terça-feira, 3 de maio de 2011

Indústria de soja do Brasil amplia capacidade e reduz ociosidade
 A indústria da soja do Brasil ampliou a sua capacidade de processamento em 2010, na comparação com 2009, em 7 por cento, ao mesmo tempo em que reduziu a ociosidade em meio ao crescimento da safra e ao aumento da produção de biodiesel, informou nesta segunda-feira a Abiove, associação que representa o setor.No ano passado, a capacidade total de processamento subiu para 176.834 toneladas/dia, contra 165.299 toneladas/dia em 2009, mostrou estudo da Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais). Dentre as indústrias que estão em atividade, a capacidade em 2010 subiu para 145.825 toneladas/dia, enquanto a ociosidade ficou em 26 por cento do parque industrial efetivamente utilizado, contra 30 por cento em 2009, segundo a Abiove.
"Entre 2009 e 2010, houve um aumento de safra, a indústria começou a trabalhar melhor e houve um esmagamento recorde, a indústria conseguiu ocupar melhor o seu parque", afirmou à Reuters o secretário-geral da Abiove, Fábio Trigueirinho. A produção de soja do Brasil, segundo produtor global, cresceu mais de 10 milhões de toneladas de 2009 para 2010, atingindo 68,7 milhões de toneladas. Também colaborou com o aumento da capacidade e a redução da ociosidade o crescimento da produção de biodiesel em 2010, feito majoritariamente com óleo de soja --a mistura obrigatória do biocombustível no diesel passou para 5 por cento em 2010, contra 3 e 4 por cento na primeira e segunda metade de 2009, respectivamente. Para 2011, a Abiove prevê, por ora, o crescimento no processamento de soja do Brasil de apenas 300 mil toneladas --veja detalhes no link --, apesar de a safra estar prevista para aumentar mais de 2 milhões de toneladas.
"Terá um pequeno crescimento no processamento, então o nível de ociosidade em 2011 deverá ficar mais ou menos no nível de 2010", afirmou o executivo. Com exceção da Bunge , o executivo não vê a retomada de outras processadoras de soja em 2011. Já o aumento da capacidade instalada de 2009 para 2010, segundo a Abiove, pode ser atribuído em grande parte à expansão das unidades industriais já existentes, à inauguração de uma unidade de processamento em Passo Fundo (RS) e à inclusão de plantas não consideradas na pesquisa anterior, localizadas nas cidades de Cambé (PR), Araguari (MG), Vilhena (RO) e Alto Araguaia (MT). Para o próximos anos, a julgar pelos investimentos anunciados da indústria em biodiesel, esse parque poderá crescer. No ano passado, a Cargill anunciou a sua entrada na indústria de biodiesel. E mais recentemente a Bunge afirmou, após obter autorização para a sua primeira unidade de biodiesel no Brasil, que foca o Nordeste do Brasil para novas fábricas.
Roberto Samora
Agência Reuters

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