho de inteligência comercial que nos aponta, inclusive, novos mercados a serem explorados”, disse.
Freitas também credita o resultado positivo às políticas do governo federal direcionadas ao setor cooperativista. “Com certeza, os recursos provenientes dos programas de Capitalização das Cooperativas Agropecuárias [Procap-Agro] e de Capitalização de Cooperativas de Crédito [Procapcred] influíram nesse resultado. O Procap-Agro, por exemplo, pode ser contratado via integralização de cotas-partes, giro e saneamento financeiro”.
Luciene Cruz
Repórter da Agência Brasil

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Em dez anos, governo espera recuperar 15 mi de ha em áreas degradadas
O governo vai se empenhar, no Plano Agrícola e Pecuário 2011/2012, que será lançado nesta sexta-feira (17) pela presidenta Dilma Rousseff em Ribeirão Preto (SP), para estimular os produtores rurais brasileiros a recuperar cerca de 1,5 milhão de hectares de áreas degradadas. A meta é que nos próximos dez anos sejam recuperados 15 milhões de hectares para produção. A intenção é aumentar a produção agropecuária evitando mais avanço sobre áreas de florestas. Atualmente, o país tem cerca de 47 milhões de hectares ocupados com a agricultura e 170 milhões de hectares usados para a pecuária. Embora os dados em relação a áreas degradadas variem de acordo com os critérios usados para mensurá-las, técnicos do Ministério da Agricultura afirmam que elas somam pelo menos 30 milhões de hectares no país, o equivalente a mais de 60% das terras cultivadas com grãos. Os maiores potenciais de recuperação estão nos estados da Região Centro-Oeste, no Tocantins e no Pará.
Para incentivar os produtores, o governo disponibilizará R$ 3,15 bilhões em créditos dentro do Programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC), criado na safra passada, mas ainda sem muita adesão. Além da recuperação de áreas degradadas, o chefe da Assessoria de Gestão Estratégica do Mapa, Derli Dossa, explica que o programa pretende financiar o plantio de 300 mil hectares (ha) de florestas. Em mais 550 mil ha será financiado o plantio com fixação biológica de nitrogênio; em 800 mil ha, o plantio direto na palha, e em 400 mil ha, será feita a integração lavoura-pecuária-floresta. Para aumentar a popularidade e a procura pelo programa, Dossa destacou que o ministério investirá em várias frentes: divulgação na imprensa da importância de se reduzir as emissões de gases de efeito estufa, treinamento de 5 mil técnicos nesse modelo de agricultura, distribuição de material a todo o corpo técnico treinado, com acesso aos produtores, estudo dos estados com problemas e motivação de lideranças locais.
“Um dos maiores problemas é falta de profissionais especializados em fazer projeto nesse tipo de produção para ter os recursos liberados”, explicou Dossa, ressaltando a importância do treinamento de técnicos do ministério e superintendências regionais. As linhas de crédito do programa são diferenciadas, com as menores taxas da agricultura empresarial, 5,5% ao ano, e prazo de até 15 anos para pagar. O limite de financiamento para produtores é R$ 1 milhão.
Agência Brasil
Autor: Danilo Macedo
Rússia seguirá critérios técnicos para suspender embargo à carne
Brasília – Depois de bloquear a entrada de carne suína procedente do Brasil, a Rússia indicou nesta quinta-feira (16) que a liberação do produto seguirá critérios técnicos. A informação foi dada pelo ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, após conversa com o seu colega russo, Sergey Lavrov. Segundo Patriota, o assunto envolve uma questão fitossanitária e deverá ser resolvido em breve. “Conversei brevemente com ele [o chanceler russo]. Ele disse que o será dado tratamento técnico ao assunto. Vamos esperar [a visita à Rússia] da missão técnica brasileira. Ele falou que é exclusivamente uma questão fitossanitária [que provocou o embargo]. Esclarecidas as questões levantadas por parte da Rússia, esperamos que possam ser desbloqueadas [as exportações de carne suína para aquele mercado]”, disse o chanceler brasileiro.
No começo do mês, a Rússia bloqueou a entrada de carne suína, alegando questões sanitárias. De acordo com empresários do setor, o Brasil exporta, em média, 14 mil toneladas de carne de porco por mês para a Rússia. O Ministério da Agricultura informou que vai responder de forma rápida e inspecionar novamente todos os frigoríficos habilitados a exportar para o mercado russo. De acordo com o presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), Pedro de Camargo Neto, as suspeitas dos russos contra a carne suína brasileira são infundadas. Segundo ele, o modelo do Brasil no que se refere à saúde no campo e às condições dos frigoríficos é exemplo internacional.
Agência Brasil
Autor: Renata Giraldi
Plano Agrícola e Pecuário terá R$ 107,2 bilhões em crédito
Brasília - O Plano Agrícola e Pecuário 2011/2012, que será lançado oficialmente nesta sexta-feira (17) pela presidenta Dilma Rousseff em Ribeirão Preto (SP), disponibilizará R$ 107,2 bilhões para financiamento da produção agropecuária. O valor é 7,2% maior do que os R$ 100 bilhões disponibilizados na safra que está se encerrando. Segundo o ministro da Agricultura, Wagner Rossi, a expectativa é que a safra de grãos cresça mais de 5%, saindo dos atuais 161,5 milhões e chegando a 170 milhões de toneladas. “O governo está oferecendo melhores condições para que o produtor possa continuar a expandir a produção agropecuária, sempre com foco na sustentabilidade. Seguindo essa linha, teremos mais alimentos, mais renda para o agricultor e a preservação ambiental”, reforçou o ministro. O Programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC), lançado em julho passado e ainda com pouca visibilidade entre os produtores rurais, vai incorporar todas as atividades que incentivam a produção de alimentos com preservação ambiental, com recursos de R$ 3,15 bilhões, taxas de juros de 5,5% ao ano e prazo de 15 anos para pagar.
Uma das novidades do plano é a criação, pela primeira vez, de uma linha de crédito especial para a pecuária. Nela, produtores terão financiamento de até R$ 750 mil para a aquisição de reprodutores e matrizes de bovinos e búfalos. Para custeio, os pecuaristas terão seu limite aumentado de R$ 275 mil para R$ 650 mil. O governo também criou um programa de investimento para ampliar a produção de cana-de-açúcar, um dos pontos para tentar solucionar o problema da escassez de etanol em alguns períodos do ano, jogando o preço do combustível para cima. O limite de contratação será de R$ 1 milhão, com prazo de cinco anos para pagar. As operações de custeio de todas as atividades agropecuárias que tinham limites de crédito diferenciados tiveram seus valores unificados em R$ 650 mil por produtor. Segundo o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, José Carlos Vaz, a intenção é dar o mesmo tratamento tanto a produtores de commodities para exportação quanto àqueles que abastecem o mercado interno.
Os recursos para custeio e comercialização, R$ 80,2 bilhões, representam 74,8% de todo o valor disponibilizado para a safra. Desses, R$ 64,1 bilhões terão taxas de juros controladas a 6,75% ao ano. Para investimentos serão disponibilizados R$ 20,5 bilhões, um crescimento de 14% em relação aos R$ 18 bilhões da safra 2010/2011. O Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) terá recursos de R$ 8,3 bilhões, um aumento de 48,2% na comparação com os R$ 5,65 bilhões do ciclo anterior. O ministério informou que, além dos R$ 5,2 bilhões previstos no orçamento para apoio à comercialização, a serem aplicados em medidas para garantir renda ao produtor e o abastecimento do mercado interno, o novo plano safra eleva os preços mínimos do leite (até 8,5%), de farinha de mandioca (11,2%), raiz de mandioca (até 21%), castanha de caju (12,5%), juta e malva (até 47,5%), e mamona (14,5%), assim como do açaí (20%), pequi (até 10%) e pó cerífero (5%), produtos da sociobiodiversidade.
Agência Brasil
Autor: Danilo Macedo