sexta-feira, 25 de março de 2011

Etanol ultrapassa 100% de aumento

No Paraná, há postos em que 90% do combustível comercializado é a gasolina; queda no consumo passa de 40% no País

Na hora de abastecer, o etanol definitivamente não é mais a primeira opção do consumidor que pode escolher entre o álcool e a gasolina. Dados do Sindicato dos Distribuidores de Combustíveis (Sindicom) apontam que a venda do produto pelas distribuidoras caiu 40% no País. Não é para menos. Informações do Centro de Estudos Avançados em Economia (Cepea) apontam que o álcool hidratado já subiu 114% desde junho do ano passado até agora. Em Londrina, um novo repasse aconteceu nos últimos dias, e o etanol atingiu a casa dos R$ 2,40. Roberto Fregonese, presidente do Sindicato de Comércio Varejista de Combustíveis do Paraná (Sindicombustíveis-PR), comenta que essa queda de 40% nas vendas também é o que os postos de combustíveis do Estado estão enfrentando. ''Estamos sentindo esse reflexo no varejo. Antes, se vendia uma média de 55% de etanol e 45% de gasolina. Agora, existem estabelecimentos em que 90% do comercializado é gasolina.'' O representante do Sindicombustíveis ainda não prevê a tão esperada queda dos preços do álcool nos próximos dias. Ele explica que das 34 usinas de cana-de-açúcar existentes no Paraná, apenas dez estão recebendo a matéria-prima. ''A produção ainda está muito pequena, até o mês de abril esse quadro vai continuar complicado. A verdade é que a venda de etanol hoje é irrisória'', avalia Fregonense. Durval Garcia Junior, vice-presidente regional do Sindicombustíveis e proprietário de posto em Londrina, comenta que antes dos aumentos sucessivos vendia em média 1,6 mil litros de etanol por dia e agora está comercializando cerca de 400 litros. ''Mas isso varia de posto para posto. No Centro, por exemplo, onde circulam mais carros flex, o consumo do etanol acabou diminuindo.'' Em média, segundo Junior, os comerciantes estão pagando por volta de R$ 2,20 pelo litro na distribuidora. ''Eu, por exemplo, fiz a última compra de etanol há 14 dias. Em Londrina podemos estimar um consumo de 4,5 milhões de litros de etanol num mês considerado normal. Com essa queda de 40%, devemos estar comercializando na faixa de 2,7 milhões'', estima Durval.
Ricardo Vanderlei Vicente, proprietário de posto na cidade há mais de 30 anos, confirma a queda entre 40% e 45% de vendas na bomba. Ele relata que está pagando R$ 2,28 pelo litro do combustível e nunca tinha visto o preço tão elevado. ''Vendia por volta de 1,8 mil litros dia e agora estou vendendo entre 950 e mil litros. Além disso, já estamos esperando um novo repasse de preço para os próximos dias'', completa.
Victor Lopes
Folha de Londrina

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